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6 filmes sobre voluntariado e solidariedade para você se inspirar

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6 filmes sobre voluntariado e solidariedade para você se inspirar

A sétima arte tem o poder de nos impactar de diferentes formas, e é por isso que os filmes sobre voluntariado e solidariedade são fontes de inspiração para aqueles que andam incomodados com as desigualdades e desejam engajar-se em alguma atividade filantrópica.
Seja em causas humanitárias que auxiliam pessoas em situações de vulnerabilidade social ou em trabalhos voluntários com pessoas com deficiências, o cinema traz olhares sensíveis sobre histórias reais e fictícias que falam sobre valores como cooperação, reciprocidade, companheirismo e dedicação.
Compartilhamos aqui uma matéria do site Rosa Penido com sete filmes de diferentes nacionalidades para refletir ricas experiências com o voluntariado e te motivar a atuar em sua comunidade ou mesmo auxiliar ONGs e projetos filantrópicos sem sair de casa, fazendo sua parte para um mundo melhor. Confira!
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1. Elefante Branco (ARG, 2012)

Este filme ambicioso aborda questões sociais de uma forma sensível através do trabalho voluntário realizado por Ricardo Darín, um dos mais reconhecidos artistas argentinos da atualidade, no papel do Padre Julián.
Junto ao Padre Nicolás, Julián atua numa favela argentina em busca de afastar do tráfico os jovens da comunidade e terá uma tarefa difícil a sua frente devido à realidade local.
Além de demonstrar uma situação social muito parecida com a brasileira ao abordar a miséria e a violência, o filme demonstra a relevância da dedicação nos trabalhos voluntários que se empenham em educar e dar respaldo à jovens e crianças em situação de vulnerabilidade.

2. Um dia Perfeito (ESP, 2015)

Na lista de filmes sobre voluntariado e solidariedade, este drama espanhol dirigido por Fernando León de Aranoa aparece como uma ótima fonte de inspiração. O longa conta a história de ajudantes humanitários de diferentes nacionalidades que atuarão em uma zona de conflito nos Balcãs.
A história se passa em 1990 e foi inspirada no livro Dejarse llover da médica voluntária da ONG Médicos Sem Fronteiras, relatando o cotidiano conturbado desses ajudantes humanitários em uma área onde as Forças de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) são impedidas de atuar.
A tentativa de removerem um cadáver de uma pessoa obesa da água em vista de não contaminá-la ainda mais vai revelar que o trabalho voluntário pode, em pequenas atuações, impactar a vida de centenas de pessoas.

3. Patch Adams – O amor é contagioso (EUA, 1998)

Com base em história do médico que dá nome ao filme, este longa-metragem retrata a valorização do amor no cuidado de pessoas com problemas de saúde mental e física. Patch Adams, interpretado por Robin Williams, é figura central da história que, após ser internado por suicídio, percebe que é necessário mais humanidade na medicina e decide tornar-se médico para desenvolver uma nova metodologia.
Através de valores como a alegria, o respeito, o amor e a esperança ele irá inspirar a atuação dos profissionais e voluntários que se empenham na área da saúde. Além de receber indicação ao Oscar por melhor trilha sonora, também foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme em Comédia Musical.
No Brasil, as ONGs Doutores da Alegria e Doutores do Riso são exemplos reais dessas práticas, envolvendo voluntários de diversas áreas de formação. Esses doutores se utilizam figura do palhaço para despertar o lado alegre e saudável das crianças em tratamentos longos, levando o riso para aliviar a tensão das clínicas e hospitais.

4. Amor Sem Fronteiras (EUA, 2004)

Neste filme sobre voluntariado e solidariedade, angelina Jolie interpreta Sarah Jordan, uma mulher que decide dedicar-se a trabalhos humanitários em países da África. Este drama conta a história de amor entre Sarah e Nick Callahan (Clive Owen), que é médico voluntário.
Para ajudá-lo, ela arrecada alimentos e fundos para a compra de medicamentos e, ao chegar na Etiópia, decide por si mesma trabalhar como voluntária em ONGs humanitárias.
Devido sua intensa dedicação ao drama, durante as filmagens no Camboja Jolie decide adotar seu primeiro filho, Maddox. Anos antes, em 2001, a atriz havia sido nomeada embaixadora da Boa Vontade da ONU, sendo um exemplo de inspiração para os trabalhos voluntários.
Hoje a atriz possui forte atuação em zonas de conflito e campos de refugiados, tendo sido Enviada Especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) em negociações de crise que envolvem a locomoção de grandes populações, além de ser fundadora de um projeto educacional voltado para crianças afetadas por guerras.

5. Lion (EUA, 2017)

Este drama baseado em um livro autobiográfico conta a comovente história do indiano Saroo Brieley, que se perdeu de seu irmão aos 5 anos em uma tumultuada estação de trens em Khandwa, indo parar em Calcutá, há milhares quilômetros de distância.
Sem saber seu sobrenome ou onde vivia, Saroo (Sunny Pawar) não consegue retornar para sua família e passa a viver na rua até que é adotado por um casal australiano (Nicole Kidman e David Wenham) com bom poder aquisitivo.
Na segunda parte do filme, Saroo aos 25 anos é interpretado por Dev Patel que, grato por sua família adotiva, decide se reconectar com o passado e encontrar sua família perdida que vivia em uma Índia miserável.
A jornada de busca demonstra a importância das entidades filantrópicas e institutos sociais que auxiliam crianças desaparecidas, orfanatos e outras organizações responsáveis no suporte a crianças e adolescentes em situação de rua e abandono.

6. Um Sonho Possível (EUA, 2010)

Dirigido por John Lee Hancock, este filme também é baseado em fatos reais e conta a história de Michael “Big Mike” Oher (Quinton Aaron), um jovem negro sem teto que já havia passado por diferentes lares adotivos.
Em uma noite chuvosa, ele é abrigado da chuva por um colega cuja família está envolvida com o time futebol americano da escola e reconhece em Michael um potencial atlético.
Leigh Anne (Sandra Bullock) começa a envolver-se com a história comovente de Michael e decide tornar-se representante legal do jovem, incentivando-o educacionalmente através do esporte.
Anos depois ele se torna uma estrela do futebol americano, revelando como seu potencial estava sendo suprimido pelas condições de desigualdades.
A história demonstra a importância da solidariedade e do apoio de pessoas para que jovens e adolescentes em más situações sociais possam ter oportunidades melhores de vida.

6. Colegas (BRA, 2013)

Após ser impactado pelas palavras incentivadoras do professor John Keating no filme A Sociedade dos Poetas Mortos, Stallone (Ariel Goldenberg), um jovem com síndrome de down apaixonado por cinema, decide que sua vida deve ser mais extraordinária.
Ao lado de  Aninha (Rita Pook) e Márcio (Breno Viola), também jovens com síndrome de down, eles decidem ir seguir atrás do sonho de conhecer o mar. Partem em um carro, rumo à aventura doce que em nenhum momento aborda diretamente distúrbio genético dos protagonistas.
Além de inspirar empatia e solidariedade em quem assiste o longa-metragem, Colegas demonstra a importância em incentivar e acolher pessoas com deficiência para que desenvolvam todas suas capacidades intelectuais, físicas e emocionais.
Mostra também a importância do trabalho social consciente, visando práticas voluntárias baseadas no respeito à dignidade e à autonomia.
Fonte: http://www.rosapenido.com.br/6-filmes-sobre-voluntariado-e-solidariedade-para-voce-se-inspirar/
como ajudar institutos filantropicos

Como ajudar institutos filantrópicos com atitudes simples

Você sabia que ajudar institutos filantrópicos pode ser muito mais simples do que você imagina e pode trazer benefícios para a sua saúde? Segundo estudos recentes da Harvard Medical School, publicado na Social Science and Medicine demonstrou que fazer voluntariado pode trazer benefícios à saúde.
Os resultados apontam que aqueles que realizam voluntariado de forma regular têm menos chances de desenvolver pressão alta.
Pessoas que ajudam os demais também apresentaram mais alto bem-estar psicológico e físico. Então, além de fazer o bem para quem precisa, praticar a solidariedade também pode ter efeitos positivos em sua saúde.
Mas se você não possui muito tempo disponível, saiba que existem outras formas de contribuir. Veja agora algumas maneiras de ajudar institutos filantrópicos mesmo que você viva com a agenda lotada!
Leia também: Do Grupo Voluntário a uma Organização Formal

É possível ajudar institutos filantrópicos sem sair de casa?

Voluntário virtual
Uma forma de ajudar institutos e organizações sem fins lucrativos é através do ativismo online. Aproveitar as facilidades que a internet promove faz todo sentido, principalmente se a ONG ou a causa que você deseja ajudar não possuem sede em sua cidade.
Hoje existem aplicativos que facilitam doações e promovem atitudes conscientes e solidárias que impactam pessoas ao redor do mundo todo. Mas além disso, é possível contribuir pela internet de outras formas.
Se você presta algum tipo de serviço que é possível ser realizado online, essa pode ser uma opção. O voluntário virtual auxilia essas organizações apenas pelo uso de seu computador.
Algumas das atividades mais solicitadas são peças comunicativas, traduções, criação e identidade visual, assessoria jurídica, contabilidade, entre outras.
Além disso, para quem está começando uma nova carreira, a solidariedade virtual traz outro benefício: o enriquecimento do currículo.
Isso porque, além de encontrar pessoas com interesse em seus conhecimentos, empresas renomadas consideram que ajudar institutos filantrópicos demonstra características relevantes como dedicação e trabalho em equipe.
Não forneço serviços, como posso ajudar?
Juntar lacres
Parece bobagem, mas a atitude de juntar lacres pode ajudar diversas instituições que auxiliam pessoas com mobilidade limitada. Muitas ONGs recolhem esses lacres e conseguem vendê-los para cooperativas de reciclagem, que repassam os lacres para fábricas produtoras de alumínio.
A doação dos lacres se transforma então em dinheiro o suficiente para financiar uma cadeira de rodas. Quanto mais lacres juntados, mais cadeiras de rodas podem ser adquiridas.
A ideia é que você possa juntá-los em garrafas PET em sua casa e depois levá-los até os pontos de coleta.  A campanha Lacre do Bem, por exemplo, tem pontos de coleta espalhados por todo o Brasil, distribuídos em empresas e espaços comerciais para arrecadação dos lacres de latinhas.
Em seu site, você pode incluir seu CEP no campo de busca para identificar os pontos de recolhimento dos lacres. Outra fundação que se ocupa dessa causa é a Fazer o Bem Transforma, que doa as cadeiras de rodas já adaptadas para adultos e crianças carentes com paralisia cerebral e mobilidade reduzida.
Acumule pontos
Se você utiliza cartão de crédito, você pode optar por essa forma simples de ajudar institutos filantrópicos. Os pontos acumulados no cartão por meio dos programas de fidelidade vinculados ao seu banco ou bandeira podem ser destinados à uma ONG ou projeto social.
Ao invés de trocá-los por viagens, produtos eletrônicos ou ingressos, você doa seus pontos acumulados e os transforma em recursos para a instituição escolhida.
A Multiplus, por exemplo, vinculada à LATAM, a cada 6 mil pontos acumulados, a organização Médicos Sem Fronteiras consegue aplicar mais de cem vacinas contra o sarampo. O programa SMILES da GOL também permite que os pontos acumulados se transformem em doação.
Mobilize pessoas
Se todas essas opções são inviáveis para você ou se você acredita que ainda é insuficiente para se sentir bem fazendo o bem, você pode ajudar por meio da mobilização de pessoas por uma causa.
Sites como www.peticaopublica.com.brchange.org e avaaz.org são exemplos de sites que mobilizam abaixo-assinados para pressionar organizações, empresas e até governos a realizarem ações.
Por meio do apoio popular e de uma forma rápida, eficiente e segura, você reúne assinaturas para fazer pressão, iniciar um protesto ou boicote com vista a ajudar pessoas, animais ou mesmo o meio ambiente.
Além disso, outra forma de contribuir por meio dessas plataformas é assinando aquelas petições já criadas e que precisam de contribuição popular para serem ouvidas.
Fonte: adaptado de http://www.rosapenido.com.br/como_ajudar_institutos_filantropicos_atitudes_simples/
grupo voluntário

Do Grupo Voluntário a uma Organização Formal

Antecedentes
Um dos pontos fascinantes do processo de criação de uma organização ou entidade social é a motivação de um ou vários indivíduos que, de maneira informal e voluntária, buscam soluções para os problemas que afligem a sociedade, e buscam formas de contribuir com soluções que sejam significantes e transformadoras da realidade. Aqueles que aderem a essas propostas criam grupos sociais de voluntários para a causa que abraçam.
Uma vez que esses grupos conseguem sucesso e avançam em suas causas chega o momento de decidir como transformar o grupo informal numa entidade legalmente registrada dando início a uma entidade social.
Neste sentido, o objetivo deste artigo é apresentar elementos que afetam o processo decisório de um grupo que atua informalmente e que quer institucionalizar sua missão. Serão apresentados elementos que devem ser conhecidos e analisados para substituir essa atual informalidade por uma nova organização que possa continuar e expandir o trabalho e seu impacto sob uma figura jurídica própria.
O Grupo como Empreendedores Sociais
Entendemos que quando um grupo de ação social é formado ele já atua como um grupo empreendedor. Assim sendo, um primeiro ponto a conhecer é o papel que as motivações assumem em cada participante na decisão de empreender.
Sabemos que os indivíduos quando se envolvem no empreendedorismo social o fazem de uma forma intencional, tendo em mente determinados propósitos que pretendem alcançar. Em geral, os empreendedores põem relevância em três objetivos que os motivam: a determinação de realizar uma ação social necessária, a afiliação para com uma determinada comunidade e o seu desenvolvimento, e os objetivos de caráter pessoal, de natureza não pecuniária, relacionados com a autorrealização. As motivações funcionam como propulsores para uma ação que também dependerá de condições contextuais representadas por fatores econômicos, sociais, legais.
O empreendedorismo social é um fenômeno atual, e com uma importância crescente na sociedade. Autores identificam o papel das organizações sociais no crescimento econômico e inovação social, e assim contribuindo para a criação de uma sociedade mais coesa, democrática e ativa.
Numa primeira abordagem, poder-se-ia diferenciar o empreendedorismo econômico do empreendedorismo social pelo fato de este último ser uma expressão de altruísmo, enquanto o primeiro é inspirado pela geração de lucro. Empreendedores sociais são instigados por fatores de natureza não pecuniária que são essencialmente relacionados com a participação individual ativa e de maneira útil para a construção social. Para tanto, os empreendedores valorizam a independência e autonomia, o desafio que a iniciativa proporciona, o desejo de exploração plena de competências, a necessidade de concretização de seus ideais, a propensão para assumir riscos, o status e reconhecimento social.
O empreendedor social, com frequência, pertence ou pertenceu a um grupo que a organização social visa servir. O compromisso com uma questão social emerge, amiúde, como um sentimento de afetividade emocional e de responsabilidade para com uma causa, atuando como catalisador no desenvolvimento das suas crenças. Os empreendedores sociais sentem-se preocupados ou insatisfeitos com as respostas existentes para problemas sociais que encontram em si próprios, na sua família ou comunidade. Esta familiaridade com o problema social ajuda na identificação de oportunidades e na descoberta de uma solução para o problema. De uma forma semelhante, evidência empírica constata que os empreendedores sociais atribuem uma grande ênfase ao caráter local das necessidades sociais. De vital importância é o papel que empreendedores assumem como seguidores de um percurso que foi idealizado e seguido por pais ou irmãos mais velhos, que funcionam como modelos a serem seguidos. Segundo alguns autores, os indivíduos estarão mais predispostos para serem empreendedores sociais quando percebem que o mesmo é feito por muitas outras pessoas ou por indivíduos com notórias características de liderança.
Em resumo, os empreendedores sociais acreditam em cinco elementos: (i) necessidade de realização pessoal; (ii) desejo de ajudar a sociedade; (iii) foco não monetário; (iv) orientação para a ação; e (v) proximidade ao problema social.
O Grupo Informal
Na Sociologia, considera-se que os grupos sociais existem quando em determinado conjunto de pessoas há relações estáveis, em razão de objetivos e interesses comuns, assim como sentimentos de identidade grupal desenvolvidos através do contato contínuo. O grupo é assim um sistema de relações sociais, de interações recorrentes entre pessoas que compartilham certas características, interajam uns com os outros, aceitem direitos e obrigações como membros do grupo e compartilhem uma identidade comum, organizando-se de maneira informal.
A liderança do grupo em sua área de atuação se origina nas qualidades pessoais daqueles que compõem o grupo, não existe imposições e sim reconhecimento do papel de cada participante para o sucesso do grupo. Este processo permite que um conjunto de regras que orientam e controlam o comportamento das pessoas no grupo seja progressivamente desenvolvido e sistematizado. E estes valores sociais passam também a ser reconhecidos e compartilhados pelos stakeholders da ação social realizada.
Porém, é importante lembrar que se alguns valores sociais são de permanência para o grupo, outros valores podem variar no tempo em função das novas gerações de participantes do grupo, e também, de novas necessidades identificadas e passíveis de serem atendidas pelo grupo.
Podemos concluir que um grupo informal está sempre sujeito à qualidade de participação de seus membros, e que permanentemente pode ocorrer o risco de ser desfeito se membros são substituídos, ou se ocorrer uma desestabilização das relações interpessoais, ou se surgir divergências sobre os objetivos e interesses comuns, ou simplesmente porque se desmotivaram e cansaram do trabalho voluntário que realizam.
A Entidade Social
Em contraponto a um grupo que atua de maneira informal, existe a possibilidade de se estabelecer a partir do grupo uma organização social formal como uma entidade conscientemente governada e gerida, legalmente constituída por tempo indeterminado, gozando de fronteiras delimitadas que funcionam de maneira contínua, tendo em vista a realização de objetivos pactuados pelos empreendedores sociais que a criaram, e que podem ser mantidos e desenvolvidos por uma estrutura de governança e gestão.
Dessa maneira, a questão que se coloca é: quais são as vantagens da decisão do grupo para institucionalizar seus objetivos, estratégias e práticas numa organização formal.
Elementos para existência de uma organização formal
Uma maneira de identificar e sistematizar a apresentação desses elementos é defini-los como elementos internos ao grupo, e elementos externos existentes no contexto atual da sociedade brasileira. Selecionamos alguns desses elementos.
Elementos internos:
O conceito de voluntário radica da expressão latina voluntas, que significa “vontade, faculdade de querer”. Entende-se, então, que o fator que diferencia o voluntariado de qualquer outra prática é a pessoa realmente querer, desejar ou ter vontade própria de a desenvolver.
Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática; e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.
Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos, vistos como virtudes do indivíduo. Do ponto de vista religioso acredita-se que a prática do bem salva a alma; numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do homem. A caridade (forte herança cultural e religiosa), reforçada pelo ideal, as crenças, os sistemas de valores e o compromisso com determinadas causas são componentes vitais do engajamento.
Assim, o voluntariado é declarado, comumente e de forma simplista, como sendo uma atividade de oferta voluntária de tempo e de aptidões para a realização de determinado serviço/ação.
Num grupo, como vimos, se desenvolvem normas comportamentais de convívio, liderança e meios de funcionamento dos processos decisórios. Porém, por serem informais, têm chance de serem facilmente rompidas pela entrada de um novo participante que não sente obrigatoriamente limitado pelas circunstâncias encontradas, especialmente se pertence a uma geração mais nova que os demais participantes. Isto pode levar a conflitos, desmotivação de participantes, diminuição da eficiência e eficácia das decisões tomadas de maneira não consensual.
Elementos externos:
Quando o trabalho social de um grupo voluntário passa a ser reconhecido por sua importância e qualidade, naturalmente se torna sujeito a novas demandas e expectativas que nem sempre podem ser aceitas. Isto pode gerar desconforto pessoal e grupal dependendo da força e posicionamento da demanda feita. Facilmente as questões podem ser levadas ao campo do convívio social ou profissional de cada membro do grupo.
Para que as transações financeiras de doação, gestão, outorga de bolsas, pagamentos sejam realizados, uma estrutura formal contábil financeira é legalmente exigida, com um número de CNPJ, pelos órgãos Federais, Estaduais e Municipais.
Nos últimos anos houve uma maior presença e participação da sociedade civil e suas organizações no enfrentamento das questões sociais, especialmente no campo da educação. Estas organizações passaram a desempenhar um papel que não é cumprido nem pelo setor público estatal e nem pelo setor privado lucrativo. Estas organizações progressivamente assumem novos papéis de incentivadores da educação, diversificando seu portfólio de interesses e atividades, resultando em crescimento e desenvolvimento que exigem estruturas mais complexas de organização para que atuem com eficiência, eficácia e efetividade.
Conclusão
Os elementos acima elencados devem ser entendidos como pontos a serem considerados para permitir que um grupo de voluntários considere que tenha chegado o momento de evoluir para a criação de uma nova organização juridicamente constituída. Para tanto deve considerar a importância da missão organizacional, objetivos e planejamento estratégicos, governança, recursos necessários (financeiros, humanos, físicos, tecnologia da informação), estrutura e processos de operação, mecanismos de monitoramento, controle e avaliação de resultados e impactos.
A sua governança estruturada permite fixar períodos e temporalidade do trabalho voluntário de cada membro participante da direção, mecanismos de identificação e seleção de novos membros. Além do que, uma nova organização facilita o entendimento da impessoalidade das decisões, a profissionalização de estruturas e processos, promovendo a busca de metas de maneira eficiente, eficaz e efetiva.
Sendo uma organização social, a nova organização poderá ter condições de apresentar imunidade fiscal, acesso a benefícios tributários, isenções de pagamentos de taxas e contribuições. Para tanto, deve ter no estatuto certas clausulas que satisfaçam os requisitos legais necessários.
Fonte: https://observatorio3setor.org.br/colunas/marcos-kisil-investimento-social/grupo-voluntario-uma-organizacao-formal/
GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Gerenciamento de projetos no Terceiro Setor

Por que encontro tanta dificuldade para realizar o gerenciamento de projetos, atingir metas, cumprir cronogramas, gerir orçamentos e prestar contas?
Acredito que as causas são várias, seguem as que mais comuns:

O que conheço sobre técnicas de administração?

Sou formado em biologia, psicologia, economia, direito, pedagogia, assistência social etc… mas o que estas formações me ensinam sobre administração? O que elas me ensinam sobre administração de pessoal, administração do tempo, controles orçamentários, planejamento e várias excelentes ferramentas de administração?
Quando estou na ponta trabalhando como técnico o trabalho é 100% técnico, mas quando subo um nível hierárquico, e passo a coordenar uma equipe, o trabalho passa a ser 50% técnico e 50% gerencial. Se eu não me preparar como administrador só 50% do trabalho será realizado de forma profissional. Quanto mais se sobe no nível hierárquico, mais cresce o componente gerencial do trabalho chegando a ser 100% gerencial.

Quem da área nunca ouviu: “Este projeto é para ontem”?

Por não termos uma área de captação de recursos onde se faça prospecção de financiadores só acabamos sabendo de editais e outras oportunidades faltando pouco tempo para seu encerramento, então queremos que tudo seja feito as pressas. Assim não há tempo para se detalhar o projeto, como por exemplo: levantar todas as atividades, fazer a memória de cálculo de cada uma das atividades, levantar os custos de cada item da memória de cálculo, etc… Detalhes estes fundamentais para um bom gerenciamento.

Você tem claro seus indicadores de quantidade e qualidade?

Primeiro vamos entender que indicadores de impacto são alcançados no longo prazo e normalmente superior ao prazo do projeto, aqui vamos falar dos indicadores de quantidade e qualidade do projeto. Indicadores de quantidade são muito simples, mas para isso é preciso que meus objetos estejam quantificados, onde não há números não se pode gerenciar.
Indicadores de qualidade não são tão simples, mas estão longe de serem complicados. Quando vou comprar algo olho primeiro o preço e depois a qualidade. Como defino a qualidade de um bem que irei comprar? Por exemplo, meu objetivo é comprar um carro o indicador de quantidade é um carro e o de qualidade seria o modelo, motor, marca, acessórios, etc… Em um curso o indicador de quantidade seria o número de alunos e o de qualidade o que eles irão aprender no curso. Sem indicadores claros de quantidade e qualidade não saberemos para onde direcionar o projeto e nem comprovar se o projeto está no caminho que queremos.
Todos têm claro que o que se deve prestar contas e como se deve prestar contas é definido pelos indicadores do projeto que são acordados entre todos os parceiros do projeto?
A prestação de contas fundamental é a técnica onde demonstramos que atingimos os objetivos em termos de quantidade e qualidade dentro do prazo. A prestação de contas financeira é para demonstrar onde e quanto dinheiro foi utilizado e se ele foi gasto de acordo com as regras do financiador. A prestação de contas técnica é fundamental porque se você errar em um gasto talvez tenha que devolver o dinheiro daquele gasto, se você não atingir seus objetivos talvez tenha de devolver todo o dinheiro do projeto.
Quando temos indicadores sabemos o que temos de prestar contas e nos preparamos para termos sempre em mãos as informações necessárias fazendo o correto acompanhamento desde o início do projeto, além de solicitar notas fiscais e comprovantes necessários.
Recomendo que mesmo que o financiador só solicite a prestação de conta ao final do projeto que você o faça mensalmente. É mais fácil ver o que está faltando e concertar um problema do mês no próprio mês do que meses depois.

Qual a utilidade de um Cronograma Físico Financeiro – CFF?

Acredito que o CFF é uma excelente ferramenta para um bom gerenciamento. Gerente não precisa ser especialista em plano de contas, mas precisa saber gerenciar orçamento.
O CFF mostra o planejamento cronológico e financeiro do projeto mês a mês, além de todas as atividades que serão realizadas no projeto, quanto tempo se tem para executá-las, quando elas começam e quando elas terminam, quanto se tem de recursos para cada atividade e quanto se precisa ter em caixa para implementar o projeto. Como para se chegar ao custo de cada atividade é preciso se elaborar a memória de cálculo o gerente tem também o detalhamento de cada atividade.

Você escreveu seu projeto para quem irá implementá-lo ou para o financiador?

Acredito que um projeto deva ter um perfil de plano de negócios, onde precisamos deixar claro, quantificado e detalhado nossos objetivos, cronograma, orçamento, metodologia e estratégias.
Penso que o mais importante é que o projeto atinja seus objetivos dentro do prazo e do orçamento estabelecidos, para isso deve-se ser escrito para o coordenador que irá implementá-lo. Ao financiador se dá as informações que ele quer, do jeito que ele quer. Como financiador peço informações que irão me ajudar na análise do projeto e nos relatórios que preciso apresentar.
Enfim, o que peço como projeto visa atender as minhas necessidades como financiador, do outro lado, lembro quando estava na ponta e as informações que recebia não eram suficientes para que eu pudesse gerenciar o projeto me obrigando a reescrever, só que desta vez com limites financeiros e de prazo que muitas vezes comprometiam os objetivos.
Projetos para o Terceiro Setor não são difíceis de se elaborar, mas dão trabalho uma vez que são muitos detalhes a serem analisados. Por isso não se pode fazer rapidamente e posso lhes garantir que algumas horas gastas na elaboração destes detalhes representam semanas de tranquilidade na execução do projeto.
Fonte: http://nossacausa.com/gerenciamento-de-projetos-no-terceiro-setor/
TRANSPARENCIA TERCEIRO SETOR

O Terceiro Setor e a transparência à própria sociedade civil

Não é de hoje a existência de um debate constante da necessidade do Terceiro Setor prestar contas à sociedade, especialmente nas áreas em que atua. Um Setor especial da sociedade, que é composto de organizações sem fins lucrativos, que exercem atividades sociais, com imanente interesse público, ou seja, destinadas à atuação nos mais diversos segmentos, mas que dizem respeito a todos, direta ou indiretamente, vistos de forma difusa e cujas organizações, com relativa frequência, recebem recursos públicos, quer seja mediante destinações orçamentárias, subvenções sociais, contratos de gestão, termos de parceria, convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, referido Setor não pode ficar alheio à questão da transparência.
É nesse sentido que a Lei 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação, especialmente em seu artigo 2º, disciplina que a transparência é uma exigência também para as Organizações da Sociedade Civil (pessoas jurídicas de direito privado), quando elas se utilizam de recursos públicos.
A Lei, em verdade, torna obrigatória a transparência do manejo de recursos públicos por organizações privadas, exigindo a observância da publicidade como preceito geral e o sigilo como exceção, a divulgação de informações de interesse público independentemente de solicitações, a utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação, o fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência e também o fomento do controle social sobre o uso de verbas públicas, não só para as Administração Pública, como também para as Organizações do Terceiro Setor.
O dever de transparência, no entanto, não dispensa as regulares prestações de contas da utilização de recursos públicos aos órgãos internos e externos de fiscalização.
A Lei, nesse contexto, muito embora com mais de 05 anos de existência, vem sendo implementada pelo Poder Público em ritmo lento, o que se dá por inúmeras razões, mas dentre elas a escassez de recursos públicos para investimento na própria transparência e uma resistência imotivada não só do Poder Público como da iniciativa privada.
Não se pode ignorar, por outro lado, que a implementação vem surtindo efeito ano após ano, o que é absolutamente salutar, pois se encontra desbotado pelo tempo o entendimento de que o Poder Público pode eficazmente fiscalizar o uso de recursos públicos com a velocidade e a eficiência desejadas por todos.
Mais salutar ainda é o entendimento que vem criando raízes fortes de que o Terceiro Setor deve prestar contas à sociedade, independentemente do manejo ou não recursos públicos. Em verdade, inclusive sobre os recursos privados, notadamente aqueles auferidos mediante investimento privado de terceiros, de pessoas físicas ou de empresas, devem ser objeto da mais absoluta transparência.
As Organizações do Terceiro Setor que, conscientemente, atuam dessa forma, não só legitimam a sua atuação na sociedade civil, como também conquistam um ambiente mais promissor para buscar novos investimentos de terceiros.
A transparência, portanto, além de ser uma obrigação legal para o Terceiro Setor quando atua mediante recursos públicos, é uma interessante ferramenta para alavancar a captação de recursos privados, especialmente em momentos de crise econômica como a que vivemos atualmente e que ainda não temos a certeza de quando terá fim.
Fonte: https://observatorio3setor.org.br/colunas/airton-grazzioli-curador-de-fundacoes-de-sao-paulo/o-terceiro-setor-e-a-transparencia-a-propria-sociedade-civil/
gestão de projetos sociais

Quais são os benefícios da gestão de projetos sociais?

O tema gerenciamento de projetos surgiu por volta da década de 1960 e, de uns anos pra cá, está passando por um momento de enorme crescimento. Em especial, em projetos inovadores e complexos para os quais é recomendável que se adote uma metodologia formal de gestão.
O setor social é o melhor exemplo de ambientes complexos nos quais se opta pela utilização das metodologias de gerenciamento de projetos para o alcance de melhores resultados. Na área social, o gerenciamento de projetos é uma “ciência” de difícil aplicação, podendo se tornar extremamente complexa em cenários críticos e de muitas interfaces. O que está em jogo, nesse caso, não é gerar produtos ou serviços, mas resultados de impacto para a sociedade.
Leia também: Como é a tributação de entidade sem fins lucrativos?
Se um gerente de projetos, em qualquer outro setor, precisa ter habilidade de solucionar problemas, capacidade de negociação, influência e liderança, na área social, exige-se, além dessas habilidades, técnicas para definir, desenhar, planejar, organizar, monitorar e medir para atender às expectativas das partes financiadoras. Lembre-se de que seu projeto só pode ser considerado concluído quando suas entregas atendem às expectativas das partes interessadas. Nos projetos sociais, o beneficiário ocupa o primeiro lugar.
O olhar para o beneficiário é tarefa da metodologia Project Management for Development Professionals (PMD) e o Program Management for Development Professionals (PgMD), que trazem as mesmas qualificações de gestão adaptadas à realidade muito mais complexa dos projetos sociais.
Essas metodologias, que já têm utilidade e aplicabilidade testadas e comprovadas, trabalham com ferramentas de mensuração de impacto, inclusão do beneficiário, desenvolvimento humano, qualidade de vida, mitigação de riscos, reação da comunidade local, partes interessadas do contexto social, indicadores subjetivos e muitas outras questões que não costumam existir no mercado empresarial. Ou seja, o PMD e o PgMD codificaram conhecimentos e habilidades de gestão de projetos sociais uma disciplina formal e documentada como padrão mundial.
Se engana aquele que acha que gerenciamento de projetos não é necessário na área social. Afinal, qual o valor das metodologias em projetos de impacto social? Por meio do gerenciamento, as ações estratégicas das organizações sociais podem entregar resultados de programas com mais rapidez e eficiência. Essas ferramentas nos ajudam, por exemplo, a tomar decisões e aprovar ações de maneira muito mais assertiva. Ajudam a desenvolver estratégias de intervenção na realidade.
Projetos e programas que se desenvolvam lançando mão de um conjunto de métodos de diagnósticos e análises, de técnicas de coletas de dados e de instrumentos de observação e mensuração de resultados trazem melhores resultados.
Fonte: http://nossacausa.com/beneficios-da-gestao-de-projetos-sociais/

tributação de entidade sem fins lucrativos

Como é a tributação de entidade sem fins lucrativos?

Quando o Estado não consegue suprir as necessidades da população, entra a iniciativa privada. É nesse cenário que as ONGs se fazem presente.
Ainda que essas estejam em maior movimento, sempre se fizeram presentes as Entidades Sem Fins Lucrativos. Assim como ocorre em outras empresas, essas possuem direitos e deveres. Um desses é a obrigação fiscal bem como a prestação de contas para com a Receita Federal.

Mas, o que são entidades sem fins lucrativos?

Elas também são conhecidas como Terceiro Setor Econômico. Tratam-se de organizações não governamentais que não tem o lucro como sua visão de negócio, mas isso não quer dizer que ela não contrate pessoas e nem tenha um capital de giro inicial. É pela luta em objetivos artísticos, sociais, religiosas, filantrópicos e recreativos que elas atuam.
Como são empresas do direito privado, há a necessidade de realização de prestação de contas, principalmente por terem em sua raiz, a não finalidade lucrativa.
Isso, porque algumas tributações são específicas em algumas naturezas, podendo essa conceder isenção total ou parcial, ou ainda conferir imunização, embasado nos artigos da Constituição Federal.

Qual a diferença entre imunidade tributária e isenção?

Para que você consiga entender perfeitamente os pontos, é necessário compreender os tipos de tributação existente. Entre isenção e imunidade há bastante diferenças, sendo que ambas são perfeitamente possíveis nas ONGs.
A principal diferença entre elas está no fato em que o direito à imunidade está prevista na nossa Constituição Federal, enquanto a isenção está prevista na Lei.
Seguindo essa linha, a imunidade é uma proibição constitucional que é cedido às entidades públicas, na tangente de tributar alguns determinados grupos de pessoas ou de empresas por algum fato, independente da sua natureza jurídica ou pela atividade que ela desempenha.
Já a isenção é a vedação a essa tributação. Porém, ela é configurada pela dispensa legal de pagamento de tributo.
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Condições de imunidade fiscal

Segundo a LEi 3.532/97, a imunidade fiscal é cedida amplamente às instituições de cunho social e educativo. Segundo o artigo 50 da CF/88, é “vedado à instituição de impostos sobre patrimônio de renda ou serviço de instituições de educação e a assistência social sem fins lucrativos”.

Condições de isenção total ou parcial

Como pudemos ver pelo texto de lei, nem todas as ONGS são contempladas pela imunidade cedida pela Constituição Federal. Desse modo, elas devem recorrer a isenções que são previstas em lei, sempre analisando de acordo com a natureza da atividade e também o local onde essa apresenta sua sede.

IRPJ e CSLL

As instituições de cunho filantrópico, recreativo ou cultural, que prestam seus serviços à sociedade sem finalidade lucrativa, recebe o benefício da isenção em relação ao Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e também à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, de acordo com texto prevista em Lei nº 9.532/97

COFINS

Uma outra isenção garantida em Medida Provisório nº 1.858, é a do pagamento do COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).

PIS

A contribuição deste será determinada na base de 1% sobre a folha do pagamento do salário referente ao trabalho do mês.

INSS

As ONGs também possuem sua isenção dentro do imposto do INSS (por parte patronal), bem como as contribuições derivadas desse faturamento e do lucro forem destinados a entidades beneficentes, desde que os sócios, responsáveis e diretores tenham participação direta dentro dos valores arrecadados em forma de pagamentos ou benefícios.
Fonte: http://www.rosapenido.com.br/como-e-a-tributacao-de-entidade-sem-fins-lucrativos/
livros terceiro setor

3 livros para profissionais do terceiro setor

Entender a importância dos estudos através de cursos e leituras especializadas de livros para profissionais do terceiro setor é fundamental para garantir ações que possibilitarão o sucesso de um projeto social. Aliás, é ultrapassada a ideia de que ser uma pessoa com vontade de fazer o bem e ajudar o próximo bastava para trabalhar em uma ONG.
É necessário estar atento às leis, manter-se atualizado sobre as questões da sua causa, entender como alcançar mais pessoas, atentar-se às diversas formas de captação de recursos existentes e como elas funcionam.
existem instituições de ensino que oferecem cursos em vários níveis de graduação voltados para quem deseja trabalhar no terceiro setor, como pós e MBA em políticas públicas, serviço social.
Contudo, além de frequentar cursos, outra forma de também atualizar-se com o intuito de gerar melhores resultados é  a leitura de livros especializados sobre o trabalho em ONGs.
Vamos listar aqui três livros para profissionais do terceiro setor que consideramos muito importantes, que apresentam ferramentas para potencializar os seus resultados e, consequentemente, ajudar cada vez mais pessoas.
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1 – SOS da ONG – Guia de Gestão para Organizações do Terceiro Setor

O livro SOS da ONG – Guia de Gestão para Organizações do Terceiro Setor (2015), de José Alberto Tozzi, publicado pela Editora Gente, aborda as diferenças entre as organizações.
A obra também dá dica e orientações, sobretudo para a adoção de melhores práticas de gestão para que as ONGs se mantenham atuantes e sustentáveis.
Mesclando teoria e prática, a obra tem o intuito de ser um guia para gestores, empreendedores sociais, funcionários e até mesmo voluntários, orientando sobre diversos aspectos que podem garantir a sustentabilidade das ONGs.

2 – ONG Sustentável

A obra ONG Sustentável (2017), também de José Alberto Tozzi e publicada pela Editora Gente, fala sobre sustentabilidade das ONGs pelo viés econômico.
O livro apresenta uma metodologia que objetiva manter as entidades atuantes, executando sua missão com a menor dependência financeira possível de terceiros.
Esse método é a transformação do processo de captação de recursos em um processo de venda de produtos sociais, que o encara a ONG como um negócio, embora não objetive o lucro.
Além disso, o conteúdo orienta a: fazer uma gestão profissional e financeira, elaborar  plano de captação de recursos e implantar o marketing digital social e de conteúdo.

3 – Marketing para o Terceiro Setor

Já o livro Marketing para o Terceiro Setor (2006), de Sydney Manzione, publicado pela Editora Novatec, faz, de maneira clara e didática, uma adaptação dos conceitos do marketing clássico para o Terceiro Setor.
Gestores de ONGs encontrarão nesta obra um manual de aplicação de marketing, rico em procedimentos e exemplos, que podem ser aplicados sem altos investimentos.
Fonte: http://www.rosapenido.com.br/livros-para-profissionais-do-terceiro-setor/
sustentabilidade financeira

ONGs apostam em serviços para garantir sustentabilidade financeira

Uma coisa é certa: as crises sempre podem ser vistas como oportunidades para a inovação.
Nesse cenário, no qual observa-se a diminuição de fontes de recursos para o terceiro setor por diferentes razões, desde crise econômica até a saída de grandes fundações do país, vê-se também o surgimento de vários braços de negócios socioambientais de impacto criados pelas OSCs (organizações da sociedade civil) a partir da capacidade criativa e empreendedora.
Esses visam assegurar a sustentabilidade financeira dessas organizações por meio de serviços e de produtos voltados para o mercado.
Identificar esses ativos dentro das organizações sem perder de vista a missão das mesmas, seus recursos humanos e as necessidades do mercado torna-se um ponto chave para a sustentabilidade do terceiro setor.
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A pesquisa “Lições da prática: reflexões sobre os elos entre organizações da sociedade civil e negócios de impacto socioambientais”, produzido pela Ashoka, pelo ICE (Instituto de Cidadania Empresarial) e pelo CEATS-USP (Centro de Empreendedorismo Social da Universidade de São Paulo), lançada nesta terça-feira (19), aponta que há uma tendência na criação de novos formatos organizacionais híbridos, que antes eram vistos como incompatíveis por buscar ao mesmo tempo a geração de recursos financeiros e de valor socioambiental.
O estudo analisou os dados levantados a partir de entrevistas, workshops e webinar com empreendedores sociais e gestores de 29 OSCs de diferentes regiões do Brasil.
A amostra revela que vivemos uma época de reinvenção na qual a inteligência social pode e deve, não apenas trazer soluções para os desafios para a construção de um mundo melhor para todas e para todos, mas também reverter em recursos financeiros para que as OSCs sejam capazes de manter e ampliar sua atuação.
São vários os caminhos possíveis. O estudo identificou quatro deles, não excludentes entre si: a mudança no modelo de atuação, como a promovida pelo ISES (Instituto de Socioeconomia Solidária), que foi criado em 2004 com o objetivo de fomentar negócios de base comunitária na periferia paulistana e hoje atua como provedor de soluções socioambientais, utilizando uma lógica de ação B2B.
A criação de unidades de negócios, como a Gastromotiva, integrante da Rede Folha de Empreendedores, que utiliza seu espaço de formação e empregabilidade de jovens em gastronomia para gerar renda para a organização por meio da oferta de almoços para executivos e eventos corporativos.
A criação de uma empresa, como fez o CIES (Centro de Integração de Educação e Saúde), também integrante da Rede Folha da Empreendedores, ao criar a Fleximedical, que é responsável pela construção e logística de unidades móveis em saúde enquanto o CIES tem foco na operacionalização dos atendimentos à população.
E a prestação de serviços, modelo adotado pelo IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), que desde 2002 mantém uma unidade de negócios sustentáveis com equipe autônoma voltada a garantir a sustentabilidade do instituto no longo prazo e é parte da Rede Folha de Empreendedores.
O processo de adaptação das tecnologias sociais ao mercado, no entanto, deve levar em consideração alguns desafios. A terminologia do terceiro setor precisa ser alinhada com a do mundo dos negócios.
Além disso, questões de mercado como concorrência, demanda existente, formas de divulgação, recursos humanos e financeiros envolvidos devem fazer parte de um planejamento consistente e abrangente.
Para criar esses novos modelos e implementá-los, também é necessário criar equipes com competências híbridas, que consigam formatar produtos e serviços para o mercado, gerando retorno financeiro, mas que não percam de foco o impacto social.
Esses fatores devem ser analisados cuidadosamente para garantir que o novo modelo não implique na perda da identidade e do propósito da organização.
Ainda faltam investimentos, como capital semente, e a resistência do mercado de remunerar a prestação de serviços e os produtos criados por OSCs de maneira competitiva. Mas as evidências apontam que modelos híbridos podem representar uma nova maneira de pensar a sustentabilidade financeira e autonomia do terceiro setor.
A missão institucional da organização deve ser o fato norteador das ações e das inovações. A lógica de mercado é uma oportunidade para que as OSCs expandam seu impacto, demonstrando que é possível atuar em um contexto competitivo com valores e princípios voltados para a colaboração intersetorial e transformação positiva.
É também uma maneira de demonstrar às empresas que é possível atuar com responsabilidade socioambiental.

Fonte: www.portalterceirosetor.org.br/

terceiro setor

História do Terceiro Setor no Brasil

No Brasil, assim como em outros países, ocorre o crescimento do Terceiro Setor que, por sua vez, coexiste com dois outros setores: Primeiro Setor, representado pelo governo, cumprindo este uma função administrativa dos bens e serviços públicos, correspondendo, assim, às ações do Estado, nos âmbitos distrital, municipal, estadual e federal; e o Segundo Setor, representado pelo mercado, ocupado pelas empresas privadas com fins lucrativos.
Quanto à questão conceitual do Terceiro Setor, de maneira geral, a maior parte dos doutrinadores o define como sendo um conjunto de organizações e iniciativas privadas que visam à produção de bens e serviços públicos, em prol do atendimento dos direitos básicos da cidadania.
O surgimento de organizações sem fins lucrativos no Brasil data muito tempo. Não se tem o dado exato de qual é o início das primeiras organizações deste setor. “A Santa Casa de Misericórdia de Santos, criada em 1543, talvez seja a primeira instituição do Terceiro Setor de que se tem registro no Brasil”[1].
Segundo Débora Nacif de Carvalho[2], o Terceiro Setor no Brasil possui quatro momentos marcantes.
  1. O primeiro compreendendo o período situado entre a época da colonização até meados do século XX. Nele encontram-se as ações de assistência social, saúde e educação realizadas especialmente pela Igreja Católica, delineando o primeiro momento desta evolução. Estas ações eram na forma de asilos, orfanatos, Santas Casas de Misericórdia e colégios católicos. Chamadas de “associações voluntárias”, estas iniciativas eram permeadas por valores da caridade cristã, demonstrando como a noção de filantropia, inicialmente, era ligada a preceitos da Igreja Católica.
  2. O segundo momento histórico do Terceiro Setor, segundo a autora já citada ocorreu no governo de Getúlio Vargas, que com o apoio de organizações sem fins lucrativos para a implementação de políticas públicas, o Estado assume o papel de formulador e implementador destas políticas. Para tanto, é promulgada, em 1935, a lei que declara utilidade pública para estas entidades. Em 1938, é criado o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS), que estabeleceu que as instituições nele inscritas pudessem receber subsídios governamentais. Neste período, a Igreja continua tendo papel importante na prestação de serviços sociais, recebendo, em alguns casos, financiamentos do Estado para as suas obras.
  3. Já o terceiro marco histórico relevante para o Terceiro Setor no Brasil teria ocorrido durante o regime militar onde se caracteriza por uma intensa mobilização da sociedade, muitas organizações conhecidas por caráter filantrópico e assistencial se uniram às organizações comunitárias e aos chamados “movimentos sociais” para serem porta-vozes dos problemas sociais. É neste período que surgem as organizações sem fins lucrativos ligadas à mobilização social e à contestação política.
  4. O quarto e último marco histórico do Terceiro Setor no Brasil ocorreu a partir de 1980 com a diminuição da intervenção do Estado nas questões sociais e com a redemocratização do País e o declínio do modelo intervencionista do Estado, a questão da cidadania e dos direitos fundamentais passa a ser o foco das organizações sem fins lucrativos.
A partir deste momento, começa a crescer a articulação do Terceiro Setor como grupo consolidado que a cada dia vem adquirindo mais relevância social e virtude da atuação ineficiente do Estado, em especial na área social, o Terceiro Setor, que revela uma nova forma de conceber e trabalhar a questão social, vem crescendo e se expandindo em vários segmentos, objetivando atender a demandas dos mais diversos nichos da sociedade, onde o Estado e os agentes econômicos não têm interesses ou não são capazes de prover. Seu crescimento se dá, também, em consequência de práticas cada vez mais efetivas de políticas neoliberais do capitalismo global, produzindo instabilidade econômica, política e social, principalmente nos países do terceiro mundo.
Fonte:  adaptado de http://nossacausa.com/historia-do-terceiro-setor-e-seu-papel-no-brasil/