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Empreendedorismo Social

como criar um plano de captação de recursos

Como criar um plano de captação de recursos para sua ONG

 

O plano estratégico é o que sua ONG faz, como faz e onde ela quer chegar. Dentro dele também deve ter um plano de captação de recursos, que é o ponto principal de uma angariação de fundos bem-sucedida (afinal, as ONGs precisam de verba para realizar suas ações).
O plano de captação de recursos envolve qualquer ação que a organização pode tomar para arrecadar verba para se manter ativa, e uma das formas mais profissionais de captar recursos hoje é através de uma campanha de financiamento coletivo , também chamado de crowdfunding.
Através da  plataforma de financiamento coletivo  é possível:
• receber e registrar as contribuições;
• contabilizar a quantidade já arrecadada e estimar quanto ainda falta para alcançar o objetivo financeiro;
• algumas, como a Kickante , oferecem dicas e estratégias de divulgação;
• registrar os dados dos apoiadores da causa para o seu controle e para, eventualmente, ao final das arrecadações, retribuir quem doou com recompensas simbólicas.
E mais, com financiamento coletivo, a ONG pode captar doações antes do período de maturação exigido pelo Governo que é de 2 anos (afinal, as ONGs possuem necessidades imediatas, não podem esperar 2 anos!).
Separamos algumas dicas a considerar quando sua organização for criar o plano de captação de recursos!
Leia também: 6 filmes sobre voluntariado e solidariedade para você se inspirar

O SEU PLANO DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS DEVE SER ENRAIZADO EM SEU PLANO ESTRATÉGICO

O plano estratégico define a direção que sua organização deve seguir e o plano de captação de recursos vai arrecadar os fundos necessário para realizar o plano estratégico. Seu plano de captação de recursos deve incluir informações como: quanto dinheiro você precisa para que a ONG continue realizando seu trabalho, como os fundos arrecadados serão utilizados, e qual o impacto que a captação de recursos vai causar no futuro.
Se o seu plano estratégico não envolve projeções financeiras, coloque tudo isso agora no papel. Em uma campanha de crowdfunding você deve definir uma necessidade atual e arrecadar fundos para que a mesma seja suprida.
A ONG Cão sem Dono, por exemplo, recentemente se viu em uma situação triste – a falta de espaço não permitia que resgatassem novos animais. Então, criaram uma campanha de financiamento coletivo a fim de arrecadar verba para construir mais canis e melhorar o serviço prestado aos animais resgatados. Assim, os contribuidores vão ajudá-los a suprir essa necessidade e, em troca, podem até batizar uma ala do canil com um nome de sua escolha!

CONTE SUA HISTÓRIA

A sua história e trajetória da ONG serão um dos pontos principais do seu plano de captação de recursos. Use as projeções e informações acima mencionadas de forma clara e concisa para explicar para os possíveis contribuidores porque você precisa do dinheiro agora. Fatos, números e muita emoção vão incentivá-los a apoiar sua causa.
Existem milhares de ONGs ativas no Brasil hoje, mas a sua história é só sua. Por que sua organização é diferente? Por que eles devem contribuir com você e não com a outra?

DEFINA AS FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES DE CADA MEMBRO

Qualquer campanha de arrecadação de fundos traz mais retorno quando tem várias pessoas envolvidas. Tome como exemplo seus voluntários: eles conhecem bem a organização, apoiam sua causa e serão as melhores pessoas para fazer a divulgação da campanha. Separe-os em grupos e designe a cada grupo uma ação de divulgação. Vale de tudo, redes sociais, e-mail marketing e também as ações off-line.

CRIE UM CRONOGRAMA

Antes de começar sua campanha de arrecadação de fundos, é importante ter um plano para seguir ao longo da campanha. Estipule metas pessoais para serem atingidas em cada semana. Responda perguntas como: Como vou divulgar minha campanha? Quantas vezes vou postar por dia? Em quais redes sociais? Com quais veículos de imprensa vou tentar contato? Quem são os influenciadores do meu tema? É mais fácil seguir um plano já feito do que perder tempo pensando nisso enquanto a campanha já está rolando!

LEMBRE-SE DE TODAS AS PESSOAS QUE JÁ CONTRIBUÍRAM COM SUA ONG DE ALGUMA FORMA

É um fato que as ONGs sempre vão precisar de contribuições para continuar funcionando. Por isso, é necessário manter contato com aqueles que já contribuíram para que se tornem contribuidores recorrentes . Hoje, já é possível transformar sua campanha de financiamento coletivo em um Clube de Contribuição Mensal .
Sua ONG precisa de fundos para se manter ativa e defendendo sua causa? Criando uma campanha de arrecadação você pode captar recursos da maneira mais simples, rápida e desburocratizada.
Precisa de ajuda para criar o plano de captação de recursos de sua ONG? Fale com a Thomazin Assessoria! Preencha o formulário de contato clicando aqui e o mais breve possível entraremos em contato.
Fonte: adaptado de https://exame.abril.com.br/negocios/dino/como-criar-um-plano-de-captacao-de-recursos-para-sua-ong-dino89089083131/
filmes sobre voluntariado

6 filmes sobre voluntariado e solidariedade para você se inspirar

A sétima arte tem o poder de nos impactar de diferentes formas, e é por isso que os filmes sobre voluntariado e solidariedade são fontes de inspiração para aqueles que andam incomodados com as desigualdades e desejam engajar-se em alguma atividade filantrópica.
Seja em causas humanitárias que auxiliam pessoas em situações de vulnerabilidade social ou em trabalhos voluntários com pessoas com deficiências, o cinema traz olhares sensíveis sobre histórias reais e fictícias que falam sobre valores como cooperação, reciprocidade, companheirismo e dedicação.
Compartilhamos aqui uma matéria do site Rosa Penido com sete filmes de diferentes nacionalidades para refletir ricas experiências com o voluntariado e te motivar a atuar em sua comunidade ou mesmo auxiliar ONGs e projetos filantrópicos sem sair de casa, fazendo sua parte para um mundo melhor. Confira!
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1. Elefante Branco (ARG, 2012)

Este filme ambicioso aborda questões sociais de uma forma sensível através do trabalho voluntário realizado por Ricardo Darín, um dos mais reconhecidos artistas argentinos da atualidade, no papel do Padre Julián.
Junto ao Padre Nicolás, Julián atua numa favela argentina em busca de afastar do tráfico os jovens da comunidade e terá uma tarefa difícil a sua frente devido à realidade local.
Além de demonstrar uma situação social muito parecida com a brasileira ao abordar a miséria e a violência, o filme demonstra a relevância da dedicação nos trabalhos voluntários que se empenham em educar e dar respaldo à jovens e crianças em situação de vulnerabilidade.

2. Um dia Perfeito (ESP, 2015)

Na lista de filmes sobre voluntariado e solidariedade, este drama espanhol dirigido por Fernando León de Aranoa aparece como uma ótima fonte de inspiração. O longa conta a história de ajudantes humanitários de diferentes nacionalidades que atuarão em uma zona de conflito nos Balcãs.
A história se passa em 1990 e foi inspirada no livro Dejarse llover da médica voluntária da ONG Médicos Sem Fronteiras, relatando o cotidiano conturbado desses ajudantes humanitários em uma área onde as Forças de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) são impedidas de atuar.
A tentativa de removerem um cadáver de uma pessoa obesa da água em vista de não contaminá-la ainda mais vai revelar que o trabalho voluntário pode, em pequenas atuações, impactar a vida de centenas de pessoas.

3. Patch Adams – O amor é contagioso (EUA, 1998)

Com base em história do médico que dá nome ao filme, este longa-metragem retrata a valorização do amor no cuidado de pessoas com problemas de saúde mental e física. Patch Adams, interpretado por Robin Williams, é figura central da história que, após ser internado por suicídio, percebe que é necessário mais humanidade na medicina e decide tornar-se médico para desenvolver uma nova metodologia.
Através de valores como a alegria, o respeito, o amor e a esperança ele irá inspirar a atuação dos profissionais e voluntários que se empenham na área da saúde. Além de receber indicação ao Oscar por melhor trilha sonora, também foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme em Comédia Musical.
No Brasil, as ONGs Doutores da Alegria e Doutores do Riso são exemplos reais dessas práticas, envolvendo voluntários de diversas áreas de formação. Esses doutores se utilizam figura do palhaço para despertar o lado alegre e saudável das crianças em tratamentos longos, levando o riso para aliviar a tensão das clínicas e hospitais.

4. Amor Sem Fronteiras (EUA, 2004)

Neste filme sobre voluntariado e solidariedade, angelina Jolie interpreta Sarah Jordan, uma mulher que decide dedicar-se a trabalhos humanitários em países da África. Este drama conta a história de amor entre Sarah e Nick Callahan (Clive Owen), que é médico voluntário.
Para ajudá-lo, ela arrecada alimentos e fundos para a compra de medicamentos e, ao chegar na Etiópia, decide por si mesma trabalhar como voluntária em ONGs humanitárias.
Devido sua intensa dedicação ao drama, durante as filmagens no Camboja Jolie decide adotar seu primeiro filho, Maddox. Anos antes, em 2001, a atriz havia sido nomeada embaixadora da Boa Vontade da ONU, sendo um exemplo de inspiração para os trabalhos voluntários.
Hoje a atriz possui forte atuação em zonas de conflito e campos de refugiados, tendo sido Enviada Especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) em negociações de crise que envolvem a locomoção de grandes populações, além de ser fundadora de um projeto educacional voltado para crianças afetadas por guerras.

5. Lion (EUA, 2017)

Este drama baseado em um livro autobiográfico conta a comovente história do indiano Saroo Brieley, que se perdeu de seu irmão aos 5 anos em uma tumultuada estação de trens em Khandwa, indo parar em Calcutá, há milhares quilômetros de distância.
Sem saber seu sobrenome ou onde vivia, Saroo (Sunny Pawar) não consegue retornar para sua família e passa a viver na rua até que é adotado por um casal australiano (Nicole Kidman e David Wenham) com bom poder aquisitivo.
Na segunda parte do filme, Saroo aos 25 anos é interpretado por Dev Patel que, grato por sua família adotiva, decide se reconectar com o passado e encontrar sua família perdida que vivia em uma Índia miserável.
A jornada de busca demonstra a importância das entidades filantrópicas e institutos sociais que auxiliam crianças desaparecidas, orfanatos e outras organizações responsáveis no suporte a crianças e adolescentes em situação de rua e abandono.

6. Um Sonho Possível (EUA, 2010)

Dirigido por John Lee Hancock, este filme também é baseado em fatos reais e conta a história de Michael “Big Mike” Oher (Quinton Aaron), um jovem negro sem teto que já havia passado por diferentes lares adotivos.
Em uma noite chuvosa, ele é abrigado da chuva por um colega cuja família está envolvida com o time futebol americano da escola e reconhece em Michael um potencial atlético.
Leigh Anne (Sandra Bullock) começa a envolver-se com a história comovente de Michael e decide tornar-se representante legal do jovem, incentivando-o educacionalmente através do esporte.
Anos depois ele se torna uma estrela do futebol americano, revelando como seu potencial estava sendo suprimido pelas condições de desigualdades.
A história demonstra a importância da solidariedade e do apoio de pessoas para que jovens e adolescentes em más situações sociais possam ter oportunidades melhores de vida.

6. Colegas (BRA, 2013)

Após ser impactado pelas palavras incentivadoras do professor John Keating no filme A Sociedade dos Poetas Mortos, Stallone (Ariel Goldenberg), um jovem com síndrome de down apaixonado por cinema, decide que sua vida deve ser mais extraordinária.
Ao lado de  Aninha (Rita Pook) e Márcio (Breno Viola), também jovens com síndrome de down, eles decidem ir seguir atrás do sonho de conhecer o mar. Partem em um carro, rumo à aventura doce que em nenhum momento aborda diretamente distúrbio genético dos protagonistas.
Além de inspirar empatia e solidariedade em quem assiste o longa-metragem, Colegas demonstra a importância em incentivar e acolher pessoas com deficiência para que desenvolvam todas suas capacidades intelectuais, físicas e emocionais.
Mostra também a importância do trabalho social consciente, visando práticas voluntárias baseadas no respeito à dignidade e à autonomia.
Fonte: http://www.rosapenido.com.br/6-filmes-sobre-voluntariado-e-solidariedade-para-voce-se-inspirar/
grupo voluntário

Do Grupo Voluntário a uma Organização Formal

Antecedentes
Um dos pontos fascinantes do processo de criação de uma organização ou entidade social é a motivação de um ou vários indivíduos que, de maneira informal e voluntária, buscam soluções para os problemas que afligem a sociedade, e buscam formas de contribuir com soluções que sejam significantes e transformadoras da realidade. Aqueles que aderem a essas propostas criam grupos sociais de voluntários para a causa que abraçam.
Uma vez que esses grupos conseguem sucesso e avançam em suas causas chega o momento de decidir como transformar o grupo informal numa entidade legalmente registrada dando início a uma entidade social.
Neste sentido, o objetivo deste artigo é apresentar elementos que afetam o processo decisório de um grupo que atua informalmente e que quer institucionalizar sua missão. Serão apresentados elementos que devem ser conhecidos e analisados para substituir essa atual informalidade por uma nova organização que possa continuar e expandir o trabalho e seu impacto sob uma figura jurídica própria.
O Grupo como Empreendedores Sociais
Entendemos que quando um grupo de ação social é formado ele já atua como um grupo empreendedor. Assim sendo, um primeiro ponto a conhecer é o papel que as motivações assumem em cada participante na decisão de empreender.
Sabemos que os indivíduos quando se envolvem no empreendedorismo social o fazem de uma forma intencional, tendo em mente determinados propósitos que pretendem alcançar. Em geral, os empreendedores põem relevância em três objetivos que os motivam: a determinação de realizar uma ação social necessária, a afiliação para com uma determinada comunidade e o seu desenvolvimento, e os objetivos de caráter pessoal, de natureza não pecuniária, relacionados com a autorrealização. As motivações funcionam como propulsores para uma ação que também dependerá de condições contextuais representadas por fatores econômicos, sociais, legais.
O empreendedorismo social é um fenômeno atual, e com uma importância crescente na sociedade. Autores identificam o papel das organizações sociais no crescimento econômico e inovação social, e assim contribuindo para a criação de uma sociedade mais coesa, democrática e ativa.
Numa primeira abordagem, poder-se-ia diferenciar o empreendedorismo econômico do empreendedorismo social pelo fato de este último ser uma expressão de altruísmo, enquanto o primeiro é inspirado pela geração de lucro. Empreendedores sociais são instigados por fatores de natureza não pecuniária que são essencialmente relacionados com a participação individual ativa e de maneira útil para a construção social. Para tanto, os empreendedores valorizam a independência e autonomia, o desafio que a iniciativa proporciona, o desejo de exploração plena de competências, a necessidade de concretização de seus ideais, a propensão para assumir riscos, o status e reconhecimento social.
O empreendedor social, com frequência, pertence ou pertenceu a um grupo que a organização social visa servir. O compromisso com uma questão social emerge, amiúde, como um sentimento de afetividade emocional e de responsabilidade para com uma causa, atuando como catalisador no desenvolvimento das suas crenças. Os empreendedores sociais sentem-se preocupados ou insatisfeitos com as respostas existentes para problemas sociais que encontram em si próprios, na sua família ou comunidade. Esta familiaridade com o problema social ajuda na identificação de oportunidades e na descoberta de uma solução para o problema. De uma forma semelhante, evidência empírica constata que os empreendedores sociais atribuem uma grande ênfase ao caráter local das necessidades sociais. De vital importância é o papel que empreendedores assumem como seguidores de um percurso que foi idealizado e seguido por pais ou irmãos mais velhos, que funcionam como modelos a serem seguidos. Segundo alguns autores, os indivíduos estarão mais predispostos para serem empreendedores sociais quando percebem que o mesmo é feito por muitas outras pessoas ou por indivíduos com notórias características de liderança.
Em resumo, os empreendedores sociais acreditam em cinco elementos: (i) necessidade de realização pessoal; (ii) desejo de ajudar a sociedade; (iii) foco não monetário; (iv) orientação para a ação; e (v) proximidade ao problema social.
O Grupo Informal
Na Sociologia, considera-se que os grupos sociais existem quando em determinado conjunto de pessoas há relações estáveis, em razão de objetivos e interesses comuns, assim como sentimentos de identidade grupal desenvolvidos através do contato contínuo. O grupo é assim um sistema de relações sociais, de interações recorrentes entre pessoas que compartilham certas características, interajam uns com os outros, aceitem direitos e obrigações como membros do grupo e compartilhem uma identidade comum, organizando-se de maneira informal.
A liderança do grupo em sua área de atuação se origina nas qualidades pessoais daqueles que compõem o grupo, não existe imposições e sim reconhecimento do papel de cada participante para o sucesso do grupo. Este processo permite que um conjunto de regras que orientam e controlam o comportamento das pessoas no grupo seja progressivamente desenvolvido e sistematizado. E estes valores sociais passam também a ser reconhecidos e compartilhados pelos stakeholders da ação social realizada.
Porém, é importante lembrar que se alguns valores sociais são de permanência para o grupo, outros valores podem variar no tempo em função das novas gerações de participantes do grupo, e também, de novas necessidades identificadas e passíveis de serem atendidas pelo grupo.
Podemos concluir que um grupo informal está sempre sujeito à qualidade de participação de seus membros, e que permanentemente pode ocorrer o risco de ser desfeito se membros são substituídos, ou se ocorrer uma desestabilização das relações interpessoais, ou se surgir divergências sobre os objetivos e interesses comuns, ou simplesmente porque se desmotivaram e cansaram do trabalho voluntário que realizam.
A Entidade Social
Em contraponto a um grupo que atua de maneira informal, existe a possibilidade de se estabelecer a partir do grupo uma organização social formal como uma entidade conscientemente governada e gerida, legalmente constituída por tempo indeterminado, gozando de fronteiras delimitadas que funcionam de maneira contínua, tendo em vista a realização de objetivos pactuados pelos empreendedores sociais que a criaram, e que podem ser mantidos e desenvolvidos por uma estrutura de governança e gestão.
Dessa maneira, a questão que se coloca é: quais são as vantagens da decisão do grupo para institucionalizar seus objetivos, estratégias e práticas numa organização formal.
Elementos para existência de uma organização formal
Uma maneira de identificar e sistematizar a apresentação desses elementos é defini-los como elementos internos ao grupo, e elementos externos existentes no contexto atual da sociedade brasileira. Selecionamos alguns desses elementos.
Elementos internos:
O conceito de voluntário radica da expressão latina voluntas, que significa “vontade, faculdade de querer”. Entende-se, então, que o fator que diferencia o voluntariado de qualquer outra prática é a pessoa realmente querer, desejar ou ter vontade própria de a desenvolver.
Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática; e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.
Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos, vistos como virtudes do indivíduo. Do ponto de vista religioso acredita-se que a prática do bem salva a alma; numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do homem. A caridade (forte herança cultural e religiosa), reforçada pelo ideal, as crenças, os sistemas de valores e o compromisso com determinadas causas são componentes vitais do engajamento.
Assim, o voluntariado é declarado, comumente e de forma simplista, como sendo uma atividade de oferta voluntária de tempo e de aptidões para a realização de determinado serviço/ação.
Num grupo, como vimos, se desenvolvem normas comportamentais de convívio, liderança e meios de funcionamento dos processos decisórios. Porém, por serem informais, têm chance de serem facilmente rompidas pela entrada de um novo participante que não sente obrigatoriamente limitado pelas circunstâncias encontradas, especialmente se pertence a uma geração mais nova que os demais participantes. Isto pode levar a conflitos, desmotivação de participantes, diminuição da eficiência e eficácia das decisões tomadas de maneira não consensual.
Elementos externos:
Quando o trabalho social de um grupo voluntário passa a ser reconhecido por sua importância e qualidade, naturalmente se torna sujeito a novas demandas e expectativas que nem sempre podem ser aceitas. Isto pode gerar desconforto pessoal e grupal dependendo da força e posicionamento da demanda feita. Facilmente as questões podem ser levadas ao campo do convívio social ou profissional de cada membro do grupo.
Para que as transações financeiras de doação, gestão, outorga de bolsas, pagamentos sejam realizados, uma estrutura formal contábil financeira é legalmente exigida, com um número de CNPJ, pelos órgãos Federais, Estaduais e Municipais.
Nos últimos anos houve uma maior presença e participação da sociedade civil e suas organizações no enfrentamento das questões sociais, especialmente no campo da educação. Estas organizações passaram a desempenhar um papel que não é cumprido nem pelo setor público estatal e nem pelo setor privado lucrativo. Estas organizações progressivamente assumem novos papéis de incentivadores da educação, diversificando seu portfólio de interesses e atividades, resultando em crescimento e desenvolvimento que exigem estruturas mais complexas de organização para que atuem com eficiência, eficácia e efetividade.
Conclusão
Os elementos acima elencados devem ser entendidos como pontos a serem considerados para permitir que um grupo de voluntários considere que tenha chegado o momento de evoluir para a criação de uma nova organização juridicamente constituída. Para tanto deve considerar a importância da missão organizacional, objetivos e planejamento estratégicos, governança, recursos necessários (financeiros, humanos, físicos, tecnologia da informação), estrutura e processos de operação, mecanismos de monitoramento, controle e avaliação de resultados e impactos.
A sua governança estruturada permite fixar períodos e temporalidade do trabalho voluntário de cada membro participante da direção, mecanismos de identificação e seleção de novos membros. Além do que, uma nova organização facilita o entendimento da impessoalidade das decisões, a profissionalização de estruturas e processos, promovendo a busca de metas de maneira eficiente, eficaz e efetiva.
Sendo uma organização social, a nova organização poderá ter condições de apresentar imunidade fiscal, acesso a benefícios tributários, isenções de pagamentos de taxas e contribuições. Para tanto, deve ter no estatuto certas clausulas que satisfaçam os requisitos legais necessários.
Fonte: https://observatorio3setor.org.br/colunas/marcos-kisil-investimento-social/grupo-voluntario-uma-organizacao-formal/
gestão de projetos sociais

Quais são os benefícios da gestão de projetos sociais?

O tema gerenciamento de projetos surgiu por volta da década de 1960 e, de uns anos pra cá, está passando por um momento de enorme crescimento. Em especial, em projetos inovadores e complexos para os quais é recomendável que se adote uma metodologia formal de gestão.
O setor social é o melhor exemplo de ambientes complexos nos quais se opta pela utilização das metodologias de gerenciamento de projetos para o alcance de melhores resultados. Na área social, o gerenciamento de projetos é uma “ciência” de difícil aplicação, podendo se tornar extremamente complexa em cenários críticos e de muitas interfaces. O que está em jogo, nesse caso, não é gerar produtos ou serviços, mas resultados de impacto para a sociedade.
Leia também: Como é a tributação de entidade sem fins lucrativos?
Se um gerente de projetos, em qualquer outro setor, precisa ter habilidade de solucionar problemas, capacidade de negociação, influência e liderança, na área social, exige-se, além dessas habilidades, técnicas para definir, desenhar, planejar, organizar, monitorar e medir para atender às expectativas das partes financiadoras. Lembre-se de que seu projeto só pode ser considerado concluído quando suas entregas atendem às expectativas das partes interessadas. Nos projetos sociais, o beneficiário ocupa o primeiro lugar.
O olhar para o beneficiário é tarefa da metodologia Project Management for Development Professionals (PMD) e o Program Management for Development Professionals (PgMD), que trazem as mesmas qualificações de gestão adaptadas à realidade muito mais complexa dos projetos sociais.
Essas metodologias, que já têm utilidade e aplicabilidade testadas e comprovadas, trabalham com ferramentas de mensuração de impacto, inclusão do beneficiário, desenvolvimento humano, qualidade de vida, mitigação de riscos, reação da comunidade local, partes interessadas do contexto social, indicadores subjetivos e muitas outras questões que não costumam existir no mercado empresarial. Ou seja, o PMD e o PgMD codificaram conhecimentos e habilidades de gestão de projetos sociais uma disciplina formal e documentada como padrão mundial.
Se engana aquele que acha que gerenciamento de projetos não é necessário na área social. Afinal, qual o valor das metodologias em projetos de impacto social? Por meio do gerenciamento, as ações estratégicas das organizações sociais podem entregar resultados de programas com mais rapidez e eficiência. Essas ferramentas nos ajudam, por exemplo, a tomar decisões e aprovar ações de maneira muito mais assertiva. Ajudam a desenvolver estratégias de intervenção na realidade.
Projetos e programas que se desenvolvam lançando mão de um conjunto de métodos de diagnósticos e análises, de técnicas de coletas de dados e de instrumentos de observação e mensuração de resultados trazem melhores resultados.
Fonte: http://nossacausa.com/beneficios-da-gestao-de-projetos-sociais/

ONGS

Quais são os tipos de ONGs no Brasil?

Você sabia que há mais de um tipo de organizações não governamentais no Brasil? Elas surgem a partir da necessidade de suprir as deficiências dos governos em sanar os problemas sociais. Sua finalidade principal é dar suporte e administrar recursos públicos ou privados em prol de programas e projetos sociais que causemimpacto positivo na sociedade.
Pertencentes ao terceiro setor, as ONGs são entidades sem fins lucrativos. Essas organizações são estruturadas e desenvolvidas de acordo com o foco de interesse, abrangência e o impacto que pretendem obter. Podem ter áreas de atuação diversas, tais como assistência social, cultura, saúde, meio ambiente, habitação, educação e pesquisa e desenvolvimento e defesa de direitos.
Além disso, as ONGs podem apresentar portes diversos. Quer saber mais a respeito dos tipos de ONGs existentes no Brasil? Confira o texto a seguir!

Glossário do Terceiro Setor – Os tipos de ONGs no Brasil

Como há uma infinidade de termos específicos utilizados quanto tratamos de assuntos do terceiro setor, é fundamental que comecemos esclarecendo a definição de alguns deles para evitar qualquer confusão. Confira a seguir alguns dos termos mais comuns:

ONG e OSC

Tanto a denominação de Organização Não-Governamental (ONG) quanto a Organização da Sociedade Civil (OSC) definem a mesma coisa, ou seja, entidades privadas sem fins lucrativos e com parcerias com o poder público.
Até 2014 era mais comum fazermos uso do primeiro termo, mas após o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC) instituiu-se que o segundo termo é o mais adequado.

Associação e Fundação

Essas denominações dizem respeito à natureza jurídica das Organizações da Sociedade Civil OSC), que podem ser constituídas como associações ou fundações.

OSCIP ou OS

As nomenclaturas Organização da Sociedade Civil com Interesse Público (OSCIP) e Organização Social (OS) dizem respeito às qualificações concedidas às associações ou fundações que atendem aos requisitos previstos em leis. Saiba mais a seguir.

Instituto

Esse termo pode ser incluso na razão social de uma Organização da Sociedade Civil (OSC). É comumente utilizado por entidades do Terceiro Setor, porém não é uma nomenclatura exclusiva do mesmo.

Tipos de ONGs ou OSCs no Brasil

Fundação

Uma ONG é considerada uma fundação quando é criada a partir de patrimônio doado por pessoa(s) física(s), empresa(s) ou família para servir a uma causa específica de interesse público ou em benefício da sociedade, sem fins lucrativos.
A doação em questão pode ser feita tanto em vida quanto através de testamento, no qual deve ser transferida por meio de uma escritura pública. O Ministério Público Federal é o responsável por garantir a validação legal desse tipo de ONG, que é regulamentada pela Constituição Federal de 1988.
Segundo a lei, as fundações só podem ter fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. São geralmente administradas por um Conselho Curador (responsável por decidir quanto à sua forma de atuação), o Conselho Administrativo ou Diretoria (órgão executor) e o Conselho Fiscal (que realiza o acompanhamento das contas da fundação).
Enquanto uma associação caracteriza-se pela união e organização de pessoas para um mesmo fim, a fundação define-se pelo patrimônio que se destina a um objetivo determinado, uma vez que organiza um conjunto de bens.
Alguns exemplos desse tipo de ONG são as fundações SOS Mata Atlântica e Abrinq.

Associação

Uma associação é caracterizada pela união de pessoas com um objetivo em comum, sem fins lucrativos. A Constituição Federal garante o direito à livre associação às associações, porém proíbe a prática de determinadas atividades descritas na lei, tais como atividades de caráter paramilitar, por exemplo.
Sua finalidade pode ser altruística (como associações beneficentes com atendimento a uma comunidade) ou não-altruística (quando se restringe a um grupo seleto e homogêneo de associados).
As associações são constituídas por meio de seu Estatuto Social, definido como um conjunto de cláusulas contratuais que relaciona a entidade com seus fundadores, dirigentes e associados, atribuindo-lhes direitos e obrigações entre si.
Toda a renda proveniente das suas atividades são revertidas para os objetivos para os quais fora criada, como são os casos das cooperativas, por exemplo.

Organização da Sociedade Civil com Interesse Público (OSCIP)

Essa é uma qualificação jurídica atribuída pelo Ministério da Justiça do Brasil. Diz respeito ao reconhecimento da idoneidade de uma instituição na condução de seus objetivos enquanto organização não governamental e sem fins lucrativos, que desenvolve e administra programas e projetos sociais.
Essa certificação possibilita o estabelecimento de convênios e parcerias com qualquer nível de governo e órgãos públicos (municipal, estadual e federal). Além disso, também permite o desconto no imposto de renda de doações realizadas por empresas. Os dirigentes desse tipo de organização podem ser remunerados.
Segundo a Lei nº 9.790/99, os requisitos para obter esse certificado são:
  • Ter funcionamento regular há pelo menos três anos;
  • Ter como objetivo social pelo menos uma das seguintes finalidades: promoção da defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, promoção de assistência social, promoção da cultura, promoção gratuita da saúde, da educação ou da segurança alimentar, dentre outros citados no art. 3º da Lei.
  • Incluir em seu estatuto normas que expressem concordância aos princípios aplicáveis à administração pública, à transparência na gestão e na prestação de contas, dentre outros citados no art. 4º da Lei.

Organização Social (OS)

Trata-se de uma pessoa jurídica de direito privado, cuja finalidade é atuar no ensino, desenvolvimento tecnológico, pesquisa científica, cultura, saúde ou proteção e preservação do meio ambiente, conforme previsto na Lei Federal nº 9.637/98.
A esse tipo de organização é permitido receber alguns benefícios do poder público, como isenções fiscais, dotações orçamentárias, entre outros.

Cooperativa

As cooperativas são um exemplo de associações sem fins lucrativos com finalidades não-altruísticas, uma vez que seus associados se unem com o objetivo de que seus serviços sirvam a seus associados.
Sua união é formalizada através de uma Assembleia Constitutiva que deverá ser registrada em cartório.

Entidade Beneficente de Assistência Social

Também conhecidas como CEBAS, esse tipo de entidade também recebe um certificado do poder público federal devido à sua atuação no setor específico da assistência social.
Essas entidades prestam serviços nas áreas de assistência social, educação e saúde. Podem manter convênios com o poder público e recebem algumas isenções do mesmo, como, por exemplo, a isenção da contribuição para a seguridade social (INSS).

Negócio Social

São caracterizadas como negócio social todas as empresas privadas que gerenciam seus negócios com a finalidade de obter lucros, ainda que em seu projeto social estejam incluídas atividades direcionadas para a resolução de problemas sociais.
Diferem-se de outros tipos de empresas devido ao seu objetivo final de causar um impacto positivo na sociedade. Como ainda não há no Brasil uma legislação específica para a constituição desse formato de empresa, sua formalidade constitutiva é definida como uma empresa comercial. A Solidarium e o Banco Pérola são exemplos de negócios sociais.

Instituto Empresarial

São definidas como institutos empresariais empresas atuantes no setor privado com a finalidade de operar no ramo da responsabilidade social corporativa ou filantrópica. O Instituto Empresarial de Incubação e Inovação Tecnológica (IEITEC) é um exemplo desse tipo de empresa.
Fonte: http://www.rosapenido.com.br/quais-sao-os-tipos-de-ongs-no-brasil/
impacto social

8 documentários indispensáveis para quem quer trabalhar com impacto social

Nunca a atuação com impacto social apareceu tão claramente como oportunidade de carreira para os jovens. Se há algumas décadas trabalhar com impacto estava restrito ao ativismo e trabalho voluntário, hoje – além dessas opções – também é possível empreender socialmente, trabalhar em organizações da sociedade civil já bem estruturadas, em startups de impacto, em departamentos de responsabilidade social de grandes empresas, e vários outros tipos de organização…
Ainda assim, independente do lugar, a carreira em impacto continua exigindo muita energia, motivação e vontade de fazer a diferença – além de certo conhecimento especializado sobre esse campo de atuação. A seguir, selecionamos documentários que cumprem esses dois papeis: o de inspirar e o de informar.

1. Real Value (2013)

Disponível gratuitamente no YouTube
Trata-se de um premiado documentário de economia, que uma reflexão sobre como as empresas podem ser usadas para criar valor além do lucro. O filme conecta histórias motivacionais de empreendedores sociais que trabalham na agricultura, vestuário, seguros e biocombustíveis, mas também traz um diferencial: a explicação científica cativante por trás de nossa percepção de valor, explicada pelo renomado professor de psicologia e economia comportamental Dan Ariely.

2. Living on One Dollar (2013)

Disponível para compra por aqui
Dirigido pelos jovens Zach Ingrasci, Chris Temple e Sean Leonard, ganhou o prêmio de melhor documentário no Sonoma International Film Festival. O filme mostra o desenrolar de um projeto inusitado do grupo de colegas, na época estudantes universitários de Desenvolvimento Econômico: passar o verão na zona rural da Guatemala vivendo apenas com um dólar por dia – situação real de milhões de pessoas que vivem em condição de extrema pobreza. Para os futuros empreendedores sociais, o exercício traz uma lição essencial: quando se quer resolver problemas dos outros – caso de muitos negócios de impacto – é importante descer da “torre de marfim” de quem acha que sabe a solução para o problema, e realmente entender a fundo a realidade que se quer trabalhar, se colocando no lugar dos outros. O filme já foi inclusive recomendado por Muhammad Yunus, economista indiano que cunhou o termo “negócio social”.

3. Slingshot (2014)

Disponível para compra por aqui
Para salvar o planeta, precisamos mudar nossa mentalidade e ser mais sustentáveis, pensando em soluções que sejam positivas para nós, para o meio ambiente e para os negócios. Para isso, são necessários bons empreendedores e profissionais. Dirigido por Paul Lazarus, Slingshot mostra a atuação de Dean Kamen, o inovador CEO da Deka, em busca da solução de um problema mundial: a indisponibilidade de água potável que prejudica – e mata – milhões de pessoas em todo o globo. Ele não é somente um homem de negócio de sucesso, mas um inventor por excelência. O documentário é um exemplo de como grandes empresas têm um papel importante na superação da pobreza.

4. Quem se importa

Disponível para aluguel no Vimeo e no iTunes
Dirigido pela brasileira Mara Mourão, o longa metragem foi filmado em sete países diferentes: Brasil, Peru, Estados Unidos, Canadá, Tanzânia, Suíça e Alemanha. Foi um dos primeiros filmes a contar a história de empreendedores sociais, e mostrar como esse movimento tem o potencial de resolver problemas da sociedade.

5. Conectados Transformamos (2014)

Disponível gratuitamente no YouTube
O filme, organizado pela Social Good Brasil, apresenta seis histórias de pessoas que decidiram agir pela mudança que desejam ver no mundo. São histórias como a do Projeto Integrar, que prepara alunos para ingressar nas universidades, e do Banco de Maricá, um programa de moeda social. Serve de inspiração e impulso para quem pensa em empreender socialmente. Se é esse o seu caso, assista e saia mais motivado a também colocar a mão na massa para resolver problemas sociais.

6. Muhammad Yunus: uma oportunidade para os pobres

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Muhammad Yunus é o criador do banco indiano Grameen Bank, focado em microcrédito para populações pobres antes não atendidas pelos serviços bancários. O feito lhe rendeu não só o apelido de “banqueiro dos pobres”, mas também o Nobel da Paz. Foi Yunus que cunhou a terminologia e o conceito por trás dos negócios sociais, e ele é hoje o nome mais importante desse campo. O documentário mostra sua trajetória e sua atuação na Índia.

7. 4YOU2: Inglês nas Comunidades

Disponível gratuitamente no YouTube

Gravado em 2015 por um estudante da USP em parceria com o Canal Futura, o documentário mostra a história por trás de um negócio social, a escola de inglês 4YOU2, que atua em comunidades carentes da cidade de São Paulo. Não traz só o ponto de vista do empreendedor, mas também de voluntários e dos próprios alunos. Para quem pensa em montar um negócio social, é útil ao desmistificar alguns passos desse processo, além de trazer uma injeção de inspiração!

8.CenaRIO: Sustentabilidade em Ação

Disponível gratuitamente no YouTube
O documentário foi feito por 30 estudantes cariocas que catalogaram iniciativas e negócios criativos para a construção de um mundo mais sustentável (e também mais justo!). Curtinho, com 25 minutos, mostra a força empreendedora do povo brasileiro, e passa longe de celebridades do mundo tecnológico ou inovadores com Ted Talks famosíssimas. Os personagens são 16 microempreendedores que conseguiram incorporar práticas sustentáveis aos seus negócios diários, da arquitetura ao comércio, passando pelo artesanato e produção de roupas.
Fonte: adaptado de https://www.napratica.org.br/9-documentarios-indispensaveis-para-quem-quer-trabalhar-com-impacto-social/#.W6VRX-hKjIV
empreendedorismo social

Empreendedorismo Social: A transformação social por meio do design

Não é incomum encontrar profissionais bem sucedidos, das mais diversas áreas, que ao atingirem um estágio de estabilidade na carreira decidem dedicar parte de seu tempo e recursos em atividades de cunho social. Esportistas, políticos e figuras públicas tornam-se benfeitores por meio de ONGs e fundações, mas apenas alguns conseguem aplicar seus conhecimentos nas atividades promovidas por essas entidades.
O caso do designer brasileiro Marcelo Rosenbaum é, seguramente, um dos mais emblemáticos nesse aspecto. Da cadeira de CEO do Rosenbaum, o escritório de design e inovação criado por ele com a sócia Adriana Benguela, Marcelo tinha uma lista impressionante de projetos já realizados e outros tantos por vir, como alguns dos mais renomados restaurantes de São Paulo e escritórios dos principais players de internet do mundo.
Porém, o designer vivia um período de inquietação que, aos poucos, foi ganhando forma. Estimulado pelas transformações e reformas realizadas na casa de diversos brasileiros de baixo poder aquisitivo, dentro do programa de televisão, Rosenbaum arregaçou as mangas e se viu diante de um desafio: remodelar a área recreativa do Parque Santo Antônio, comunidade da zona sul em São Paulo.
Ao organizar um mutirão de limpeza no espaço degradado, projeto que durou seis meses, ele provou que a promoção da cultura, além de atrair pessoas de origens distintas, era capaz de promover mudanças impactantes. A prove surgiu ao fim do processo, quando o traficante local acabou pedindo emprego para Rosembaum, tamanha a transformação.
Nesse ponto o designer já sabia o que queria: valorizar talentos de comunidades brasileiras impactando tanto as mãos produtoras de artesanato quanto as casas que adquirissem tais peças. E, para isso, foi necessário formalizar a iniciativa. Daí surgiu o Instituto A Gente Transforma, um verdadeiro encontro de Rosenbaum com sua verdadeirza natureza.
O desafio autoimposto tomou forma quando ele entrou em contato com a pequena Várzea Queimada, no interior do Piauí, uma comunidade de 900 moradores que tinha um dos índices de desenvolvimento humano mais baixos do estado. Foi lá que Rosenbaum decidiu botar em prática tudo aquilo em que acreditava: validar e valorizar potenciais, talentos e saberes das comunidades por meio do Design Essencial.
No primeiro momento, a dificuldade foi convencer os próprios moradores do valor, não apenas monetário, mas principalmente social e conceitual, dos trabalhos feitos com a palha de carnaúba que eram passados de geração a geração – e, na época, encontravam-se cada vez mais abandonados.
Ao mostrar para a comunidade de Várzea Queimada o valor de seus saberes e fazeres, aos poucos Rosenbaum implementou mudanças. A primeira foi a construção de um centro comunitário, que logo tornou-se o epicentro da coleção de cestos de carnaúba e chinelos de restos pneu que ganharam o mundo. Depois, graças a divulgação das peças, o turismo da cidade floresceu, com curiosos querendo saber mais e mais sobre o viver naquela remota região do Piauí.
Toda a saga do instituto criado para ajudar comunidades pobres a ter renda e preservar sua história foi registrada em livro e documentário. Uma demonstração do momento em que Marcelo Rosenbaum, o famoso designer, encontrou sua verdadeira natureza. E você, quando vai buscar pela sua?
Quer começar seu projeto social mas não sabe por onde começar? Fale conosco! Clique aqui para preencher o formulário e o mais breve possível entraremos em contato!
Fonte: https://revistapegn.globo.com/Publicidade/Jeep/noticia/2018/08/transformacao-social-por-meio-do-design.html
empreendedorismo social

Empreendedorismo social promete unir lucro com fazer o bem. É possível?

Se você sonha em trabalhar com causas sociais, um propósito específico (digamos: ajudar mães empreendedoras) ou questões ambientais, mas acredita que a maioria das pessoas trabalhando para o bem do próximo são voluntárias recebendo menos do que você necessita para viver, leia este artigo até o fim.
Empreendedoras sociais ao redor do mundo descobriram uma maneira de viver os seus sonhos, focados tanto no impacto social, quanto nos ganhos financeiros. E essa maneira de pensar está se multiplicando!
Existem dois pontos cruciais para você entender para se tornar uma delas:
1 – empreendedorismo social não precisa ser trabalho voluntário. O empreendedor social pode visar o lucro. É possível sim lutar por uma causa social ou ambiental e lucrar com isso. Porém, existem cuidados a serem tomados;
2 – se você quer ser uma empreendedora social de sucesso, você primeiro precisa entender que a responsabilidade social não pode ser um braço do seu negócio, ela precisa ser o coração do seu negócio, precisa estar na missão, na visão e nos valores do seu projeto. Não é um segmento onde você vai pegar carona em uma causa social, visando apenas lucro. Você precisa estar realmente engajada. Lembre-se dessa frase ao longo do texto: se o negócio nasceu com foco em uma causa, é focado nessa causa que ele terá sucesso.
Existe uma diferença crucial entre uma ONG e um empreendimento social. No caso da ONG, ela surge com o propósito primário de resolver um problema diretamente. Já em um empreendimento social você precisará ir um passo além da resolução direta da questão, identificando um serviço ou produto que criará uma solução para que seu cliente final resolva um determinado obstáculo. Por exemplo, na Kickante nós ajudamos pessoas ao redor do Brasil a fazerem a pré-venda dos seus produtos (livros, CDs, empreendimentos variados), uma vaquinha para necessidades emergenciais (remédios, incêndios, roubos), um financiamento coletivo para causas em que acreditam (artes, ONGs, ativismo) assim como clube mensal para pagamentos recorrentes. Nosso produto é a tecnologia usada para que as pessoas captem os fundos e cobramos um percentual pequeno sobre o valor captado. Resolvemos assim o problema de quem tem um projeto que não saiu do papel, criando uma solução para que nosso cliente final resolva o problema em si.
Uma ONG com o mesmo objetivo abriria um edital de acordo com seus critérios, e financiaria diretamente os projetos com dinheiro próprio. Ambas alternativas têm seus lados positivos e difíceis, e cada uma atende a uma parcela da população em diferentes momentos.
Outro case interessante, de uma mulher brasileira, é a empresa fundada pela professora Neide Sellin. Com o foco de mudar a realidade de deficientes visuais, a hoje empresária Neide Sellin criou em 2014 a start-up Vixsystem, autora do projeto cão-guia robô Lysa.
A ideia nasceu em 2011 dentro de uma escola pública da cidade de Serra (ES), onde Neide dava aula de robótica. Ela se aprofundou na causa, ouviu as dificuldades dos deficientes visuais e criou uma solução para eles.
No Brasil existe uma dura realidade de apenas 100 cães-guias para 6,5 milhões de deficientes visuais. O desequilíbrio é também devido ao custo para se treinar um cachorro para ser cão-guia, o custo médio é de R$ 50.000. Na sua empresa, Neide identificou a oportunidade de resolver o problema, criando cães-guias robóticos com custos em torno de R$ 9.800. Ao todo dez unidades já foram fabricadas com sucesso. Até o final deste ano, mais 500 serão vendidas. Ou seja, em um empreendimento social todos ganham. Existe a pressão por operações otimizadas, custos baixos, atendimento do mercado e resolver um problema existente.
Outro exemplo dessa realidade é a Aguawell Light, que em 2015, por meio de uma campanha na Kickante, arrecadou pouco mais de R$ 30 mil. O produto criado pelas brasileiras Flávia Arantes Jensen e Elaine Leal Abade, em parceria com um dinamarquês e um britânico, consiste em um coletor para chuveiros que capta água limpa desperdiçada durante o banho. O produto coleta seis litros de água enquanto uma pessoa deixa a água correr esperando ela esquentar no começo do banho. Quantidade suficiente de água que pode depois ser usada na descarga, regar plantas ou outras atividades. Uma solução simples, que ajuda o meio ambiente, ajuda o bolso do cliente e cria para as empreendedoras um produto com benefício social direto.
Estes são apenas três exemplos de empreendimentos sociais liderados por mulheres brasileiras. Existem centenas de milhares de outros exemplos ao redor do mundo.
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Fonte: https://claudia.abril.com.br/blog/candice-pascoal/empreendedorismo-social-promete-unir-lucro-com-fazer-o-bem-e-possivel/
obstáculos no empreendedorismo social

9 obstáculos do empreendedorismo social

O autoengano, muito bem retratado no livro do filósofo e economista Eduardo Gianetti, é um processo mental que faz com que nós, em determinado momento, aceitemos como verdadeira uma informação tida como falsa em outro momento. Sabe aquela nossa mania de adiantar o relógio para não chegar atrasado a compromissos? É autoengano.
O autoengano pode ser uma arma muito nociva ao empreendedor social, pois pode fazer com que este não enfrente os obstáculos naturais de sua atividade.
Sempre acreditei que a melhor forma de enfrentarmos obstáculos é conhecê-los antecipadamente para que assim possamos preparar uma forma de superá-los.
É claro que muitas vezes não poderemos nos antecipar, mas sempre que isso for possível teremos uma vantagem de reação. Obstáculos devem ser contornados, vencidos e superados; não devem ser motivos de fracasso.
E sim, como em qualquer outra atividade, no empreendedorismo social também existem obstáculos.
Vamos a eles:

1) Problema social e ideia de solução

Todo empreendimento social nasce a partir da identificação de um problema na sociedade – seja ele de educação, saúde ou lazer, como exemplos – e propõe uma forma de corrigi-lo.
A correção se dará por meio de uma empresa que lucrará ao tempo em que resolve um problema social que o Estado não conseguiu resolver. Por exemplo, a escola de inglês 4 You 2 traz estrangeiros que se hospedam e favelas e ministram cursos de inglês aos seus moradores.
Portanto, se o empreendedor não identificar corretamente o problema social e se sua ideia de solução não for realmente uma oportunidade, o negócio será todo planejado e estruturado em bases frágeis, o que pode comprometer o seu futuro e desempenho.
E isso é comum: muitos dos empreendedores sociais, por serem idealistas e sonhadores, deixam de lado a racionalidade nesse momento e agem – transbordados de emoção – para ajudar o próximo. Apesar de ser uma forma muito admirável, não seria empreendedorismo social, e sim filantropia.
Sendo assim, a identificação de problemas, a geração de ideias e a análise de oportunidades deve ser a primeira e mais exaustiva etapa do processo empreendedor.
Leia também: Qual a diferença entre um EMPREENDIMENTO SOCIAL e uma ONG?

2) Compreensão do mercado

Com a oportunidade estruturada para solucionar determinado problema, o empreendedor social por vezes peca na compreensão do mercado que vai atuar.
O mercado é composto por determinado produto/serviço que será ofertado pelo empreendedor, por clientes que irão utilizá-lo, por fornecedores de diversos tipos e por concorrentes (sejam eles diretos ou indiretos).
A dimensão, composição, caracterização e localização são alguns dos aspectos de mercado que são mal compreendidos por alguns empreendedores sociais.
Os clientes em potencial às vezes não estão preparados para receber o produto ou serviço em questão. Culturalmente eles não veem necessidade naquela “proposta mágica” que você está levando. Por que você acha que um morador de um vilarejo distante e isolado passaria a usar um complexo vitamínico que você está vendendo, por exemplo?
Os empreendimentos sociais devem ter possibilidade de escala, ou seja, o empreendimento deve atingir determinado tamanho para se tornar financeiramente viável e mais: surge em nível local, mas podendo crescer até dimensões regionais, nacionais e globais. Quanto mais pessoas o negócio ajudar, e mais lucro tiver, melhor.

3) Capital financeiro

De forma simplista, existem dois tipos básicos de capital necessários para a realização de um empreendimento: o investimento inicial e o capital de giro.
O primeiro trata de todo o investimento necessário para o negócio começar a funcionar; o segundo para o negócio continuar funcionando até conseguir se manter por conta própria. O primeiro é para abrir, o segundo para continuar. O primeiro inaugura, o segundo perpetua.
Compreender essa divisão é o primeiro passo. O segundo passo é ter o capital!
O capital de investidores disponível para empreendedores sociais têm crescido no Brasil, mas ainda é pequeno. Existem opções tradicionais de financiamento – bancos, linhas de crédito- e os famosos financiamentos coletivos (um exemplo é o Catarse).
Sebrae e o Endeavor, por entenderem essa dificuldade dos empreendedores, oferecem diversos cursos em EAD sobre o assunto.

4) Capital humano

Um dos livros mais aclamados no mundo por empreendedores e executivos bem sucedidos é Empresas Feitas para Vencer, de Jim Collins.
O autor, dentre diversas outras afirmações que tornaram o livro famoso, diz que ao estruturar uma empresa pense “primeiro quem…depois o quê”. Ou seja, antes de pensar o que irá fazer, pense nas melhores pessoas para estarem ao seu lado, nos melhores sócios e nos melhores colaboradores. As organizações são feita de pessoas e ótimas organizações são feitas com pessoas certas.
As grandes organizações gastam fortunas para recrutar e selecionar bons profissionais porque sabem disso, mas também porque sabem que nem sempre é fácil encontrar a pessoa correta para a posição certa.
Do outro lado, no mercado de demanda por trabalho, alguns profissionais acham que o empreendedorismo social é um setor volátil e não o procuram. Outros o confundem com filantropia ou com empreendimentos tradicionais, o que também dificulta a colocação.
Pense nisso desde o início do negócio.
Veja também: Empreendedorismo social: o que é e como fazer?

5) Plano de negócio

Plano é o resultado do planejamento do negócio. É um documento que detalha todas as características de um empreendimento ao mesmo tempo em que atua como uma ferramenta de gestão.
É a credencial, o currículo, a identidade, o check up anual, enfim, é uma visão geral do negócio que todo potencial investidor ou sócio irá cobrar de você na primeira oportunidade.
Um plano de negócio bem elaborado não garante o sucesso, mas aumenta potencialmente – segundo dezenas de pesquisas – a possibilidade de alcançá-lo.
Sites como o FazInova, Sebrae e Endeavor oferecem cursos interessantes sobre planos de negócios, porém para empreendimentos tradicionais.

6) Burocracia brasileira

As principais pesquisas sobre empreendedorismo tradicional, Doing Business 2014 e Relatório GEM 2013, trazem um panorama profundo sobre o mercado empreendedor.
Um dos pontos que o mercado brasileiro sempre se destaca negativamente é a burocracia: abrir empresa, obter licenças e alvará, recolher impostos – só para ficar em alguns exemplos – são atividades extremamente complicadas aqui se comparadas com outras nações.
O empreendedor brasileiro deve ter consciência disso para planejar seu empreendimento contando com a realidade e não ser surpreendido já com o negócio em funcionamento ou em fase de investimento.
Cabe também ao empreendedor cobrar, por meio de seus representantes eleitos (deputados, senadores, governadores e presidente), uma ação mais eficiente para que ambiente empreendedor se torne mais acolhedor.

7) Dificuldade de gerenciamento

Quando o negócio já está em funcionamento, o empreendedor social precisa administrá-lo.
Pode parecer óbvio, mas grande parte deles não possui competências – conhecimentos, habilidades e atitudes – necessárias para gerenciar um negócio. Nesse caso, todo o processo realizado até este momento é colocado em jogo, e uma oportunidade muito bem estruturada pode ir por água abaixo por mau gerenciamento.
Aliás, várias pesquisas afirmam que um dos principais motivos para o fracasso dos negócios logo no primeiro ano é a falta de competência do empreendedor para administrá-lo.
Mais uma vez o Sebrae e o Endeavor trazem diversos cursos de gerenciamento de empreendimentos.

8) Equilibrar retorno financeiro com impacto social

Aliar retorno financeiro a impacto social é, e sempre será, uma dificuldade para o empreendedor social. As dificuldades provenientes dessas características, que é chamada em inglês de double botton line, podem aumentar ainda mais se o perfil dos sócios for diferente ou se o perfil dos empreendedores e dos investidores também o for.
Em algum momento pode se chegar a um trade-off entre aumentar o retorno financeiro e diminuir o impacto social ou aumentar o impacto social e diminuir o setor financeiro. E aí?

9) O autoengano

Independentemente dos obstáculos, empreendedores sociais têm um grande potencial. É um mercado ainda novo e repleto de oportunidades para aqueles que decidirem explorá-lo.
Empreendedores sociais têm a oportunidade de resolver problemas, gerar emprego, ganhar dinheiro e mudar o mundo!
Precisa de ajuda para começar o seu empreendimento social? Fale conosco! Clique aqui para preencher o formulário e assim que possível entraremos em contato!
Fonte: https://www.mudevoceomundo.com/single-post/2014/10/28/Os-9-obst%C3%A1culos-ao-empreendedorismo-social

Qual a diferença entre empreendimento social e ong

Qual a diferença entre um EMPREENDIMENTO SOCIAL e uma ONG?

A baixa visão e posterior cegueira decorrentes de uma doença degenerativa da retina não impediram o sociólogo Fernando Botelho de construir uma carreira internacional bem-sucedida. Com apoio da família, que sempre procurou tecnologia de ponta para ajudá-lo nos estudos, Botelho graduou-se e fez mestrado nos Estados Unidos. Trabalhou na Unctad, agência da ONU em Genebra destinada a promover o desenvolvimento pelo comércio exterior, e também foi diretor do Banco UBS, em Zurique, em atividades ligadas à redução da pobreza e apoio à filantropia. Quando morou em Nova York, no fim da década de 1990, desenvolveu uma comunidade virtual com foco no desenvolvimento de pessoas com deficiência visual e cegueira, o eSightCareers.net, com mais de 3.000 membros.
O espírito empreendedor e a vontade de criar um negócio que possibilitasse a outras pessoas com deficiência visual as mesmas oportunidades de aprendizado e trabalho que trouxeram Botelho de volta ao Brasil, há cinco anos. Com a mulher, Flávia de Paula, ele fundou em Curitiba a F123, um negócio social que tem como premissa o desenvolvimento de um software de leitura para deficientes visuais de custo acessível. A empresa oferece no mercado um pacote que inclui a assinatura anual do software (disponível em português, inglês e espanhol), capacitação online, atualizações e apoio técnico por um custo anual da ordem de R$ 250. Com uma base de 1.000 assinantes – alguns deles em países como Uruguai, El Salvador e Zâmbia – a F123 hoje enfrenta o desafio de ganhar escala para tornar seus programas ainda mais acessíveis. A meta de Botelho é baixar em 50% o custo da assinatura anual de seus softwares e ganhar ainda mais abrangência. Oferecer o software para todas as escolas públicas brasileiras é outro desejo.
“Ainda somos uma startup e temos um longo caminho a percorrer para ganhar escala e beneficiar mais gente. Mas eu consegui realizar meu sonho, que sempre foi ter um negócio que melhorasse a vida das pessoas”, diz Botelho. Embora ainda seja uma empresa embrionária, a F123 já recebeu vários prêmios e começa a se destacar em sua área de atuação. Um deles, em 2012, foi o prêmio Empreendedor Social de Futuro, uma iniciativa da suíça Fundação Schwab, em parceria com a “Folha de S. Paulo”.
Leia também: O que é uma startup?
A trajetória de Fernando Botelho e sua F123 ilustra um movimento que começa a se consolidar no Brasil: o dos negócios sociais. São empresas que visam o lucro como qualquer outra, mas se diferenciam por desenvolver produtos ou serviços que ajudem a transformar a realidade de pessoas pobres. Geralmente atuam em áreas com carências estruturais, como saúde, educação, habitação, tecnologias inclusivas e acesso a crédito. Outra premissa dos negócios sociais é reinvestir os lucros na própria empresa, para impulsionar seu alcance social. Em alguns casos, parecem ONGs – mas não são.
“A fronteira entre ONG e negócio social às vezes é mesmo tênue”, diz Maure Pessanha, diretora executiva da Artemísia Negócios Sociais, uma incubadora, com atuação no Brasil desde 2004. A cada semestre, a Artemísia faz a seleção de 10 empreendimentos sociais, que passam a receber treinamentos para impulsionar seus negócios.
Um deles é o Instituto Movere, de São Paulo, que há nove anos atua na prevenção e combate à obesidade em crianças e adolescentes. Fruto da observação da especialista em nutrição e doutora em ciências da saúde Vera Lúcia Perino Barbosa, que começou a perceber que as crianças e adolescentes de baixa renda estavam engordando, o Instituto Movere presta atendimento nas áreas de nutrição, psicologia, educação física e fisioterapia. Começou como empresa, mas se dividiu em um braço de atendimento privado e o instituto propriamente dito, que presta atendimento gratuito.
Veja também: Empreendedorismo social: o que é e como fazer?
Os atendimentos são realizados no bairro de Artur Alvim, na zona leste de São Paulo. Quem pode pagar pelos serviços tem direito a valores subsidiados – desembolsa em média 50% do valor cobrado por uma consulta com nutricionista. Isso ajuda o instituto a manter o atendimento também para quem não pode pagar pelos serviços.
“Começamos como empresa privada, mas logo percebemos que o forte de nossa atuação é o caráter social. Então, a saída foi combinar as duas coisas, gerando diferentes fontes de receita”, explica Ivo Carlos Mortani Barbosa, diretor administrativo do Instituto Movere.
Alcançar a sustentabilidade financeira é desafio para os negócios sociais no Brasil, onde o conceito é pouco conhecido e ainda desperta a desconfiança dos agentes financeiros tradicionais. Um dos modelos mais bem-sucedidos é o Grameen Bank, de Bangladesh, que concede microcrédito a mulheres de baixa renda. Idealizado pelo economista e Nobel da Paz Muhammad Yunus, em 1976, o Grameen se tornou um conglomerado dos negócios sociais: o banco já concedeu mais de US$ 5 bilhões em microcrédito e deu origem a 19 empresas, em ramos tão variados.
“Yunus foi a primeira pessoa a mostrar que é possível ter resultado financeiro ao atender as demandas sociais de uma comunidade, de um país”, afirma o indiano Dhaval Chadha, um especialista em negócios sociais radicado no Brasil e sócio da Pipa, empresa que atua no ramo de “aceleração” desse tipo de empreendedorismo – auxiliando empresas sociais a caminhar com suas próprias pernas.
Com sede no Rio de Janeiro, a Pipa busca empreendedores sociais em nichos como inclusão social (áreas de saúde, educação, trabalho, inclusão digital), meio ambiente (água, energia, lixo, tecnologias verdes) e outros negócios como geração de renda, financiamento e sistemas colaborativos.
A incubadora nasceu como um braço para negócios sociais da Cria Global, empresa que presta assessoria em inovação e sustentabilidade para grandes grupos como Natura, TIM e Coca-Cola. “Começamos a trabalhar esses temas com as grandes corporações, mas sempre quisemos fomentar empreendedores sociais desde seu nascimento”, conta Chadha.
Adaptado de http://saudebusiness.com/noticias/qual-a-diferenca-de-ongs-e-empresa-com-impacto-social-o-exemplo-da-f123/
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