Você já ouviu falar de constelação organizacional? Derivada da constelação familiar, a constelação organizacional é uma técnica cuja função é somar e ofertar apoio ao trabalho de consultoria às empresas e organizações. Implementada pelo filósofo e psicoterapeuta alemão, o Bert Hellinger, o método objetiva oferecer soluções devidamente efetivas aos problemas de contexto empresarial.
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Uma abordagem da Psicoterapia Sistêmica Fenomenológica, o seu resultado foi decorrente de anos de pesquisas com famílias, empresas e organizações diante de diferentes locais do mundo, procurando o diagnóstico e solução para os problemas e conflitos. Disso resultou um trabalho cujo acopla um conjunto de “leis” naturais que regem o equilíbrio dos sistemas em que Bert nomeia “Ordens do Relacionamento Humano”.
O início de tudo foi quando, em 1995, durante um congresso, Bert Hellinger empregou pela primeira vez a sua metodologia de orientação familiar para ajudar o seu amigo nas questões referentes à sua empresa. Depois disso, o trabalho não parou, pois os consultores empresariais de todo o mundo passaram a utilizar a Constelação Organizacional em suas consultorias.
Princípios
Após se tornar acessível e popular a pessoas e empresas, a Constelação Organizacional passou a sustentar por três princípios básicos:
1 – Hierarquia, na ordem e sistematização;
2 – Perencimento, no direito de pertencer ao sistema;
3 – Igualdade/Equilibrio, nas trocas justas ao dar e receber algo.
Objetivos
– Identificar e eliminar os problemas no ambiente organizacional nos processos;
– Melhorar a comunicação entre os colaboradores, líderes e a empresa como um todo;
– Tratar com equidade, objetivando que não interfiram e nem prejudiquem os resultados.
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Referências:
MARQUES, José Roberto. O que é Constelação Organizacional ?. Disponível em: https://www.jrmcoaching.com.br/blog/constelacao-organizacional/. Acesso em: 13 ago. 2019.
Fonte: http://www.imontepascoal.com/noticias/24082019/constelacao-organizacional-o-que-e/
No início da vida, a função da mãe é tão importante que muitas vezes não se reconhece e não se honra adequadamente a função, igualmente importante, do pai para a criança e para o Sistema Familiar.
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Durante a gestação, enquanto bebê e criança pequena, é realmente a mãe quem desempenha a função prioritária, aconchegando, nutrindo, segurando e protegendo.
Chega então o momento do pai expandir sua ação, e exercer seu papel fundamental e complementar ao da mãe durante o crescimento da criança.
Para isso é necessário, segundo o terapeuta alemão Bert Hellinger, o papel ativo da mãe em “apresentar” o pai ao filho, e ele então mostrará o mundo, o diferente, a diversidade, a coragem e os desafios, complementando o que veio da mãe e integrando ambas informações e aprendizagens para um crescimento e desenvolvimento saudável desse filho.
O filho observa e modela seus pais, atento a como ambos olham para o mundo, como são enquanto pais, pessoas, homem e mulher, e constrói a base que levará para seus próprios relacionamentos ao crescer.
Por vezes, lamentavelmente o pai morre cedo, ou há relações disfuncionais e conflitos entre o casal, separações e o pai se afasta da família e do filho, deixando um vazio que não pode ser preenchido por nenhuma outra pessoa.
Nenhuma exclusão em qualquer sistema é boa.
Esse afastamento pode partir do pai, ou pode haver uma exclusão desse pai por parte da mãe motivada por mágoa ou raiva, e assim ocorre a sempre sofrida alienação parental. A exclusão do pai gera consequências negativa para todos, sem exceção.
O filho sente a falta de seu pai, independente de quem foi ou como agiu.
A mãe, quando não honra nem reconhece o pai de seu filho, ou quando o rechaça, afasta e cobra que o filho fique ao seu lado contra esse pai, ocasionando um grave emaranhamento no sistema familiar, que poderá se perpetuar por gerações à frente, para seus descendentes.
Em algum momento futuro, esse filho que aceitou ficar contra seu pai por lealdade à mãe, se revoltará com essa situação, por ter sido afastado de seu pai, e terá mágoa dela, podendo também se afastar.
O pai excluído se fará representar por um descendente que reviverá seus fracassos e dificuldades, até que possa ser visto, sistemicamente reconhecido e reincluído na família, em uma vivência de constelação familiar.
Essas consequências se dão por fatores simples, porém, não facilmente percebidos.
Somos filhos de ambos, mãe e pai, 50% de nossa genética vem de cada um deles, e negar essa verdade é negar parte de nós mesmos.
A Vida chegou até nós através dos nossos pais e de todos ancestrais de suas famílias.
Necessitamos “tomar” plenamente a Vida que chegou através deles, pelo preço que custou a cada um deles.
Fazemos isso quando tomamos ambos, pai e mãe, aceitando-os plenamente, exatamente como foram e como são, com tudo o que nos deram, sem julgar ou cobrar que mais nos fosse dado, que não foi o suficiente ou não foi como esperávamos.
Se apresentarmos tantas restrições e julgamentos, não aceitarmos mãe e/ou pai, tomamos a Vida apenas parcialmente e experimentaremos lacunas que se expressarão de diversas possíveis maneiras, de acordo com o ponto onde se originou a falta. Possíveis consequências são a existência de problemas em diversas áreas da vida: profissão, dinheiro, relacionamentos, sexualidade, amor etc..
Devemos honrar mãe e pai independentemente de quem foram ou do que fizeram. O mínimo que tenham feito já foi o suficiente, nos deram a Vida, e ela não tem preço. Nunca poderemos retribuir algo tão grande.
Se foi “somente” a vida que nos deram, agradeçamos e façamos algo melhor com ela, levando-a adiante e dando continuidade à nossa linhagem, sendo cada vez melhores e levando a nossa família a um destino mais saudável.
Retribuir a Vida só é possível fazendo esse mesmo papel com nossos filhos, ou então, em projetos e ações para a sociedade, deixando um legado de contribuição, crescimento e Amor. Mesmo que os pais tenham problemas de relacionamento, se ambos conseguirem amar um ao outro na pessoa do filho, e reconhecer um ao outro quando olham para ele, se mesmo, não mais juntos, puderem perceber que no filho cada um está igualmente representado, conseguirão ressignificar a separação e agir conjuntamente em benefício do filho, que é menor que ambos e tem prioridade do cuidado.
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O filho assim poderá crescer saudável física e emocionalmente, com a presença de ambos em sua Vida, mesmo se um deles estiver ausente fisicamente, pelo reconhecimento de seu papel e importância.
Em qualquer época, é possível ampliar a consciência, reconhecer essas questões, e tomar a força que vem dos pais e da família, reconciliando-nos à Vida e alterando nosso destino.
Conhecer e respeitar as Leis e Ordens da Vida nos direciona para um caminho mais saudável, próspero e feliz.
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Às vezes, não importa o quanto andamos, algo sempre nos puxa para trás. Um assunto não resolvido, um problema que foi jogado para debaixo do tapete, um medo irracional ou, até mesmo, uma dor sem explicação: tudo pode ser o emaranhamento de uma vida entrelaçada. Ou de várias vidas. É assim que pensam os consteladores sistêmicos, indivíduos que seguem uma linha filosófica espiritual baseada nos ensinamentos do terapeuta alemão Bert Hellinger, que identificou forças naturais que agem sobre as pessoas e podem interferir na trajetória delas. Essas interferências, acredita, podem ter causas intrínsecas nas gerações atuais ou até em encarnações passadas.
Na teoria, o assunto é complexo. Mas, quando aplicado na prática, as coisas simplificam, como garante Clarissa Vargas, 32 anos, que é taxativa: “A constelação familiar mudou a minha vida”. A atriz e apresentadora da TV Escola diz que a terapia a curou de dentro para fora, em um processo de autoconhecimento. “Ainda estou na busca, mas aprendi que nascemos com memórias celulares e em sistemas familiares, nos quais assumimos, muitas vezes, papéis que não são os nossos”, simplifica.
A jovem diz ainda que, na experiência que teve com o método, aprendeu que cada um nessa vida é parte de uma teia de pessoas e acontecimentos inevitáveis, e isso acaba por fazer os indivíduos somatizarem dores de seus ancestrais e criarem interpretações erradas por falta de compreensão.
Hoje, a constelação familiar é aplicada em vários ambientes e situações, como na mediação de conflitos no Poder Judiciário, em escolas, empresas e até no Sistema Único de Saúde (SUS), onde foi adotada como prática integrativa. A terapia tem sido vista como uma alternativa para resolução de várias questões, tanto de âmbito familiar quanto profissional.
A psicóloga Luci Bernardes Barros é especialista em gestalt–terapia e atua na área há 18 anos. Nos últimos seis, também tem se dedicado à constelação sistêmica. Luci explica que se trata de uma terapia transformadora, essencialmente vivencial e fortemente referenciada nas sensações corporais, no sentir e no olhar. E vai além: a técnica mudou e ampliou muito sua prática e postura clínica.
De acordo com ela, é uma abordagem sistêmica e fenomenológica, que, em um único encontro, pode vir a descortinar uma dinâmica muitas vezes oculta no sistema familiar. “Não há lógica na constelação familiar, pois é uma filosofia profunda, que atua num nível de alma”, completa.
Clarissa Vargas garante que, em sua experiência com a constelação, aprendeu que o essencial é ter gratidão e aceitação “para que os vínculos doentios possam se desfazer de forma natural e energética, sem dor, apenas com sua permissão”. Ela também percebeu, enquanto ouvinte de outras constelações, o quanto recorrer a profissionais de qualidade faz toda diferença. “Percebo que os resultados podem emergir com mais efetividade quando o profissional tem, antes de diplomas de vários cursos aqui e acolá, verdadeira sensibilidade”, avalia.
Para Clarissa, vale a pena investir nesse processo de autoconhecimento, pois as transformações na vida são gigantescas. “Não conheço outra terapia tão assertiva. Eu discutia com minha mãe por tudo, não conseguia emprego que me pagasse o que eu sentisse que merecia, não aceitava uma gravidez não planejada que tive e me sentia deslocada, sendo brasiliense de família gaúcha. Hoje, minha relação com minha mãe é de ampla admiração. Reconheço que a força feminina dela está em mim e, sem isso, eu não teria o impulso interno que tenho de lutar pelas coisas”, analisa.
A psicóloga e doutora Adriana Barbosa, seguidora da escola psicanalítica de Sigmund Freud, admira a técnica da constelação familiar, mas acredita que não há nenhuma comprovação científica de que ela realmente funcione como uma terapia tradicional. “Sou muito cética, mas ouço relatos de pessoas que realmente se sentiram curadas com a constelação. Admiro o trabalho dos terapeutas nessa área, mas, como digo, é algo alternativo, que, com certeza, ajuda muito na busca do autoconhecimento, mas jamais deve tomar lugar da genuína psicoterapia, do divã, das sessões com psicólogos formados”, acredita.
Antigo padre e missionário junto aos zulus, na África do Sul, o alemão Bert Hellinger é educador, psicanalista, terapeuta corporal, familiar e de grupos. Um homem com muita sabedoria e experiência de vida, segundo seus seguidores. Como viveu durante muitos anos em situações conflituosas, como soldado durante a Segunda Guerra Mundial, e depois se tornou padre, essas experiências tiveram um profundo efeito no desenvolvimento das constelações familiares. Bert Hellinger, hoje com 92 anos, escreveu mais de 84 livros, traduzidos em 30 idiomas. O seu trabalho está documentado em numerosos CDs e DVDs.
Poli Halfeld, 59 anos, é proprietário de um salão de beleza que mudou muito. O lugar não passou por reformas físicas, o dono não gastou um centavo com troca de mobília, mas quem entrou no local depois das sessões de constelação feitas por ele e seus funcionários percebeu transformações. “Quando cheguei ao trabalho, depois da ser constelado, já senti um clima diferente, uma coisa muito interessante. As pessoas estavam mais interessadas em trabalhar juntos em uma proposta”, conta.
Tudo começou quando Poli conheceu a constelação e viu nela a oportunidade de mudar aspectos da vida que o incomodavam, começando por questões familiares. “Tenho três irmãos e cada um de nós mora em um lugar do país. A gente raramente se via, de vez em quando um aparecia na casa do outro, mas se reunir como família, não”, explica.
Para se conhecer melhor e entender os motivos dessa distância, ele fez uma sessão de constelação familiar e, a partir daí, as atitudes que ele vinha tomando começaram a ser melhor observadas. As escolhas foram analisadas e cada parente passou a ter uma atenção especial de Poli. “Eu me sentia envergonhado de ter sobrinhas já formadas que não conhecia. Isso é muita desconexão, porque são filhas do meu irmão, que é um homem superquerido e adorado pelas pessoas, mas eu não tinha essa conexão com ele.”
A terapia foi um grande norte para mudar as relações do empresário, que começou a ter aprendizados que inverteriam aquela situação. “A primeira coisa que aprendi foi a não ficar lamentando o passado. É preciso reconhecer o que aconteceu, mas seguir em frente, porque o passado não tem como mudar — nem se ficarmos remoendo.”
As diferenças do antes e do depois da constelação foram nítidas: “Nós já estamos marcando o nosso terceiro encontro. Parece que minha família voltou a ter um núcleo. Era cada um por si, muito desligados, principalmente eu, que me sentia desconectado”, conta.
Após ver todas essas ligações funcionarem, Poli passou a indicar a terapia a todos, tanto que os funcionários do seu salão também tiveram a chance de viver a experiência. “Depois da constelação empresarial que fizemos, tem uma coisa que acontece que não sei explicar o que é — algo em nível energético —, que te faz sentir conectado de novo. Eu sentia as pessoas divididas aqui no salão, hoje as vejo mais integradas”, detalha.
Em março, o SUS reconheceu os benefícios da constelação familiar, colocando a terapia como uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICS) ofertadas nas unidades de atendimento. A decisão é polêmica e vai além: em 2006, os cinco primeiros procedimentos alternativos foram incluídos no PICS — acupuntura, homeopatia, fitoterapia, antroposofia e termalismo —; em 2017, mais 14 práticas entraram na lista; e em 2018, mais 10. Hoje, 29 recursos terapêuticos são oferecidos em 9.350 estabelecimentos e 3.173 municípios. A relação completa está no site do Ministério da Saúde.
Uma constelação pode ser realizada em grupo ou individualmente. No método individual, são utilizadas representações simbólicas, que podem ser bonecos, cartas, almofadas, entre outros elementos. Nesse caso, explica Luci, ocorre uma sinergia muito grande entre terapeuta e constelado, pois o processo e as imagens internas de quem está sendo tratado podem ser atentamente acompanhados pelo constelador, por meio da observação corporal, da expressão dos sentimentos e das falas.
Já quando a terapia é aplicada em grupo, deixam-se de lado esses elementos representativos e são os participantes da sessão que simbolizam os laços familiares e as situações de conflito. Ou seja, em vez de o constelado eleger, por exemplo, uma carta, uma almofada ou um boneco que simbolize o pai, ele escolhe um indivíduo do grupo para isso.
De acordo com a filosofia que rege essas ações, nada disso é por acaso: o escolhido pode nem conhecer o problema da pessoa que está sendo tratada, mas vai viver ali situações importantes também para si. Assim, apesar de apenas um indivíduo ser a constelado naquele grupo, os demais também vivem um processo terapêutico.
Para a psicóloga Luci Bernardes Barros, as duas formas de constelar são eficazes e amorosas. Ela relata que, em ambas, cria-se um campo energético. Quando em grupo, os participantes, em geral, não tem nenhum prévio conhecimento entre eles nem sobre o assunto a ser trabalhado. Após compartilhar o tema com o grupo, a pessoa a ser constelada escolhe representantes para si e para seus familiares. Os representantes conseguem acessar informações inconscientes de cada elemento ou familiar representado.
O campo familiar que é acessado numa constelação pode ser comparado a uma consciência que contém todos os dados relevantes daquela família. Todos os representantes e participantes são influenciados, neste momento, por esse campo, independentemente de vontade ou escolha, segundo relata Luci Bernardes.
O cientista inglês Rupert Sheldrake denomina este campo de morfogenético. Assim, quem representa uma pessoa entra em contato com a história dela. Ele afirma que o campo sistêmico é muito poderoso, todos se beneficiam e entram em movimento de cura. A psicóloga esclarece, ainda, que a constelação é um método isento de crenças religiosas ou de quaisquer experiências místicas ou sobrenaturais. “A vivência não substitui nenhum tratamento médico ou psicológico, mas os complementa”, adverte Luci Bernardes.
Ela salienta que essa terapia pode ser capaz de liberar sentimentos dolorosos que marcaram um comportamento familiar e que podem estar atraindo outros membros para uma repetição em gerações posteriores. “Muitas vezes, um neto ou bisneto poderá, por amor, repetir, de forma inconsciente, esse destino”, reflete. Na opinião da psicóloga, a constelação não dá respostas, mas ajuda as pessoas a olharem para questões importantes que, muitas vezes, podem estar bloqueando o fluxo de amor em suas vidas.
O interessante, para a consteladora, é que o método revela as ordens do amor que precisam ser respeitadas, para que os padrões doentios não se repitam. Essas ordens referem-se a três princípios norteadores — pertencimento, equilíbrio e hierarquia. “Segundo Bert Hellinger, o amor é a maior força da existência. O fluxo do amor é interrompido, principalmente, com o julgamento e o desrespeito. Todo desrespeito gera desordem e desarmonia”, completa Luci Bernardes.
É uma filosofia e terapia criada pelo alemão Bert Hellinger que trabalha com os emaranhamentos sistêmicos que uma pessoa pode “herdar”.
É um termo usado para simbolizar o nó do amor em que se encontra a pessoa nas relações sistêmicas familiares. Em geral, olha-se para algo que foi excluído na família, e uma geração seguinte tenta reequilibrar o sistema a partir daquele acontecimento marcante. É o sintoma da alma, assim como o corpo dá sinais quando alguém tem uma crise de garganta e o corpo reage com a febre.
É, em primeiro lugar, uma profunda conexão com o coração do cliente. O tema que surge deve ser sempre aquele em que o cliente diz “eu quero curar isso na minha vida”. Esse desejo é a principal fonte de sucesso do processo da constelação. Os temas são os mais variados possíveis. Tem constelado, por exemplo, que procura uma sessão só para tentar entender por que não consegue andar de bicicleta.
Assistir ou participar de uma vivência de constelação familiar sem ser o centro da vivência é colocar-se à disposição da cura de uma pessoa. Naturalmente, como nos aglutinamos por afinidades, é possível também usufruir da sessão, que de uma forma ou de outra também ajuda no processo da própria cura.
É tudo que nos une ao um grupo de pessoas, que estão vinculados em função de um interesse comum, independentemente se estejam unidos ou não e se tenham consciência ou não.
Existem três leis do amor que fomentam a filosofia da constelação familiar criada por Bert Hellinger, chamada por ele de ordens do amor. São elas: a lei do pertencer, a lei do dar e receber e a lei da hierarquia. Elas dizem que vivenciar o processo de cura e de amor dentro da constelação familiar nos colocará em uma ordem do amor, que traz luz à consciência e nos leva para um futuro com força, amor e honra à vida. Essa ordem vem de muito longe e nos toca por meio dos nossos antepassados.
Os estudos da constelação dizem que existem ordens que regem as interações familiares: cada membro tem seu papel e suas atribuições dentro desse sistema, mas Larissa Oliveira, 30 anos, era uma das pessoas que não sabia disso. Como não teve a presença paterna dentro de casa, a secretária parlamentar acabou pegando para si responsabilidades e atribuições que não eram dela e descobriu que quem carrega muito peso, uma hora, sente as dores.
“Comecei com a acupuntura para resolver uma dor nas costas. Também vinha me tratando com reiki. A minha terapeuta reikiana disse que seria legal fazer uma constelação familiar. Eu fui com o intuito de descobrir por que eu adoecia a toda hora.”
A cada sessão, Larissa ia descobrindo os motivos das disfunções do corpo, relacionados a problemas de desordem na família. Ela passou a observar melhor suas atitudes, seu jeito de se portar diante das situações e sua posição nos conflitos, o que a fez perceber que a frieza da racionalidade nem sempre é a melhor opção. “Hoje, vejo que tem mais coração em tudo o que faço, consigo olhar para as coisas com mais sentimento, que antes eu bloqueava muito. Por precisar ter sido a pessoa forte da família a vida toda, que resolvia tudo, eu me tornei muito prática, mas com pouco sentimento”, conta.
Esse autoconhecimento construído na constelação foi fundamental na vida da secretária, que se tornou outra pessoa sem os pesos que carregava. “As pessoas ao meu redor viram muita diferença em mim. Mais serenidade, tranquilidade, encarando tudo com mais leveza”, lembra. Com a ordem familiar estabelecida, Larissa conseguiu se livrar das dores que a levaram para sua primeira sessão, mas não pode falar que terminou a terapia sem sentir nada, pois foi justamente o fato de conseguir sentir mais que a transformou.
“Começar a ter mais sentimento é assustador em um primeiro momento. O processo de se conhecer traz muitas descobertas, então, nesse começo, a gente pensa: ‘Mas eu nunca senti isso, por que isso está acontecendo?’ E agora vejo o quanto isso é bom, porque a gente passa a fazer as coisas com o coração.”
Não existe uma só formação possível para se tornar um constelador, mas tem surgido no Brasil uma organização cada vez maior na área, com aproximações científicas. É isso que explica Miriam Coelho Braga, consultora organizacional e terapeuta corporal. “Existem muitos treinamentos e informações. Eu, por exemplo, coordeno um curso de pós-graduação em constelações, o primeiro do Brasil a nível acadêmico. Esse é um conhecimento que o profissional precisa, porque ele dá sustentação teórica na ciência, bases práticas e, sobretudo, uma ética”, justifica. A experiência de Miriam mostra que o caminho é sempre se profissionalizar ao máximo para essa área, já que ela envolve os mais profundos sentimentos e sentidos dos clientes. “É algo sensível, porque o cliente pode surtar se não tiver um profissional capacitado com ele.”
Elisângela Barbosa, 44 anos, estava divida entre qual rumo tomar: se seguia a carreira profissional ou a abandonava para se dedicar exclusivamente a fazer constelações. No meio desse dilema, uma desconhecida foi quem a ajudou na decisão: “Eu estava andando na rua com aquele pensamento e, de repente, apareceu ao meu lado uma mulher que eu nunca tinha visto, com aparência de cigana, me tocou o ombro e me ofereceu uma flor — metade das pétalas era laranja e a outra metade vermelha. Então, a moça me falou: ‘Continue nos dois caminhos’. E seguiu andando”, conta.
Foi assim que a consteladora conseguiu aliar ambos os trabalhos e vivências para ajudar em processos familiares, individuais e até empresariais. “A vida foi me levando para um caminho holístico porque, ao mesmo tempo em que atuava como assistente social e psicopedagoga, eu tinha as dores familiares da ausência do meu pai, da força da minha mãe em precisar dizer que ele nos abandonou… E todas essas dores, me levaram a chegar até a constelação.”
Fazendo essa terapia há cinco anos, Elisângela já ajudou gente com os mais diversos problemas. Marcam sessões com ela pessoas que querem entender a depressão, as doenças físicas, as relações com membros da família e até a dificuldade de andar de bicicleta ou dirigir. Os métodos são complexos e envolvem as teorias de Bert Hellinger, mas, na prática, tudo flui em harmonia para que se alcance o tema de quem participa.
Elisângela trabalha os dois métodos. “Faço a constelação individual — com os bonecos — e em grupo — com pessoas”, explica. Mas, para ela, o segundo é mais interessante por sempre reunir pessoas com dificuldades comuns, mesmo que os presentes no dia não se conheçam: “Quando começo a montar a cena da constelação, chegam pontos de dores e sentimentos das emoções de todo mundo presente.”
Embasada em todos os conhecimentos sobre as teorias da constelação que adquiriu nesses anos, Elisângela explica que seu trabalho é apenas guiar a pessoa constelada, mas isso exige a sensibilidade de observar mais do que ela percebe. “Sou apenas uma mediadora na constelação, faço uma leitura que está no inconsciente dela a partir da cena que ela mesma me trouxe”, detalha. O que acontece a partir daí, garante, vai depender de cada caso, todos devidamente explicados pelas ordens do amor e suas leis do pertencer, do dar e receber e da hierarquia.
“Bert Hellinger descobriu que existe uma memória sistêmica familiar e, quando algo não é resolvido lá atrás, algum membro para a frente vai tentar resolver. Vamos dizer que a mãe se separou do pai e ele foi excluído. Pelas leis que Bert construiu, ninguém pode ser excluído. Então, se ele foi, alguém para a frente vai tentar incluir esse homem de alguma maneira. E a forma mais prática que a alma da pessoa vê para incluir esse membro é copiando comportamentos dele, de forma inconsciente.”
Cada pessoa reage de uma forma diferente diante do novo e do desconhecido. Há, por exemplo, aqueles que só querem distância — talvez por medo ou insegurança —, aqueles que entram de cabeça para saber do que se trata — com uma curiosidade aguçada —, e os que desdenham, mas não abrem mão de conhecer melhor aquele universo, como Cláudio de Jesus, 45 anos.
O advogado não acreditava muito nas transformações da constelação que tanto lhe falavam, mas também não se fechou a ponto de não querer saber daquilo. Quando uma amiga que tinha feito essa terapia o chamou para uma sessão em grupo, ele foi com a cabeça aberta e presenciou de corpo e alma aquelas energias.
“Fui chamado para integrar o desenho da constelação de uma pessoa. Então, entrei para o grupo familiar dela e assumi o papel de um indivíduo que não gostava dela — mas eu não sabia disso. Ela me posicionou ao lado da pessoa que a representava na constelação e meu braço, imediatamente, ficou dormente. A partir daí, minha descrença caiu por terra.”
Essa primeira experiência fez com que Cláudio compreendesse a terapia na prática — coisa que, a partir dali, foi sendo levada adiante por ele em sua vida e em seu escritório. “Eu comecei a ficar curioso e a participar de várias constelações. Muita coisa mudou, porque aprendi a interpretar as relações. Recentemente, atendi um pai que estava tendo problema com a filha, que, para mim, era uma questão constelar. A orientação que dei me dispensou como advogado, mas ele saiu extremamente agradecido e emocionado”, relata.
A constelação, de fato, tem sido aplicada com frequência no campo da advocacia, inclusive com juízes usando-a para ajudar os envolvidos nos casos a compreenderem os motivos dos seus conflitos e a pensarem em alternativas. Mas isso não é novidade para Cláudio. “Estão falando muito agora sobre o direito sistêmico, mas eu sempre fiz isso, só não sabia que era constelação. Sempre achei que as relações no direito de família, por exemplo, são frutos de um problema de constelação familiar. As pessoas se aproximam e se distanciam, mas precisam entender o porquê disso.”
Se existe uma terapia que busca solucionar conflitos familiares, por que não aplicá-la na advocacia? Essa pergunta foi feita por vários advogados e juízes, como o criador da expressão, o juiz baiano Sami Storch, que enxergou nos tribunais e escritórios uns dos lugares mais propícios para implementar essa técnica, como explica Luciana Pereira da Silva, advogada atuante no direito de família. “Começou a se perceber que usar mecanismos paralelos pode ajudar no encerramento de demandas judiciais, evitando maiores traumas para as partes envolvidas, especialmente no direito de família. A utilização dessa técnica passou a se oficializar em alguns tribunais, reduzindo drasticamente o número de processos em que não se chegava a um acordo. Aqui em Brasília, o TJDFT divulgou em 2016 oficialmente a utilização das constelações familiares para resolução dos conflitos processuais que estavam sob sua competência. E, no ano seguinte, apontou o número de acordos em 61% dos casos”, explica Luciana.
“Incrível, mágico e fascinante são palavras muito usadas quando pedimos a alguém para descrever a constelação de que participou. Todo esse encanto deixa no ar a curiosidade: afinal, por que essa terapia é tão diferente das outras? Para responder a isso, marquei a minha própria constelação. No consultório, o lustre de cristal e o papel de parede em preto e dourado criam um ambiente que levam a pessoa ao novo, diferente e pleno, situações buscadas por quem passa por emaranhamentos da vida.
A consteladora é Elisângela Brabosa, que explica os ensinamentos do psicoterapeuta Bert Hellinger para que possamos começar a sessão. Para continuar, ela pede um tema a ser constelado, ou seja, algo que esteja causando problemas na vida, algum incômodo ou mesmo insatisfação, qualquer questão que eu esteja disposto a curar.
Como a sessão foi individual, bonecos representaram cada personagem envolvido no meu tema proposto. E é aí que começa a ser analisado cada passo da nossa psique, quando Elisângela pede para que eu coloque na mesa cartas com as ilustrações que melhor representem as pessoas da história: mãe, pai, avós, irmãos… Dependendo do tema, até sentimentos ou objetos podem ser representados pelos bonecos.
Nessas escolhas, a consteladora observa ao máximo o que nosso inconsciente tenta dizer, pois é ele que guia a carta que escolhemos, em que posição da mesa a colocamos e até de que maneira a dispusemos — decisões que aparentemente não têm lógica. Mas surpreende ver o que elas significam quando Elisângela começa a explicar que posicionamos tal carta virada para trás por aquela pessoa olhar para um tema do passado, e que tal pessoa ficou ao lado de outro membro familiar porque estão em sintonia.
Assim, a consteladora vai passando por cada emaranhamento do campo sistêmico do constelado, para que, no final da sessão, fique compreensível o motivo do problema levantado no começo. Foi dessa forma que descobri, por exemplo, o medo de um membro familiar em relação à morte precoce, por conta de outro falecimento prematuro em gerações passadas. Sentimentos como esse foram sendo expostos até que se formou a frase da constelação, ou seja, o que precisaria ser feito para que aquele meu incômodo inicial tivesse uma resolução.
A sessão tem fim com vários aprendizados, autoconhecimentos que levamos para a vida e que podem resolver o conflito tratado e outros que, talvez, apareçam no caminho.”
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