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Terceiro Setor

gestão financeira

AFINAL, O QUE É GESTÃO FINANCEIRA?

Por que a gestão financeira é uma parte tão importante no desenvolvimento da minha OSC?

Você sabia que o desenvolvimento financeiro de uma OSC nasce com o planejamento? Pois essa origem é bem óbvia, se você parar para pensar, afinal, para se colocar um negócio em funcionamento, é preciso investir capital, adquirir insumos, contratar funcionários e uma infinidade de quesitos que parecem não ter fim.

Como a entrada e a saída de dinheiro da OSC são constantes, aí se tem a importância da gestão financeira. Sem saber como gerenciar adequadamente o dinheiro, a entidade pode vir a esgotar sua fonte de recursos em pouco tempo. E a falência não é exatamente o destino que uma OSC deseja para si, não é mesmo?

Ao mesmo tempo, tão importante quanto o controle pontual das entradas e saídas é a saúde financeira no desenvolvimento institucional como um todo, já que faz parte do crescimento ideal da organização a sustentabilidade para a OSC.

É claramente perceptível que a gestão financeira deve ser levada com a seriedade que merece, uma vez que sua negligência pode comprometer seriamente a saúde da OSC. E foi pensando nisso que resolvemos selecionar aqui alguns dos motivos pelos quais a importância das finanças deve ser levada a sério. Ficou curioso? Então acompanhe:

A gestão financeira lida com a maximização de resultados, sendo responsável pela utilização consciente de recursos e pela melhoria de processos e procedimentos que podem potencializar os resultados da OSC, reduzindo desperdícios e aumentando, assim, as receitas. Esse é um ponto primordial da no desenvolvimento organizacional, pois a instituição só poderá se desenvolver se tiver recursos para tal.

Se o assunto é a importância da gestão financeira, é preciso tratar de suas possibilidades de melhoria, de modo que se possa investir cada vez mais em recursos e ferramentas que otimizem o trabalho e os resultados da OSC.

O primeiro passo para focar sua gestão no desenvolvimento institucional é ter uma equipe devidamente qualificada para conduzir os processos financeiros. Sabemos, por exemplo, que profissionais com conhecimentos em finanças têm mais habilidades para gerir, controlar e analisar o financeiro de uma OSC, enquanto profissionais com menos conhecimentos e experiências na área podem não compreender a importância da organização das finanças para o todo.

Vale ressaltar que, mesmo com processos definidos e uma equipe preparada, é recomendável manter um constante acompanhamento de todos os relatórios financeiros da OSC. Por fim, avalie seus resultados periodicamente, afinal, para saber como está a saúde financeira da OSC, só mesmo monitorando com muito cuidado os efeitos das ações.

Uma correta administração financeira permite que se visualize a atual situação da entidade. Registros adequados permitem análises e colaboram com o planejamento para otimizar resultados.

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A falta da administração financeira adequada pode causar muitos problemas, entre eles:

  • Obter as informações incorretas sobre saldo do caixa, valor das contas a receber e das contas a pagar, volume das despesas fixas e financeiras. Isso ocorre porque não é feito o registro adequado das transações realizadas;
  • Desconhecimento sobre a OSC estar tendo superávit ou déficit em suas atividades operacionais, devido a não elaboração do demonstrativo de resultados (DRE);
  • Desconhecer o volume e a origem dos recebimentos, bem como o volume e o destino dos pagamentos, porque não é elaborado um fluxo de caixa, um controle do movimento diário do caixa;
  • Administrar de forma inadequada o capital da entidade, porque o ciclo financeiro de suas operações não é conhecido;
  • Muitas vezes, as atividades são iniciadas com pequena dimensão e, conforme as atividades se desenvolvem, a administração financeira não acompanha o crescimento da OSC porque os gestores não têm conhecimentos necessários nesta área de gestão e se envolvem excessivamente com a atividade fim da organização.

Então, observe as principais funções da gestão financeira:

  • Análise e planejamento financeiro: analisar os resultados financeiros e planejar ações necessárias para obter melhorias;
  • A boa utilização dos recursos financeiros: analisar e negociar a captação dos recursos financeiros necessários, bem como a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
  • Caixa: efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando o saldo de caixa;

Por isso, as primeiras providências que a OSC deve tomar em relação às finanças são:

  • Organizar os registros e conferir se todos os documentos estão sendo devidamente controlados.
  • Acompanhar as contas a pagar e a receber, montando um fluxo de pagamentos e recebimentos.
  • Controlar o movimento de caixa e os controles bancários.
  • Classificar custos e despesas em fixos e variáveis.
  • Fazer previsão de fluxo de caixa.

    Como está a gestão financeira da sua OSC? Precisa de ajuda? Preencha o formulário de contato clicando aqui e o mais breve possível entraremos em contato.

    Fonte: Educação Financeira para o Terceiro Setor – Manual do Participante Outubro/2017

como criar um plano de captação de recursos

Como criar um plano de captação de recursos para sua ONG

 

O plano estratégico é o que sua ONG faz, como faz e onde ela quer chegar. Dentro dele também deve ter um plano de captação de recursos, que é o ponto principal de uma angariação de fundos bem-sucedida (afinal, as ONGs precisam de verba para realizar suas ações).
O plano de captação de recursos envolve qualquer ação que a organização pode tomar para arrecadar verba para se manter ativa, e uma das formas mais profissionais de captar recursos hoje é através de uma campanha de financiamento coletivo , também chamado de crowdfunding.
Através da  plataforma de financiamento coletivo  é possível:
• receber e registrar as contribuições;
• contabilizar a quantidade já arrecadada e estimar quanto ainda falta para alcançar o objetivo financeiro;
• algumas, como a Kickante , oferecem dicas e estratégias de divulgação;
• registrar os dados dos apoiadores da causa para o seu controle e para, eventualmente, ao final das arrecadações, retribuir quem doou com recompensas simbólicas.
E mais, com financiamento coletivo, a ONG pode captar doações antes do período de maturação exigido pelo Governo que é de 2 anos (afinal, as ONGs possuem necessidades imediatas, não podem esperar 2 anos!).
Separamos algumas dicas a considerar quando sua organização for criar o plano de captação de recursos!
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O SEU PLANO DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS DEVE SER ENRAIZADO EM SEU PLANO ESTRATÉGICO

O plano estratégico define a direção que sua organização deve seguir e o plano de captação de recursos vai arrecadar os fundos necessário para realizar o plano estratégico. Seu plano de captação de recursos deve incluir informações como: quanto dinheiro você precisa para que a ONG continue realizando seu trabalho, como os fundos arrecadados serão utilizados, e qual o impacto que a captação de recursos vai causar no futuro.
Se o seu plano estratégico não envolve projeções financeiras, coloque tudo isso agora no papel. Em uma campanha de crowdfunding você deve definir uma necessidade atual e arrecadar fundos para que a mesma seja suprida.
A ONG Cão sem Dono, por exemplo, recentemente se viu em uma situação triste – a falta de espaço não permitia que resgatassem novos animais. Então, criaram uma campanha de financiamento coletivo a fim de arrecadar verba para construir mais canis e melhorar o serviço prestado aos animais resgatados. Assim, os contribuidores vão ajudá-los a suprir essa necessidade e, em troca, podem até batizar uma ala do canil com um nome de sua escolha!

CONTE SUA HISTÓRIA

A sua história e trajetória da ONG serão um dos pontos principais do seu plano de captação de recursos. Use as projeções e informações acima mencionadas de forma clara e concisa para explicar para os possíveis contribuidores porque você precisa do dinheiro agora. Fatos, números e muita emoção vão incentivá-los a apoiar sua causa.
Existem milhares de ONGs ativas no Brasil hoje, mas a sua história é só sua. Por que sua organização é diferente? Por que eles devem contribuir com você e não com a outra?

DEFINA AS FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES DE CADA MEMBRO

Qualquer campanha de arrecadação de fundos traz mais retorno quando tem várias pessoas envolvidas. Tome como exemplo seus voluntários: eles conhecem bem a organização, apoiam sua causa e serão as melhores pessoas para fazer a divulgação da campanha. Separe-os em grupos e designe a cada grupo uma ação de divulgação. Vale de tudo, redes sociais, e-mail marketing e também as ações off-line.

CRIE UM CRONOGRAMA

Antes de começar sua campanha de arrecadação de fundos, é importante ter um plano para seguir ao longo da campanha. Estipule metas pessoais para serem atingidas em cada semana. Responda perguntas como: Como vou divulgar minha campanha? Quantas vezes vou postar por dia? Em quais redes sociais? Com quais veículos de imprensa vou tentar contato? Quem são os influenciadores do meu tema? É mais fácil seguir um plano já feito do que perder tempo pensando nisso enquanto a campanha já está rolando!

LEMBRE-SE DE TODAS AS PESSOAS QUE JÁ CONTRIBUÍRAM COM SUA ONG DE ALGUMA FORMA

É um fato que as ONGs sempre vão precisar de contribuições para continuar funcionando. Por isso, é necessário manter contato com aqueles que já contribuíram para que se tornem contribuidores recorrentes . Hoje, já é possível transformar sua campanha de financiamento coletivo em um Clube de Contribuição Mensal .
Sua ONG precisa de fundos para se manter ativa e defendendo sua causa? Criando uma campanha de arrecadação você pode captar recursos da maneira mais simples, rápida e desburocratizada.
Precisa de ajuda para criar o plano de captação de recursos de sua ONG? Fale com a Thomazin Assessoria! Preencha o formulário de contato clicando aqui e o mais breve possível entraremos em contato.
Fonte: adaptado de https://exame.abril.com.br/negocios/dino/como-criar-um-plano-de-captacao-de-recursos-para-sua-ong-dino89089083131/
filantropia e responsabilidade social

QUAL A DIFERENÇA ENTRE FILANTROPIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL?

O conceito de responsabilidade social e filantropia são, muitas vezes, confundidos, pois a primeira se originou das ações filantrópicas que os empresários praticavam, retribuindo à sociedade parte dos ganhos adquiridos. A filantropia não está diretamente relacionada aos negócios da empresa, sendo mais comum estar vinculada a alguma causa que os empresários ou gestores se identificam e através de ações sociais, executam projetos no intuito de suprir determinada demanda da sociedade. Apesar de contribuir na aquisição de fundos para serem utilizados em causas de caridade, cultura, educação e sociais, tais iniciativas não interferem nos impactos causados pela organização.
Na filantropia não há planejamento e monitoramento das ações, tampouco estabelecimento de objetivos. Ela não busca obter retorno, seja financeiro, social ou ambiental. Sua intenção é apenas o de proporcionar um bem estar moral de quem a pratica. Já a responsabilidade social é considerada uma ação estratégica da empresa que tem por finalidade incorporar aos seus negócios as demandas do público com quem se relaciona, transformando a realidade social. Além disso, a RSC busca retorno social, tributário e institucional dos seus investimentos
Leia também: Como ajudar institutos filantrópicos com atitudes simples
Embora as ações sociais praticadas pelas empresas sejam importantes, principalmente em sociedades cujas demandas sociais são grandes, elas não são suficientes para afirmar que uma corporação é ou não socialmente responsável, pois o fato dela investir altos valores em projetos sociais ou proporcionar mudanças positivas na vida de algumas famílias não significa que ela está isenta de agir de forma ética e honesta com todos os seus stakeholders, atender à legislação trabalhista  e vender produtos e serviços de qualidade aos seus consumidores.
É importante também estar atento às empresas que realizam ações sociais com o objetivo maior de fazer marketing e gerar nos consumidores a imagem de que são socialmente responsáveis, pois essa postura é, na verdade, o oposto do que se conceitua a responsabilidade social, já que esta está diretamente relacionada à preocupação e a responsabilidade que a empresa assume em cada atitude praticada, principalmente no que diz respeito às mensagens passadas para a sociedade, que devem ser coerentes e, acima de tudo, verdadeiras.
Tanto a filantropia como a responsabilidade social trazem benefícios à sociedade, porém é preciso desmistificá-las entendendo que, a primeira tem caráter pontual, assistencialista e voluntário enquanto a segunda faz parte da estratégia de gestão do negócio e deve durar o tempo em que a empresa existir.
Fonte: https://www.dialogusconsultoria.com.br/entenda-a-diferenca-entre-filantropia-e-responsabilidade-social/
tributação terceiro setor

Tributação do Terceiro Setor: guia prático para doações de pessoas jurídicas

Muitas organizações sem fins lucrativos enfrentam dificuldades para lidar com a operacionalização do recebimento de doações. Afinal quais são os tipos de doação permitidos no ordenamento jurídico? Deve ser adotado um procedimento especial? Existe vantagem para o doador?

Procuraremos descrever aqui as possibilidades de uma pessoa jurídica – nacional ou estrangeira – fazer doação de recursos para entidades do terceiro setor no Brasil, e que particularidades legais, em âmbito federal, devem ser respeitadas.

No caso de doação por nacionais, a pessoa jurídica deposita o recurso na conta bancária da entidade sem fins lucrativos, não importando o foco de atuação da mesma. Recomenda-se a assinatura de um termo que comprove a operação, bem como os fins a que se destinam os valores. Caso a beneficiária seja qualificada como OCIP – Organização   da Sociedade Civil de Interesse Público, como entidade de Utilidade Pública Federal ou sirva desinteressadamente à comunidade ou aos trabalhadores, poderá haver dedução do valor doado, a ser abatido do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social Sobre o Lucro (CSSL) devido pela pessoa jurídica doadora, até o limite de 2% do lucro operacional da mesma – desde que esta seja tributada em regime de lucro real.

Neste caso, a receptora da doação deverá fornecer à doadora uma declaração no modelo da Instrução Normativa 87/96 da Secretaria da Receita federal.

Caso seja feita doação para uma entidade que seja isenta ou imune ao ITCMD – Imposto sobre Transmissão de Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos, é necessário que conste no documento que comprove a doação o valor doado e o fundamento legal da isenção ou imunidade. Esta disposição evita transtornos para a receptora, já que é desta última a obrigação de recolher o tributo.

Se a pessoa jurídica decidir patrocinar ou doar para um projeto na área da cultura, poderá utilizar a Lei Rouanet. O projeto precisa ter sido aprovado pelo Pronac – Programa Nacional de Apoio à Cultura e regularizado pela CNIC – Comissão Nacional de Incentivos Culturais. Tratando-se de doação, poderá haver do IR, desde que não seja ultrapassado os 4% do valor devido – a porcentagem que pode ser deduzida depende do tipo do projeto escolhido. Por isso, é necessário verificar as especificidades da legislação pertinente.

A pessoa jurídica poderá destinar recursos para os Fundos da Criança e do Adolescente municipais, estaduais e federais. Cada fundo é gerido por um conselho formado por representantes do poder público e da sociedade civil.

O Doador deve comunicar-se com o conselho escolhido e pedir instruções de repasse.

Apesar de o procedimento variar dependendo do Conselho, o repasse é simples. Preenche-se um formulário e há emissão de comprovante, o qual poderá ser utilizado para dedução do valor doado do IR, até o limite de 1% do valor devido, válido apenas para as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real. Micro e pequenas empresas que optem pelo Simples não podem deduzir estas doações.

As doações feitas por pessoas jurídicas estrangeiras não estão sujeitas, de acordo com a atual legislação, ao registro no Banco Central brasileiro. Os valores doados ingressam nacionalmente pelo mercado de câmbio de taxas flutuantes como transferências da contrapartida do fornecimento de bens ou de prestação de serviços por parte do beneficiário da doação.

Para doar, basta que o estrangeiro transfira o valor para a conta da entidade no Brasil. Aqui, o representante da entidade assina o contrato e câmbio e o valor em conta corrente. É importante que o aporte de recursos bem como seu recebimento sejam devidamente documentados.

Cabe finalizar com um importante lembrete. Reduzir a termo, emitir recibo e documentar as doações recebidas contribuem para a transparência e continuidade da relação entre doador e beneficiário. Além disso, em se tratando de entidade de educação ou de assistência social, a devida escrituração e documentação de receitas e despesas é imprescindível para usufruto das imunidades sobre renda, patrimônio e serviços descritas no artigo 150, inciso VI(c), da Constituição.

Doações de pessoas físicas

Somente poderão ser dedutíveis do Imposto de Renda as instituições registradas no Estatuto da Criança e Adolescente – contribuições aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Verifique no recibo se a entidade está ligada a esses órgãos, caso negativo, a doação não poderá ser considerada despesa dedutível.

Fonte: http://www.filantropia.org/tributacao.htm

caracteristicas do terceiro setor

As características do Terceiro Setor

O Terceiro Setor é formado por instituições de direito privado, sem fins lucrativos, e que buscam, dentro de suas finalidades, o alcance do bem-estar social. Essas entidades são constituídas de forma voluntária, pela união que pessoas que comungam de um mesmo interesse.
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Características do Terceiro Setor: Origem

Dentre as características do Terceiro Setor, a primeira se encontra na própria origem das organizações. Elas nascem em decorrência das intenções e ações realizadas por particulares, que quando agrupados, passam a ser denominados de sociedade civil. Porém, tais ações são destinadas à busca de benefícios e direitos sociais. Vemos, então, que o Terceiro Setor se aproxima um pouco da lógica de mercado (natureza privada), ao mesmo tempo em que auxilia o Estado no cumprimento de suas atribuições (natureza pública).

Características do Terceiro Setor: Lucro

A segunda característica reside no fato de essas entidades não perseguirem o lucro, como fazem as empresas comerciais, e nem serem submetidas ao controle estatal, como ocorre com a administração pública. Portanto, não distribuem os resultados financeiros positivos entre seus associados ou empregados, e também não são instituições públicas, embora possam manter vínculos com o Estado através de parcerias.

Características do Terceiro Setor: Voluntariado

A terceira particularidade a ser destacada é a participação do voluntariado, que atua em prol da manutenção e da sobrevivência das organizações. Normalmente essa participação ocorre de forma direta no gerenciamento e nas atividades realizadas, contribuindo para que essas instituições busquem de forma mais efetiva a realização de seus objetivos sociais.
Fechando o rol das principais características, apontamos a necessidade de as entidades serem institucionalizadas e autoadministradas, isto é, serem legalmente constituídas, e capazes de gerir suas próprias atividades e recursos. Por esse aspecto, identificamos que o agrupamento de pessoas, por si só, não cria uma organização do Terceiro Setor. É imprescindível que esta adquira natureza jurídica, podendo ser uma associação ou uma fundação, e que utilize boas práticas de gestão e de controle.
Portanto, o Terceiro Setor é a um só tempo um conjunto de práticas e valores que privilegia e estimula a iniciativa individual ou coletiva, a solidariedade, a filantropia, a ajuda mútua, e o voluntariado, sem o interesse de obtenção de lucro. É a reunião de instituições que possuem natureza jurídica, com capacidade de autogestão, e que representam uma força econômica bem mais relevante do que em geral se imagina.
Fonte: http://nossacausa.com/as-caracteristicas-do-terceiro-setor/
filmes sobre voluntariado

6 filmes sobre voluntariado e solidariedade para você se inspirar

A sétima arte tem o poder de nos impactar de diferentes formas, e é por isso que os filmes sobre voluntariado e solidariedade são fontes de inspiração para aqueles que andam incomodados com as desigualdades e desejam engajar-se em alguma atividade filantrópica.
Seja em causas humanitárias que auxiliam pessoas em situações de vulnerabilidade social ou em trabalhos voluntários com pessoas com deficiências, o cinema traz olhares sensíveis sobre histórias reais e fictícias que falam sobre valores como cooperação, reciprocidade, companheirismo e dedicação.
Compartilhamos aqui uma matéria do site Rosa Penido com sete filmes de diferentes nacionalidades para refletir ricas experiências com o voluntariado e te motivar a atuar em sua comunidade ou mesmo auxiliar ONGs e projetos filantrópicos sem sair de casa, fazendo sua parte para um mundo melhor. Confira!
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1. Elefante Branco (ARG, 2012)

Este filme ambicioso aborda questões sociais de uma forma sensível através do trabalho voluntário realizado por Ricardo Darín, um dos mais reconhecidos artistas argentinos da atualidade, no papel do Padre Julián.
Junto ao Padre Nicolás, Julián atua numa favela argentina em busca de afastar do tráfico os jovens da comunidade e terá uma tarefa difícil a sua frente devido à realidade local.
Além de demonstrar uma situação social muito parecida com a brasileira ao abordar a miséria e a violência, o filme demonstra a relevância da dedicação nos trabalhos voluntários que se empenham em educar e dar respaldo à jovens e crianças em situação de vulnerabilidade.

2. Um dia Perfeito (ESP, 2015)

Na lista de filmes sobre voluntariado e solidariedade, este drama espanhol dirigido por Fernando León de Aranoa aparece como uma ótima fonte de inspiração. O longa conta a história de ajudantes humanitários de diferentes nacionalidades que atuarão em uma zona de conflito nos Balcãs.
A história se passa em 1990 e foi inspirada no livro Dejarse llover da médica voluntária da ONG Médicos Sem Fronteiras, relatando o cotidiano conturbado desses ajudantes humanitários em uma área onde as Forças de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU) são impedidas de atuar.
A tentativa de removerem um cadáver de uma pessoa obesa da água em vista de não contaminá-la ainda mais vai revelar que o trabalho voluntário pode, em pequenas atuações, impactar a vida de centenas de pessoas.

3. Patch Adams – O amor é contagioso (EUA, 1998)

Com base em história do médico que dá nome ao filme, este longa-metragem retrata a valorização do amor no cuidado de pessoas com problemas de saúde mental e física. Patch Adams, interpretado por Robin Williams, é figura central da história que, após ser internado por suicídio, percebe que é necessário mais humanidade na medicina e decide tornar-se médico para desenvolver uma nova metodologia.
Através de valores como a alegria, o respeito, o amor e a esperança ele irá inspirar a atuação dos profissionais e voluntários que se empenham na área da saúde. Além de receber indicação ao Oscar por melhor trilha sonora, também foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme em Comédia Musical.
No Brasil, as ONGs Doutores da Alegria e Doutores do Riso são exemplos reais dessas práticas, envolvendo voluntários de diversas áreas de formação. Esses doutores se utilizam figura do palhaço para despertar o lado alegre e saudável das crianças em tratamentos longos, levando o riso para aliviar a tensão das clínicas e hospitais.

4. Amor Sem Fronteiras (EUA, 2004)

Neste filme sobre voluntariado e solidariedade, angelina Jolie interpreta Sarah Jordan, uma mulher que decide dedicar-se a trabalhos humanitários em países da África. Este drama conta a história de amor entre Sarah e Nick Callahan (Clive Owen), que é médico voluntário.
Para ajudá-lo, ela arrecada alimentos e fundos para a compra de medicamentos e, ao chegar na Etiópia, decide por si mesma trabalhar como voluntária em ONGs humanitárias.
Devido sua intensa dedicação ao drama, durante as filmagens no Camboja Jolie decide adotar seu primeiro filho, Maddox. Anos antes, em 2001, a atriz havia sido nomeada embaixadora da Boa Vontade da ONU, sendo um exemplo de inspiração para os trabalhos voluntários.
Hoje a atriz possui forte atuação em zonas de conflito e campos de refugiados, tendo sido Enviada Especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) em negociações de crise que envolvem a locomoção de grandes populações, além de ser fundadora de um projeto educacional voltado para crianças afetadas por guerras.

5. Lion (EUA, 2017)

Este drama baseado em um livro autobiográfico conta a comovente história do indiano Saroo Brieley, que se perdeu de seu irmão aos 5 anos em uma tumultuada estação de trens em Khandwa, indo parar em Calcutá, há milhares quilômetros de distância.
Sem saber seu sobrenome ou onde vivia, Saroo (Sunny Pawar) não consegue retornar para sua família e passa a viver na rua até que é adotado por um casal australiano (Nicole Kidman e David Wenham) com bom poder aquisitivo.
Na segunda parte do filme, Saroo aos 25 anos é interpretado por Dev Patel que, grato por sua família adotiva, decide se reconectar com o passado e encontrar sua família perdida que vivia em uma Índia miserável.
A jornada de busca demonstra a importância das entidades filantrópicas e institutos sociais que auxiliam crianças desaparecidas, orfanatos e outras organizações responsáveis no suporte a crianças e adolescentes em situação de rua e abandono.

6. Um Sonho Possível (EUA, 2010)

Dirigido por John Lee Hancock, este filme também é baseado em fatos reais e conta a história de Michael “Big Mike” Oher (Quinton Aaron), um jovem negro sem teto que já havia passado por diferentes lares adotivos.
Em uma noite chuvosa, ele é abrigado da chuva por um colega cuja família está envolvida com o time futebol americano da escola e reconhece em Michael um potencial atlético.
Leigh Anne (Sandra Bullock) começa a envolver-se com a história comovente de Michael e decide tornar-se representante legal do jovem, incentivando-o educacionalmente através do esporte.
Anos depois ele se torna uma estrela do futebol americano, revelando como seu potencial estava sendo suprimido pelas condições de desigualdades.
A história demonstra a importância da solidariedade e do apoio de pessoas para que jovens e adolescentes em más situações sociais possam ter oportunidades melhores de vida.

6. Colegas (BRA, 2013)

Após ser impactado pelas palavras incentivadoras do professor John Keating no filme A Sociedade dos Poetas Mortos, Stallone (Ariel Goldenberg), um jovem com síndrome de down apaixonado por cinema, decide que sua vida deve ser mais extraordinária.
Ao lado de  Aninha (Rita Pook) e Márcio (Breno Viola), também jovens com síndrome de down, eles decidem ir seguir atrás do sonho de conhecer o mar. Partem em um carro, rumo à aventura doce que em nenhum momento aborda diretamente distúrbio genético dos protagonistas.
Além de inspirar empatia e solidariedade em quem assiste o longa-metragem, Colegas demonstra a importância em incentivar e acolher pessoas com deficiência para que desenvolvam todas suas capacidades intelectuais, físicas e emocionais.
Mostra também a importância do trabalho social consciente, visando práticas voluntárias baseadas no respeito à dignidade e à autonomia.
Fonte: http://www.rosapenido.com.br/6-filmes-sobre-voluntariado-e-solidariedade-para-voce-se-inspirar/
como ajudar institutos filantropicos

Como ajudar institutos filantrópicos com atitudes simples

Você sabia que ajudar institutos filantrópicos pode ser muito mais simples do que você imagina e pode trazer benefícios para a sua saúde? Segundo estudos recentes da Harvard Medical School, publicado na Social Science and Medicine demonstrou que fazer voluntariado pode trazer benefícios à saúde.
Os resultados apontam que aqueles que realizam voluntariado de forma regular têm menos chances de desenvolver pressão alta.
Pessoas que ajudam os demais também apresentaram mais alto bem-estar psicológico e físico. Então, além de fazer o bem para quem precisa, praticar a solidariedade também pode ter efeitos positivos em sua saúde.
Mas se você não possui muito tempo disponível, saiba que existem outras formas de contribuir. Veja agora algumas maneiras de ajudar institutos filantrópicos mesmo que você viva com a agenda lotada!
Leia também: Do Grupo Voluntário a uma Organização Formal

É possível ajudar institutos filantrópicos sem sair de casa?

Voluntário virtual
Uma forma de ajudar institutos e organizações sem fins lucrativos é através do ativismo online. Aproveitar as facilidades que a internet promove faz todo sentido, principalmente se a ONG ou a causa que você deseja ajudar não possuem sede em sua cidade.
Hoje existem aplicativos que facilitam doações e promovem atitudes conscientes e solidárias que impactam pessoas ao redor do mundo todo. Mas além disso, é possível contribuir pela internet de outras formas.
Se você presta algum tipo de serviço que é possível ser realizado online, essa pode ser uma opção. O voluntário virtual auxilia essas organizações apenas pelo uso de seu computador.
Algumas das atividades mais solicitadas são peças comunicativas, traduções, criação e identidade visual, assessoria jurídica, contabilidade, entre outras.
Além disso, para quem está começando uma nova carreira, a solidariedade virtual traz outro benefício: o enriquecimento do currículo.
Isso porque, além de encontrar pessoas com interesse em seus conhecimentos, empresas renomadas consideram que ajudar institutos filantrópicos demonstra características relevantes como dedicação e trabalho em equipe.
Não forneço serviços, como posso ajudar?
Juntar lacres
Parece bobagem, mas a atitude de juntar lacres pode ajudar diversas instituições que auxiliam pessoas com mobilidade limitada. Muitas ONGs recolhem esses lacres e conseguem vendê-los para cooperativas de reciclagem, que repassam os lacres para fábricas produtoras de alumínio.
A doação dos lacres se transforma então em dinheiro o suficiente para financiar uma cadeira de rodas. Quanto mais lacres juntados, mais cadeiras de rodas podem ser adquiridas.
A ideia é que você possa juntá-los em garrafas PET em sua casa e depois levá-los até os pontos de coleta.  A campanha Lacre do Bem, por exemplo, tem pontos de coleta espalhados por todo o Brasil, distribuídos em empresas e espaços comerciais para arrecadação dos lacres de latinhas.
Em seu site, você pode incluir seu CEP no campo de busca para identificar os pontos de recolhimento dos lacres. Outra fundação que se ocupa dessa causa é a Fazer o Bem Transforma, que doa as cadeiras de rodas já adaptadas para adultos e crianças carentes com paralisia cerebral e mobilidade reduzida.
Acumule pontos
Se você utiliza cartão de crédito, você pode optar por essa forma simples de ajudar institutos filantrópicos. Os pontos acumulados no cartão por meio dos programas de fidelidade vinculados ao seu banco ou bandeira podem ser destinados à uma ONG ou projeto social.
Ao invés de trocá-los por viagens, produtos eletrônicos ou ingressos, você doa seus pontos acumulados e os transforma em recursos para a instituição escolhida.
A Multiplus, por exemplo, vinculada à LATAM, a cada 6 mil pontos acumulados, a organização Médicos Sem Fronteiras consegue aplicar mais de cem vacinas contra o sarampo. O programa SMILES da GOL também permite que os pontos acumulados se transformem em doação.
Mobilize pessoas
Se todas essas opções são inviáveis para você ou se você acredita que ainda é insuficiente para se sentir bem fazendo o bem, você pode ajudar por meio da mobilização de pessoas por uma causa.
Sites como www.peticaopublica.com.brchange.org e avaaz.org são exemplos de sites que mobilizam abaixo-assinados para pressionar organizações, empresas e até governos a realizarem ações.
Por meio do apoio popular e de uma forma rápida, eficiente e segura, você reúne assinaturas para fazer pressão, iniciar um protesto ou boicote com vista a ajudar pessoas, animais ou mesmo o meio ambiente.
Além disso, outra forma de contribuir por meio dessas plataformas é assinando aquelas petições já criadas e que precisam de contribuição popular para serem ouvidas.
Fonte: adaptado de http://www.rosapenido.com.br/como_ajudar_institutos_filantropicos_atitudes_simples/
grupo voluntário

Do Grupo Voluntário a uma Organização Formal

Antecedentes
Um dos pontos fascinantes do processo de criação de uma organização ou entidade social é a motivação de um ou vários indivíduos que, de maneira informal e voluntária, buscam soluções para os problemas que afligem a sociedade, e buscam formas de contribuir com soluções que sejam significantes e transformadoras da realidade. Aqueles que aderem a essas propostas criam grupos sociais de voluntários para a causa que abraçam.
Uma vez que esses grupos conseguem sucesso e avançam em suas causas chega o momento de decidir como transformar o grupo informal numa entidade legalmente registrada dando início a uma entidade social.
Neste sentido, o objetivo deste artigo é apresentar elementos que afetam o processo decisório de um grupo que atua informalmente e que quer institucionalizar sua missão. Serão apresentados elementos que devem ser conhecidos e analisados para substituir essa atual informalidade por uma nova organização que possa continuar e expandir o trabalho e seu impacto sob uma figura jurídica própria.
O Grupo como Empreendedores Sociais
Entendemos que quando um grupo de ação social é formado ele já atua como um grupo empreendedor. Assim sendo, um primeiro ponto a conhecer é o papel que as motivações assumem em cada participante na decisão de empreender.
Sabemos que os indivíduos quando se envolvem no empreendedorismo social o fazem de uma forma intencional, tendo em mente determinados propósitos que pretendem alcançar. Em geral, os empreendedores põem relevância em três objetivos que os motivam: a determinação de realizar uma ação social necessária, a afiliação para com uma determinada comunidade e o seu desenvolvimento, e os objetivos de caráter pessoal, de natureza não pecuniária, relacionados com a autorrealização. As motivações funcionam como propulsores para uma ação que também dependerá de condições contextuais representadas por fatores econômicos, sociais, legais.
O empreendedorismo social é um fenômeno atual, e com uma importância crescente na sociedade. Autores identificam o papel das organizações sociais no crescimento econômico e inovação social, e assim contribuindo para a criação de uma sociedade mais coesa, democrática e ativa.
Numa primeira abordagem, poder-se-ia diferenciar o empreendedorismo econômico do empreendedorismo social pelo fato de este último ser uma expressão de altruísmo, enquanto o primeiro é inspirado pela geração de lucro. Empreendedores sociais são instigados por fatores de natureza não pecuniária que são essencialmente relacionados com a participação individual ativa e de maneira útil para a construção social. Para tanto, os empreendedores valorizam a independência e autonomia, o desafio que a iniciativa proporciona, o desejo de exploração plena de competências, a necessidade de concretização de seus ideais, a propensão para assumir riscos, o status e reconhecimento social.
O empreendedor social, com frequência, pertence ou pertenceu a um grupo que a organização social visa servir. O compromisso com uma questão social emerge, amiúde, como um sentimento de afetividade emocional e de responsabilidade para com uma causa, atuando como catalisador no desenvolvimento das suas crenças. Os empreendedores sociais sentem-se preocupados ou insatisfeitos com as respostas existentes para problemas sociais que encontram em si próprios, na sua família ou comunidade. Esta familiaridade com o problema social ajuda na identificação de oportunidades e na descoberta de uma solução para o problema. De uma forma semelhante, evidência empírica constata que os empreendedores sociais atribuem uma grande ênfase ao caráter local das necessidades sociais. De vital importância é o papel que empreendedores assumem como seguidores de um percurso que foi idealizado e seguido por pais ou irmãos mais velhos, que funcionam como modelos a serem seguidos. Segundo alguns autores, os indivíduos estarão mais predispostos para serem empreendedores sociais quando percebem que o mesmo é feito por muitas outras pessoas ou por indivíduos com notórias características de liderança.
Em resumo, os empreendedores sociais acreditam em cinco elementos: (i) necessidade de realização pessoal; (ii) desejo de ajudar a sociedade; (iii) foco não monetário; (iv) orientação para a ação; e (v) proximidade ao problema social.
O Grupo Informal
Na Sociologia, considera-se que os grupos sociais existem quando em determinado conjunto de pessoas há relações estáveis, em razão de objetivos e interesses comuns, assim como sentimentos de identidade grupal desenvolvidos através do contato contínuo. O grupo é assim um sistema de relações sociais, de interações recorrentes entre pessoas que compartilham certas características, interajam uns com os outros, aceitem direitos e obrigações como membros do grupo e compartilhem uma identidade comum, organizando-se de maneira informal.
A liderança do grupo em sua área de atuação se origina nas qualidades pessoais daqueles que compõem o grupo, não existe imposições e sim reconhecimento do papel de cada participante para o sucesso do grupo. Este processo permite que um conjunto de regras que orientam e controlam o comportamento das pessoas no grupo seja progressivamente desenvolvido e sistematizado. E estes valores sociais passam também a ser reconhecidos e compartilhados pelos stakeholders da ação social realizada.
Porém, é importante lembrar que se alguns valores sociais são de permanência para o grupo, outros valores podem variar no tempo em função das novas gerações de participantes do grupo, e também, de novas necessidades identificadas e passíveis de serem atendidas pelo grupo.
Podemos concluir que um grupo informal está sempre sujeito à qualidade de participação de seus membros, e que permanentemente pode ocorrer o risco de ser desfeito se membros são substituídos, ou se ocorrer uma desestabilização das relações interpessoais, ou se surgir divergências sobre os objetivos e interesses comuns, ou simplesmente porque se desmotivaram e cansaram do trabalho voluntário que realizam.
A Entidade Social
Em contraponto a um grupo que atua de maneira informal, existe a possibilidade de se estabelecer a partir do grupo uma organização social formal como uma entidade conscientemente governada e gerida, legalmente constituída por tempo indeterminado, gozando de fronteiras delimitadas que funcionam de maneira contínua, tendo em vista a realização de objetivos pactuados pelos empreendedores sociais que a criaram, e que podem ser mantidos e desenvolvidos por uma estrutura de governança e gestão.
Dessa maneira, a questão que se coloca é: quais são as vantagens da decisão do grupo para institucionalizar seus objetivos, estratégias e práticas numa organização formal.
Elementos para existência de uma organização formal
Uma maneira de identificar e sistematizar a apresentação desses elementos é defini-los como elementos internos ao grupo, e elementos externos existentes no contexto atual da sociedade brasileira. Selecionamos alguns desses elementos.
Elementos internos:
O conceito de voluntário radica da expressão latina voluntas, que significa “vontade, faculdade de querer”. Entende-se, então, que o fator que diferencia o voluntariado de qualquer outra prática é a pessoa realmente querer, desejar ou ter vontade própria de a desenvolver.
Ao analisar os motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, descobrem-se, entre outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática; e o social, a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa.
Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos, vistos como virtudes do indivíduo. Do ponto de vista religioso acredita-se que a prática do bem salva a alma; numa perspectiva social e política, pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do homem. A caridade (forte herança cultural e religiosa), reforçada pelo ideal, as crenças, os sistemas de valores e o compromisso com determinadas causas são componentes vitais do engajamento.
Assim, o voluntariado é declarado, comumente e de forma simplista, como sendo uma atividade de oferta voluntária de tempo e de aptidões para a realização de determinado serviço/ação.
Num grupo, como vimos, se desenvolvem normas comportamentais de convívio, liderança e meios de funcionamento dos processos decisórios. Porém, por serem informais, têm chance de serem facilmente rompidas pela entrada de um novo participante que não sente obrigatoriamente limitado pelas circunstâncias encontradas, especialmente se pertence a uma geração mais nova que os demais participantes. Isto pode levar a conflitos, desmotivação de participantes, diminuição da eficiência e eficácia das decisões tomadas de maneira não consensual.
Elementos externos:
Quando o trabalho social de um grupo voluntário passa a ser reconhecido por sua importância e qualidade, naturalmente se torna sujeito a novas demandas e expectativas que nem sempre podem ser aceitas. Isto pode gerar desconforto pessoal e grupal dependendo da força e posicionamento da demanda feita. Facilmente as questões podem ser levadas ao campo do convívio social ou profissional de cada membro do grupo.
Para que as transações financeiras de doação, gestão, outorga de bolsas, pagamentos sejam realizados, uma estrutura formal contábil financeira é legalmente exigida, com um número de CNPJ, pelos órgãos Federais, Estaduais e Municipais.
Nos últimos anos houve uma maior presença e participação da sociedade civil e suas organizações no enfrentamento das questões sociais, especialmente no campo da educação. Estas organizações passaram a desempenhar um papel que não é cumprido nem pelo setor público estatal e nem pelo setor privado lucrativo. Estas organizações progressivamente assumem novos papéis de incentivadores da educação, diversificando seu portfólio de interesses e atividades, resultando em crescimento e desenvolvimento que exigem estruturas mais complexas de organização para que atuem com eficiência, eficácia e efetividade.
Conclusão
Os elementos acima elencados devem ser entendidos como pontos a serem considerados para permitir que um grupo de voluntários considere que tenha chegado o momento de evoluir para a criação de uma nova organização juridicamente constituída. Para tanto deve considerar a importância da missão organizacional, objetivos e planejamento estratégicos, governança, recursos necessários (financeiros, humanos, físicos, tecnologia da informação), estrutura e processos de operação, mecanismos de monitoramento, controle e avaliação de resultados e impactos.
A sua governança estruturada permite fixar períodos e temporalidade do trabalho voluntário de cada membro participante da direção, mecanismos de identificação e seleção de novos membros. Além do que, uma nova organização facilita o entendimento da impessoalidade das decisões, a profissionalização de estruturas e processos, promovendo a busca de metas de maneira eficiente, eficaz e efetiva.
Sendo uma organização social, a nova organização poderá ter condições de apresentar imunidade fiscal, acesso a benefícios tributários, isenções de pagamentos de taxas e contribuições. Para tanto, deve ter no estatuto certas clausulas que satisfaçam os requisitos legais necessários.
Fonte: https://observatorio3setor.org.br/colunas/marcos-kisil-investimento-social/grupo-voluntario-uma-organizacao-formal/
GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Gerenciamento de projetos no Terceiro Setor

Por que encontro tanta dificuldade para realizar o gerenciamento de projetos, atingir metas, cumprir cronogramas, gerir orçamentos e prestar contas?
Acredito que as causas são várias, seguem as que mais comuns:

O que conheço sobre técnicas de administração?

Sou formado em biologia, psicologia, economia, direito, pedagogia, assistência social etc… mas o que estas formações me ensinam sobre administração? O que elas me ensinam sobre administração de pessoal, administração do tempo, controles orçamentários, planejamento e várias excelentes ferramentas de administração?
Quando estou na ponta trabalhando como técnico o trabalho é 100% técnico, mas quando subo um nível hierárquico, e passo a coordenar uma equipe, o trabalho passa a ser 50% técnico e 50% gerencial. Se eu não me preparar como administrador só 50% do trabalho será realizado de forma profissional. Quanto mais se sobe no nível hierárquico, mais cresce o componente gerencial do trabalho chegando a ser 100% gerencial.

Quem da área nunca ouviu: “Este projeto é para ontem”?

Por não termos uma área de captação de recursos onde se faça prospecção de financiadores só acabamos sabendo de editais e outras oportunidades faltando pouco tempo para seu encerramento, então queremos que tudo seja feito as pressas. Assim não há tempo para se detalhar o projeto, como por exemplo: levantar todas as atividades, fazer a memória de cálculo de cada uma das atividades, levantar os custos de cada item da memória de cálculo, etc… Detalhes estes fundamentais para um bom gerenciamento.

Você tem claro seus indicadores de quantidade e qualidade?

Primeiro vamos entender que indicadores de impacto são alcançados no longo prazo e normalmente superior ao prazo do projeto, aqui vamos falar dos indicadores de quantidade e qualidade do projeto. Indicadores de quantidade são muito simples, mas para isso é preciso que meus objetos estejam quantificados, onde não há números não se pode gerenciar.
Indicadores de qualidade não são tão simples, mas estão longe de serem complicados. Quando vou comprar algo olho primeiro o preço e depois a qualidade. Como defino a qualidade de um bem que irei comprar? Por exemplo, meu objetivo é comprar um carro o indicador de quantidade é um carro e o de qualidade seria o modelo, motor, marca, acessórios, etc… Em um curso o indicador de quantidade seria o número de alunos e o de qualidade o que eles irão aprender no curso. Sem indicadores claros de quantidade e qualidade não saberemos para onde direcionar o projeto e nem comprovar se o projeto está no caminho que queremos.
Todos têm claro que o que se deve prestar contas e como se deve prestar contas é definido pelos indicadores do projeto que são acordados entre todos os parceiros do projeto?
A prestação de contas fundamental é a técnica onde demonstramos que atingimos os objetivos em termos de quantidade e qualidade dentro do prazo. A prestação de contas financeira é para demonstrar onde e quanto dinheiro foi utilizado e se ele foi gasto de acordo com as regras do financiador. A prestação de contas técnica é fundamental porque se você errar em um gasto talvez tenha que devolver o dinheiro daquele gasto, se você não atingir seus objetivos talvez tenha de devolver todo o dinheiro do projeto.
Quando temos indicadores sabemos o que temos de prestar contas e nos preparamos para termos sempre em mãos as informações necessárias fazendo o correto acompanhamento desde o início do projeto, além de solicitar notas fiscais e comprovantes necessários.
Recomendo que mesmo que o financiador só solicite a prestação de conta ao final do projeto que você o faça mensalmente. É mais fácil ver o que está faltando e concertar um problema do mês no próprio mês do que meses depois.

Qual a utilidade de um Cronograma Físico Financeiro – CFF?

Acredito que o CFF é uma excelente ferramenta para um bom gerenciamento. Gerente não precisa ser especialista em plano de contas, mas precisa saber gerenciar orçamento.
O CFF mostra o planejamento cronológico e financeiro do projeto mês a mês, além de todas as atividades que serão realizadas no projeto, quanto tempo se tem para executá-las, quando elas começam e quando elas terminam, quanto se tem de recursos para cada atividade e quanto se precisa ter em caixa para implementar o projeto. Como para se chegar ao custo de cada atividade é preciso se elaborar a memória de cálculo o gerente tem também o detalhamento de cada atividade.

Você escreveu seu projeto para quem irá implementá-lo ou para o financiador?

Acredito que um projeto deva ter um perfil de plano de negócios, onde precisamos deixar claro, quantificado e detalhado nossos objetivos, cronograma, orçamento, metodologia e estratégias.
Penso que o mais importante é que o projeto atinja seus objetivos dentro do prazo e do orçamento estabelecidos, para isso deve-se ser escrito para o coordenador que irá implementá-lo. Ao financiador se dá as informações que ele quer, do jeito que ele quer. Como financiador peço informações que irão me ajudar na análise do projeto e nos relatórios que preciso apresentar.
Enfim, o que peço como projeto visa atender as minhas necessidades como financiador, do outro lado, lembro quando estava na ponta e as informações que recebia não eram suficientes para que eu pudesse gerenciar o projeto me obrigando a reescrever, só que desta vez com limites financeiros e de prazo que muitas vezes comprometiam os objetivos.
Projetos para o Terceiro Setor não são difíceis de se elaborar, mas dão trabalho uma vez que são muitos detalhes a serem analisados. Por isso não se pode fazer rapidamente e posso lhes garantir que algumas horas gastas na elaboração destes detalhes representam semanas de tranquilidade na execução do projeto.
Fonte: http://nossacausa.com/gerenciamento-de-projetos-no-terceiro-setor/
TRANSPARENCIA TERCEIRO SETOR

O Terceiro Setor e a transparência à própria sociedade civil

Não é de hoje a existência de um debate constante da necessidade do Terceiro Setor prestar contas à sociedade, especialmente nas áreas em que atua. Um Setor especial da sociedade, que é composto de organizações sem fins lucrativos, que exercem atividades sociais, com imanente interesse público, ou seja, destinadas à atuação nos mais diversos segmentos, mas que dizem respeito a todos, direta ou indiretamente, vistos de forma difusa e cujas organizações, com relativa frequência, recebem recursos públicos, quer seja mediante destinações orçamentárias, subvenções sociais, contratos de gestão, termos de parceria, convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, referido Setor não pode ficar alheio à questão da transparência.
É nesse sentido que a Lei 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação, especialmente em seu artigo 2º, disciplina que a transparência é uma exigência também para as Organizações da Sociedade Civil (pessoas jurídicas de direito privado), quando elas se utilizam de recursos públicos.
A Lei, em verdade, torna obrigatória a transparência do manejo de recursos públicos por organizações privadas, exigindo a observância da publicidade como preceito geral e o sigilo como exceção, a divulgação de informações de interesse público independentemente de solicitações, a utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação, o fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência e também o fomento do controle social sobre o uso de verbas públicas, não só para as Administração Pública, como também para as Organizações do Terceiro Setor.
O dever de transparência, no entanto, não dispensa as regulares prestações de contas da utilização de recursos públicos aos órgãos internos e externos de fiscalização.
A Lei, nesse contexto, muito embora com mais de 05 anos de existência, vem sendo implementada pelo Poder Público em ritmo lento, o que se dá por inúmeras razões, mas dentre elas a escassez de recursos públicos para investimento na própria transparência e uma resistência imotivada não só do Poder Público como da iniciativa privada.
Não se pode ignorar, por outro lado, que a implementação vem surtindo efeito ano após ano, o que é absolutamente salutar, pois se encontra desbotado pelo tempo o entendimento de que o Poder Público pode eficazmente fiscalizar o uso de recursos públicos com a velocidade e a eficiência desejadas por todos.
Mais salutar ainda é o entendimento que vem criando raízes fortes de que o Terceiro Setor deve prestar contas à sociedade, independentemente do manejo ou não recursos públicos. Em verdade, inclusive sobre os recursos privados, notadamente aqueles auferidos mediante investimento privado de terceiros, de pessoas físicas ou de empresas, devem ser objeto da mais absoluta transparência.
As Organizações do Terceiro Setor que, conscientemente, atuam dessa forma, não só legitimam a sua atuação na sociedade civil, como também conquistam um ambiente mais promissor para buscar novos investimentos de terceiros.
A transparência, portanto, além de ser uma obrigação legal para o Terceiro Setor quando atua mediante recursos públicos, é uma interessante ferramenta para alavancar a captação de recursos privados, especialmente em momentos de crise econômica como a que vivemos atualmente e que ainda não temos a certeza de quando terá fim.
Fonte: https://observatorio3setor.org.br/colunas/airton-grazzioli-curador-de-fundacoes-de-sao-paulo/o-terceiro-setor-e-a-transparencia-a-propria-sociedade-civil/