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Auditoria

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA EXTERNA ÀS EMPRESAS

O conceito de auditoria tem se ampliado ao longo do tempo, incorporando as novas utilizações das técnicas fundamentais de coleta de evidências, em resposta às solicitações crescentes da comunidade interessada nos serviços de auditoria. Podemos definir a auditoria como sendo o estudo e a avaliação sistemática das transações realizadas e das demonstrações contábeis consequentes.

 

Segundo conceituado pelo Instituto dos Auditores Independentes, a auditoria independente das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação com que estas representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada, consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação específica no que for pertinente.

 

Segundo Franco, a auditoria surgiu como consequência da necessidade de confirmação dos registros contábeis, em virtude do aparecimento das grandes empresas e da taxação do imposto de renda, baseado nos resultados apurados em balanço, sendo que sua evolução ocorreu paralelamente ao desenvolvimento econômico, que gerou as grandes empresas, formadas por capitais de muitas pessoas, que têm na confirmação dos registros contábeis a proteção ao seu patrimônio. Já para Almeida, a auditoria externa ou auditoria independente surgiu como parte da evolução do sistema capitalista, pois no início as empresas eram fechadas e pertenciam a grupos familiares, mas com a expansão do mercado e o acirramento da concorrência, houve a necessidade de a empresa ampliar suas instalações fabris e administrativas, investir no desenvolvimento tecnológico e aprimorar os controles internos em geral, principalmente visando à redução de custos e, portanto, tornando mais competitivos seus produtos no mercado.

 

Neste sentido, os trabalhos de auditoria externa são efetuados tendo como balizador as normas de auditoria vigentes, bem como os normativos emanados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Banco Central do Brasil (BACEN), dentre outros órgãos reguladores do mercado e são calcados nas mais variadas técnicas de testagem, que vão de análises de variações de saldos, recálculos de atualizações, checagem de documentos e demais procedimentos que o auditor julgar necessário aplicar no decorrer de seu trabalho. Com isto, o auditor objetiva formar sua opinião, ou conclusão nos casos de Revisão de informações trimestrais de Companhia Abertas, de que as demonstrações contábeis estão livres ou não de distorções relevantes, proporcionando aos usuários destas demonstrações contábeis, ou informações trimestrais, uma segurança mínima para realização de investimentos, empréstimos, concessão de crédito, etc.

 

 

Marcos A. C. de Almeida

Contador

CRC-RS: RS-068539/O-0

Auditoria Contábil

Quando o assunto é gestão financeira, sua empresa faz tudo certo? Os controles hoje praticados refletem a realidade dela? E os registros de receitas e despesas estão sendo feitos adequadamente? Se não sabe responder, vale conhecer o que é auditoria contábil e como realizar uma análise profunda em seu negócio.

O que é auditoria contábil?

A auditoria contábil é um processo de análise da situação financeira da empresa que permite atestar a precisão dos registros contábeis, identificar falhas de controle ou mesmo fraudes e irregularidades na gestão.
Ela é realizada a partir do exame de documentos contábeis e de inspeções internas, contando ainda com a apuração de informações junto a fontes externas. Podem ser auditados o fluxo de caixa, o balanço patrimonial e a Demonstração de Resultado de Exercício (DRE).
Por suas características, a auditoria é capaz de apresentar ao empreendedor uma opinião embasada sobre a realidade financeira do negócio, com segurança e transparência, permitindo a ele conhecer os problemas, suas causas e consequências, além de receber orientações sobre possíveis correções a implantar.
Ela pode ocorrer em qualquer empresa, inclusive naquelas de pequeno porte. Sua realização compete a um auditor com formação em Ciências Contábeis e registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
Ao empreendedor, cabe acompanhar de perto esse trabalho, disponibilizando todos os dados solicitados. Caso a empresa tenha um contador, ele pode auxiliar nessa etapa, mas a análise das informações é restrita ao auditor, que deve agir com total independência e imparcialidade, clareza e objetividade, seguindo como base as normas nacionais e internacionais de contabilidade.

O que uma auditoria analisa?

O objetivo principal de uma auditoria contábil é comparar as demonstrações contábeis com a situação patrimonial, financeira e econômica das empresas, mas outros processos da empresa podem ser alvo da ação. O CRC do Ceará lista oito áreas que se beneficiam da auditoria:
  • Administrativa: permite reduzir a ineficiência, a negligência, a incapacidade e a improbidade
  • Patrimonial: contribui com o controle de bens, direitos e obrigações
  • Fiscal: objetiva o cumprimento rigoroso das obrigações fiscais, protegendo o patrimônio de possíveis penalidades
  • Técnica: favorece a eficiência dos serviços contábeis
  • Financeira: protege contra fraudes e gastos excessivos
  • Econômica: permite que os resultados contábeis tenham maior exatidão
  • Ética: verifica a moralidade do ato praticado
  • Social: analisa a correta aplicação de recursos para fins sociais e ambientais, certificando a confiabilidade dos dados.

Quando realizar uma auditoria?

A decisão por contratar uma auditoria é bastante particular. O processo é vantajoso, pois dá ao gestor a certeza de que os controles internos estão sendo realizados de maneira eficiente ou, por outro lado, indica a ele caminhos para a correção dos registros contábeis, quando isso for necessário.
Para quem tem uma empresa, é sempre válido conhecer a sua real situação econômica e financeira e estar seguro que os processos de contabilidade estão sendo bem executados. Mas como a auditoria tem um custo, é mais comum que o dono do negócio ou um dos sócios recorra à técnica quando há indícios de erro ou fraude nas demonstrações contábeis.
É possível que esse temor se confirme na auditoria, revelando desvios de bens patrimoniais, pagamentos indevidos de despesas ou a omissão de registros de receitas, por exemplo. Se for o caso, é interessante que essa informação seja trazida por um profissional alheio à empresa e capacitado para tanto, de forma imparcial, embasada e difícil de ser questionada.

Como a auditoria é realizada?

O processo é realizado em conformidade com o estabelecido pelas normas brasileiras. Isso significa que, ao contratar um auditor para avaliar a sua empresa, ele terá diretrizes comuns a cumprir. No livro Auditoria contábil (Iesde Brasil), Mariano Yoshitake divide a auditoria em uma sequência de seis etapas. Vamos falar agora sobre cada uma delas.
1. Pesquisa ambiental
A primeira etapa é de reconhecimento. De início, o auditor obtém um entendimento preliminar das operações, coleta informações sobre o negócio e sua organização, consulta manuais da empresa e de associações comerciais, além de outros documentos.
2. Planejamento de auditoria
Com as informações colhidas na pesquisa ambiental, o auditor passa à escolha de estratégias que se mostram mais efetivas e eficientes. Ele especifica os procedimentos a adotar para obter evidências, incluindo a aplicação de testes a serem realizados sobre os controles contábeis.
3. Controle interno
Antes de passar à fase de testes, o sistema contábil e controles contábeis são documentados em detalhes. Após a documentação, cada um desses controles é avaliado preliminarmente para determinar os pontos fortes e fracos do sistema.
4. Teste de controle
O teste de controle, ou de observância, busca determinar se ele está sendo cumprido conforme as normas prescritas. O objetivo é verificar se os procedimentos de controle interno estabelecidos estão em efetivo funcionamento e dentro das regras aplicáveis.
5. Teste substantivo
No próximo teste, o auditor desenvolve e executa os procedimentos substantivos através dos quais busca assegurar a exatidão dos valores e outras informações disponíveis nas demonstrações contábeis.
6. Parecer do auditor
Por fim, na sexta etapa, o auditor avalia os resultados obtidos nos testes e revisa a adequação das demonstrações contábeis e notas explicativas, o que dará origem ao parecer de auditoria, redigido em acordo com as normas brasileiras de contabilidade.

O que fazer com os resultados

A auditoria contábil pode concluir que os processos atuais estão adequados e vêm sendo bem executados ou pode identificar erros ou fraudes. No primeiro caso, seus apontamentos se dão no sentido de contribuir para a manutenção das melhores práticas. Já quando um problema é detectado, as ações variam conforme sua gravidade.
Inicialmente, o gestor deve entender as diferenças entre erro e fraude. No livro Auditoria das demonstrações contábeis (FGV Editora), José Hernandez Perez Júnior e outros autores apresentam os conceitos definidos pelo Conselho Regional de Contabilidade (CFC):
  • Fraude: ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis.
  • Erro: ato não intencional, resultante da omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis.
Como é possível perceber, a diferença está na intenção ou não de cometer a irregularidade. Para melhor entendimento, vamos citar algumas das práticas que se encaixam nos dois grupos.
São exemplos de fraudes:
  • Manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos
  • Apropriação indébita de ativos
  • Supressão ou omissão de transações nos registros contábeis
  • Registro de transações sem comprovação
  • Aplicação de práticas contábeis indevidas.
São exemplos de erros:
  • Erros aritméticos na escrituração contábil ou demonstrações contábeis
  • Aplicação incorreta das práticas contábeis
  • Interpretação errada das normas e legislação aplicável nas circunstâncias.
Ainda segundo os autores, quando o auditor identifica erro ou fraude, deve comunicar de forma verbal ou escrita ao gestor, e não a terceiros (por razões de sigilo profissional), sugerir medidas corretivas e renunciar ao trabalho caso elas não sejam atendidas. Já quando a irregularidade é identificada no nível gerencial ou de diretoria, o profissional deve analisar o caso e, se achar conveniente, pode abrir mão da tarefa.

Considerações finais

Este artigo trouxe informações sobre a auditoria contábil, seus objetivos, como é realizada e possíveis resultados do processo. Agora, você pode avaliar com maior clareza se essa é uma necessidade em sua empresa.
Lembre-se de que a decisão sobre quando realizar a auditoria é sua. Se considerar essa uma medida extrema, tenha primeiro uma conversa franca com seu sócio e seu contador. Muitas das suas dúvidas podem ser esclarecidas dessa forma.
Fonte: Blog Conta Azul
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