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Terceiro Setor

Terceiro Setor: Como definir indicadores para a captação de recursos?

Todo projeto deve ser avaliado para compreensão de seus resultados em relação às expectativas e objetivo inicial. Não é diferente com planos de captação de recursos. Desde o início, deve ser considerado no plano de captação como serão medidos os resultados alcançados. Com base nas metas que se deseja atingir, devem ser elaborados os indicadores para acompanhamento dessas metas, quem será responsável pela coleta de dados, quais suas atribuições e como será esse processo.
Ter indicadores que qualificam doadores e o atingimento das metas permite às organizações acelerar investimentos em ações bem-sucedidas ou repensar aquelas que não trazem os resultados esperados em relação ao investimento dispendido. Ter bons indicadores é crucial para que esse exercício seja realmente efetivo. Os indicadores devem ser analisados a partir de sua relação custo/benefício e, quando necessário, substituídos por mecanismos de controle mais simples e econômicos. Métricas interessantes para essa análise podem ser custo por real captado (Cost per Dollar Raised) e o retorno do investimento da captação (Fundraising Return On Investment).
Os indicadores devem cobrir aspectos gerais da captação (como custo/benefício das ações), das doações (volume, crescimento etc.), dos doadores (número, crescimento etc.) e engajamento deles com a organização (inclusive digital). Dados quantitativos e qualitativos do processo de captação devem ser coletados. Os dados quantitativos são objetivos e servem para conferir se os números esperados foram atingidos e se as atividades planejadas estão sendo realizadas. Como exemplo de indicadores quantitativos podemos citar a taxa de retenção e perda dos doadores e o valor médio das doações. Mas os quantitativos sozinhos não são suficientes. Existe uma curva natural de perda de doadores e é fundamental saber o que motiva e o que não motiva uma pessoa a doar para sua organização e, mais ainda, o que a motiva a se tornar um doador recorrente ou aumentar a doação. Para se conseguir essas informações, em geral, precisamos de um indicador qualitativo que pode variar de acordo com a atividade fim da organização. Os indicadores qualitativos servem para trazer dados subjetivos que demonstram o impacto das atividades realizadas.
Em geral, a captação de recursos financeiros em organizações sem fins lucrativos se utiliza de indicadores de gestão de doadores e recursos, mas também precisa de informações sobre os beneficiários e as atividades da organização para reportar aos doadores. Os dados coletados sobre a captação e o cumprimento do plano devem ser responsabilidade dos profissionais da área de captação, assim como os dados coletados sobre o impacto da organização e o cumprimento de suas metas devem ser responsabilidade dos profissionais da área de programas e projetos. A direção da organização deve ser envolvida e apoiar ambos os processos. E a interação e troca de informação entre as áreas deve ser constante, pois as informações sobre o impacto da organização alimentam o processo de captação, assim como os resultados da captação reforçam a legitimidade das atividades e o impacto gerado pela organização.
Uma vez realizada a coleta de informações, os dados levantados devem ser sistematizados e analisados. Segundo artigo publicado na Revista da USP sobre o tema recomenda-se a ajuda de especialistas no processo avaliativo. Entretanto, mesmo sem a presença de profissional especializado toda organização deve realizar processos avaliativos. A equipe de avaliação pode possuir alguém da área de captação de recursos e alguém com conhecimento de monitoramento e avaliação. Essa equipe deve apresentar suas conclusões e recomendações na forma de um relatório ou apresentação, se possível analisando a relação entre a captação e o impacto gerado pela organização. O conteúdo desse relatório pode ser incorporado em diversos materiais da organização, de acordo com o público a que se destina o material (público interno, externo, doadores etc.). Para os doadores, por exemplo, é importante ressaltar a destinação dos recursos e eventuais economias ou despesas extras. Além de reportar o impacto das atividades da organização realizadas com o recurso doado, sempre que possível.
A concorrência acirrada por recursos aumenta a importância de se criar mecanismos de captação eficientes e eficazes. E para tanto, bons indicadores são ferramentas muito úteis. Ao reportar de forma objetiva, as organizações facilitam a compreensão e aumentam a consciência dos potenciais doadores sobre a organização, seu impacto e o destino dos recursos recebidos, além de apresentar de forma clara os objetivos e as razões pelas quais o possível apoiador deveria oferecer seus recursos. Dessa forma, as organizações aprimoram o seu relacionamento com os doadores e parceiros, permitindo o desenvolvimento de relações mais duradouras e fortalecendo sua relevância na sociedade.
Fonte: http://idis.org.br/como-definir-indicadores-para-a-captacao-de-recursos/

Qual a diferença entre ONG e OSCIP?

O termo ONG significa Organização Não Governamental, mas não corresponde a uma natureza jurídica. ONG é popularmente entendido como entidade do Terceiro Setor que trabalha com ações de interesse público não vinculada ao governo. Embora o termo não esteja definido pela legislação brasileira, ele é utilizado para identificar entidades privadas sem fins lucrativos que existem sob as formas jurídicas de associação ou fundação.
Associação, nos termos do art. 53 do Código Civil, pode ser definida como uma união de pessoas organizadas que visa fins não econômicos:

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.

Portanto, a associação nada mais é do que uma espécie de pessoa jurídica de direito privado (Código Civil, artigos 40 e 44) que, por suas próprias características, não visa o lucro. Essa é a razão, portanto, da larga utilização dessa forma societária pelas entidades atuantes no Terceiro Setor.
A fundação constitui-se de um patrimônio personalizado destinado a uma das finalidades previstas no artigo 62 do Código Civil:

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.

Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas; e
X – (VETADO).

A designação OSCIP ou Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, conforme Lei Federal nº 9.790/99, assim como Organização Social (OS), conforme estabelecido na Lei nº 9.637/98, são qualificações que associações e fundações podem receber, preenchidos os requisitos legais.
Uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, além de não buscar o lucro contábil como qualquer organização pertencente ao Terceiro Setor, possui o reconhecimento de um ou mais organismos públicos, a Prefeitura, o Estado ou a Federação.
De um modo geral, toda e qualquer entidade privada que exerça atividades intermediárias entre a sociedade e o Estado, sem objetivo de lucro, poderá ser considerada uma Organização Não Governamental – ONG, a qual pode ter, ou não, a qualificação de OSCIP. Ressaltamos, também, que ninguém “abre uma OSCIP”, mas sim pode solicitar esse reconhecimento ao Ministério da Justiça, desde que atenda as previsões legais para a obtenção da qualificação.
No entanto, sob o aspecto jurídico, a entidade é sempre uma associação ou fundação.
A sugestão, para melhor entendimento de todas as partes, é não falar em abrir uma ONG ou OSCIP, mas sim, constituir uma associação ou fundação. Tal entidade será denominada ONG pelas suas características e atividades, e, se for considerado interessante, é possível pleitear a qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse público – OSCIP junto à entidade competente.
Fonte: http://nossacausa.com/diferenca-entre-ong-e-oscip/

Empreendedorismo e Responsabilidade Social

Atualmente o setor empresarial e os seus diferentes segmentos enfrentam um espaço de competitividade e concorrência pesada. O atendimento diferenciado aos clientes, o marketing, a gestão dos colaboradores, o relacionamento estreito com os parceiros, são elementos que fortalecem a continuidade e sobrevivência da empresa.
A qualidade dos serviços e produtos, sem dúvida é um fator determinante para a manutenção do espaço conquistado, porém um grande diferencial no espaço mercadológico é o empreendedorismo.
Segundo Drucker, o empreendedorismo pratica a visão mercadológica, a evolução e a continuidade de sua marca no mercado, “trabalho específico do empreendedorismo numa empresa de negócios é fazer os negócios de hoje serem capazes de fazer o futuro, transformando-se em um negócio diferente. […] Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte. É uma prática.” (DRUCKER, 1974, p. 25). Neste contexto, a empresa empreendedora elenca várias características específicas que fortalecem e impulsionam seu crescimento. O empreendedorismo é visto muitas vezes como fator de risco, pois o empreendedor deve se voltar para atitudes altruístas e arriscar, podendo perder ou ganhar maior lucratividade.

Empreendedorismo: à busca de oportunidades

O empreendedorismo é visto como promotor do desenvolvimento econômico e social de uma empresa, país, comunidade, entre outros. Os fatores empreendedores são formulados ao se identificar a demanda de oportunidades e utilizá-las tanto na busca de recursos financeiros, quanto de recursos humanos e assim transformá-los em negócio lucrativo para o ambiente corporativo. Buscar essas oportunidades é papel do empreendedor que possui características como espírito criativo, pesquisador, altruísta, e outras. Segundo Dolabela (1999, p.61), “O empreendedor é um trabalhador incansável. Como gosta do que faz, trabalha a noite, em finais de semana. Mas ele tem consciência da qualidade que deve impor às suas tarefas, ou seja, visa sempre os resultados, e não ao trabalho em si.”.
O empreendedorismo privado consiste no pensamento individualizado no qual a empresa visa seu crescimento e lucro; produz bens e serviços com o foco no mercado; a medida de seu desempenho é o lucro que obtém em suas vendas; e enfim visa satisfazer as necessidades dos clientes e ampliar as potências de negócio. Na empresa, o empresário deve assumir a visão empreendedora almejando novos caminhos para a venda de um produto ou serviço, assim como soluções para os problemas que surgirem, observando a necessidade do cliente e o crescimento de sua marca. Neste setor o empreendedorismo é voltado para o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas à criação de projetos tecnológicos, científicos ou empresariais que sejam executáveis e que aumente a lucratividade da empresa.
Dolabella (1999, p. 12) afirma que para empreender é reforçar o pensamento proativo, afirmando-se em um comportamento que vise: “aprender a pensar e agir por conta própria, com criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar o seu espaço no mercado, transformando esse ato também em prazer e emoção”.
Além dessas características supramencionadas, o empreendedor deve criar um perfil de liderança (intuição, atitude de relação pessoal com as metas propostas, buscam nos riscos oportunidades de grandes recompensas), mas, sobretudo, o líder deve se responsabilizar pelo alcance das práticas inovadoras, dos métodos e procedimentos que empreendeu. Enfim, o empreendedor é,

[…] um insatisfeito que transforma seu inconformismo em descobertas e propostas positivas para si mesmo e para os outros. É alguém que prefere seguir caminhos não percorridos, que define a partir do indefinido, acredita que seus atos podem gerar conseqüências. Em suma, alguém que acredita que pode alterar o mundo. É protagonista e autor de si mesmo e, principalmente, da comunidade em que vive. (DOLABELA, 2003, p. 24)

Empreendedorismo social

O empreendedorismo existe também no âmbito social, neste espaço ele tem por objetivo a coletividade, a ampliação da sustentabilidade das organizações, o desenvolvimento do capital social e das ações que promovam, desta forma, atividades que priorizem o fortalecimento da comunidade, possibilitando o crescimento social e humano.
Neste sentido é importante enfatizar que o empreendedor social fomenta a ampliação do capital social, que consiste nas relações de confiança e respeito trazidas nas ações, programas, projetos e iniciativas que colaborem para que a comunidade territorial, cidade, região ou mesmo país progridam de maneira sustentável. O empreendedor social percebe as oportunidades e demandas sociais e a partir delas sugere avanços por meio de tecnologias produtivas e sociais, aprimorando a articulação dos grupos de cidadãos e proporcionando a participação da população em espaços públicos.
Os empreendedores (sociais), por alguma profunda razão de sua personalidade, sabem desde pequenos que estão no mundo para promover mudanças fundamentais. Ao contrário dos artistas ou estudantes, eles não se satisfazem em expressar ideias. Ao contrário de gestores ou trabalhadores da área social, não se contentam em resolver problemas de um grupo de pessoas em particular. Para serem efetivos, permanecem abertos aos sinais do ambiente em que vivem e são obcecados com os detalhes da implementação de suas ideias. Desde muito cedo em sua vida, eles se engajam num processo de autoconcebido de aprendizado, preparando-se para os desafios que virão. Os empreendedores (sociais) têm em comum uma profunda crença na sua capacidade de mudar a sociedade. São pessoas que sentem intensamente que podem fazer a diferença; pessoas que, diante de um problema, imediatamente pensam: “o que posso fazer, aqui e agora, para ajudar a resolver isso?”. (DOLABELA, 2003, p. 107)
Em termos comparativos o empreendedorismo privado e empreendedorismo social se diferem significativamente. O empreendedorismo social está pautado nas ações que desenvolvam o coletivo; elabora bens e serviços voltados à comunidade; tem seu foco na solução para os problemas sociais; mede seu desempenho pelo impacto social que produz; busca o resgate e a promoção de pessoas em situação de risco social. As ações do empreendedor social têm início após o diagnóstico de determinados problemas sociais locais os quais precisam da elaboração de alternativas de enfrentamento. A elaboração das alternativas geralmente apresentam características fundamentais como: inovação, possibilidade de realização, autogestão e sustentabilidade, envolvimento de diferentes segmentos da sociedade e da população que receberá a ação.

[…] para os empreendedores sociais a riqueza é apenas um meio para um determinado fim. Já para os empreendedores de negócio, a geração de riquezas é uma maneira de mensurar a geração de valor […] em particular, as leis de mercado não fazem um bom trabalho na valorização de melhorias sociais, bens públicos, prejuízos e benefícios para pessoas que não podem pagar […]. (OLIVEIRA, 2003, p. 182)

É importante ressaltar que o empreendedor social não recebe formação na área de atuação, seu trabalho não é reconhecido como profissão por não estar legalmente constituída e não possuir conselho regulador ou código de ética legalizado. Nota-se que o empreendedor não é uma organização social (instituição, fundação, etc.), não gera receitas através da venda se seus produtos e serviços. Seu trabalho não acontece como o de um empresário que investirá no campo social, o que se assemelha à responsabilidade social empresarial, que veremos a seguir.
Com o crescimento do Terceiro setor o empreendedorismo social se apresenta no centro de ações que priorizam o enfrentamento das problemáticas sociais, no estímulo à intervenção nas situações de vulnerabilidade, assumindo o papel de mediador da cidadania ativa para o crescimento da justiça social. Assim, o empreendedorismo social pode ser considerado como um paradigma de intervenção social sob a ótica da relação e integração dos diferentes atores e segmentos das comunidades; e um novo processo de gestão, agora no ambiente social.

Responsabilidade Social

A Responsabilidade Social surge na empresa que assume voluntariamente comportamentos e ações que promovam o bem estar de seu usuário interno e externo. A prática voluntária não pode ser confundida às ações impostas pelo Estado ou com incentivos fiscais, por exemplo. O conceito visualiza os benefícios coletivos seja na comunidade interna – colaboradores e stakeholders – ou comunidade externa – atores sociais, parceiros, meio ambiente, público local e outros. O meio corporativo tem um papel importante na preservação do meio ambiente e na qualidade de vida de seus colaboradores e território no qual está inserido. Porém, para que esses benefícios se apresentem, as empresas devem adotar uma postura de responsáveis socialmente e estarem vinculadas à visão, ao planejamento estratégico e à sustentabilidade.
O conceito de responsabilidade social não pode ser interpretado com assistência social, caridade ou filantropia. O processo deve auxiliar na construção do crescimento autossustentável que possibilita o aprendizado para a melhoria do ambiente em que se está inserido não criando dependência ou vínculo com a empresa que proporciona esse ensinamento.
Numa visão global, é desejável que a prática do socialmente responsável por uma empresa esteja inserida em sua filosofia, na sua perspectiva e em seus objetivos empresariais. A adoção dessa prática pode ser despertada pela convicção pessoal dos dirigentes ou por concepções empresariais estratégicas como forma de atingir reais objetivos socialmente responsáveis ou seus objetivos gerados pelos eventuais benefícios produzidos pela adoção da responsabilidade social. (ORCHIS, YUNG e MORAES, 2002, p. 56)
Este conceito recebeu variantes ao longo do tempo, alguns termos são complementares, redundantes ou mesmo se distinguem da definição dada, entre elas:
  • Responsabilidade Social Corporativa (RSC): é usado em textos que se referem a empresas de grande porte com preocupações sociais voltadas ao ambiente dos negócios e seus colaboradores;
  • Responsabilidade Social Empresarial (RSE): têm a visão muito próxima a RSC, porém envolve, além de seus colaboradores, os stakeholders com o pensamento de proporcionar a eles uma melhor qualidade de vida e bem estar. Na grande maioria das empresas que a adotam, a mudança de comportamento e gestão envolvem transparência, ética e valores humanos com seus parceiros.
  • Responsabilidade Social Ambiental (RSA): considerada a mais atual e abrangente, pois não mostra apenas o comprometimento com as pessoas e os valores humanos envolvidos, mas com relação ao meio ambiente. Esse olhar prioriza questões voltadas para o socioambiental, em alguns casos o foco é tão intenso que as ações são elaboradas em detrimento de outras sociais mais relevantes.
Responsabilidade Social é uma atividade favorável ao desenvolvimento sustentável, à qualidade de vida no trabalho e na sociedade, ao respeito às minorias e aos mais necessitados, à igualdade de oportunidades, à justiça comum e ao fomento da cidadania e respeito aos princípios e valores éticos e orais.
A empresa que pratica a responsabilidade social ganha visibilidade e crescimento da imagem como empresa cidadã, tornando-se menos propícia a sanções legais. Lima explica, “A cidadania empresarial, entre outras coisas diz respeito a uma atitude proativa que as entidades privadas devem adotar diante dos diversos problemas que a comunidade na qual se inserem apresenta, agindo de forma transformadora e considerando-se como entes dotados de responsabilidade cívica.” (2002, p. 106). A imagem de que a empresa que assume a responsabilidade social busca apenas a prosperidade nos negócios; a ampliação da credibilidade frente aos fornecedores, investidores e clientes; e por fim o reconhecimento da sociedade em que está inserida, não deve ser os principais motivadores para que se estabeleça a política da responsabilidade social dentro da empresa.
Toda empresa tem uma responsabilidade social. É seu dever pensar no bem-estar da sociedade, e não apenas no lucro. A preocupação com o social passou a ser até uma questão de sobrevivência. É uma forma de marketing… a responsabilidade social pode ser definida como o dever da empresa de ajudar a sociedade a atingir seus objetivos. É uma maneira de a empresa mostrar que não existe apenas para explorar recursos econômicos e humanos, mas também para contribuir com o desenvolvimento social. É, em síntese, uma espécie de prestação. (BENEDICTO, 1997, p. 76-77)
A empresa não deve vislumbrar na responsabilidade social apenas seus crescimentos mercadológicos, mas fomentar verdadeiramente o fortalecimento da transformação social. É importante compreender que no Brasil ainda encontramos a responsabilidade social em duas perspectivas distintas:
  • Assistencialista ou paternalista (doadores e benfeitores): nesse caso o apoio da empresa acontece em ações pontuais e sem compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento social;
  • Cidadã ou pró ativa (comprometida ou de resultado): nesse caso a empresa aparece como voluntário na melhoria da comunidade, deixando de serem apenas doadoras, mas articuladoras e promotoras sociais.
A cidadania empresarial propõe que a empresa assuma sua gestão com responsabilidade social interna ou externa, ou seja, deve atender eficazmente seus colaboradores e se tornar parceiro e corresponsável pelo desenvolvimento social comunitário. Nesse intuito, a empresa é responsável socialmente por ouvir e auxiliar os diferentes interesses seja dos colaboradores, dos parceiros, acionistas; como também, aos populares do entorno, aos consumidores, às organizações da sociedade civil, entre outros. Para tanto, é necessário que os gestores definam uma postura que norteie as ações socioambientalmente responsáveis atreladas à missão da empresa, aos valores, à ética, entre outros. Para Rafael (1997, p. 3),
Pode-se entender como ética da responsabilidade social a capacidade de avaliar consequências, para a sociedade, de atos e decisões que tomamos visando a objetivos e metas próprios de nossas organizações… não se pode fazer unicamente uma análise estratégica dessa responsabilidade, quer dizer, não se quer garantir simplesmente a sobrevivência das organizações. É necessária uma análise da responsabilidade, fundamentada no sentido da justiça e defina como a capacidade de deliberar e decidir não só com base nos interesses individuais, mas também do grupo.
Em relação à postura da empresa afirma Grajew (2000, p. 39), “Toda empresa é uma força transformadora poderosa, é um elemento de criação, e exerce grande ascendência na formação de ideias, de valores, nos impactos concretos na vida das pessoas, das comunidades, da sociedade em geral.”.
Diferente do conceito que empreender, vem acompanhado das palavras lucros ou ganhos financeiros, de maneira mais ampla, o termo pode se referir a qualquer iniciativa empreendedora feita com o intuito de desenvolvimento para a sociedade avançando nas causas sociais e ambientais. As empresas sociais, diferentes das OSC ou de empresas comuns, utilizam mecanismos de mercado para, por meio da sua atividade principal, buscar soluções desses problemas sociais.
O perfil do empreendedor social é de uma pessoa que contribui a provocar mudanças sociais, com o intuito de buscar soluções para diversos problemas da comunidade, como por exemplo, os problemas ambientais. Os empreendedores sociais são vistos como agentes reformadores e revolucionários, pois o seu objetivo não é gerar lucros para melhorar sua própria vida financeira, eles buscam melhorar o ambiente ao seu entorno com suas ações desenvolvidas proporcionando qualidade de vida ao seu próximo.
Fonte: http://www.responsabilidadesocial.com/artigo/o-empreendedorismo-e-a-responsabilidade-social-uma-experiencia/

Terceiro Setor: Você conhece a origem deste termo?

A expressão Terceiro Setor tem origem no termo inglês Third Sector, que passou a ter relevância no cenário mundial a partir da década de 1970. Foi utilizada pela primeira vez nos Estados Unidos, com o objetivo de classificar a atuação de instituições voluntárias, criadas por particulares, como universidades, hospitais, igrejas, e outros tipos de organizações sociais.
Em meados da década de 1980, esse termo passou a ser amplamente empregado na Europa. No entanto, era mais comum seu uso para se referir à caridade, principalmente aos aspectos ligados a doações.
No Brasil, a expressão tornou-se conhecida a partir da década de 1990, quando passou a designar o conjunto de entidades privadas, sem fins lucrativos, que buscava atender a determinadas demandas da sociedade, através da captação de recursos junto a particulares (doações), e também mediante a realização de parcerias com o Poder Público.
Apesar de ser um termo relativamente novo, as características e atividades inerentes ao Terceiro Setor existem há muito tempo. Pois, a sociedade sempre procurou, de alguma forma, praticar a filantropia, a caridade, e o auxilio aos mais necessitados. Exemplos disto em nosso país são as Santas Casas de Misericórdia, cuja primeira foi inaugurada em Santos-SP, em 1543, a Legião Brasileira de Assistência (LBA) criada em 1942, e a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (APAE) instituída em 1961.
Na verdade, o que ocorreu mais recentemente foi a conceituação da expressão Terceiro Setor, e, no caso do Brasil, a criação de marcos legais que reconheceram a importância das organizações sociais no cenário nacional. Nesse contexto as demandas da sociedade deixaram de ser apenas por alimentação e saúde, e passaram a ser também referentes a direitos sociais, educação, cultura, meio ambiente, participação nas políticas públicas, e prática da gestão social e cidadania.
Percebemos, portanto, que as entidades do Terceiro Setor não nasceram somente a partir da implantação do seu conceito no Brasil, nos anos 1990. A expressão também veio denominar o espaço já ocupado por organizações criadas pela sociedade, tendo como principal característica a busca pelo bem-estar social, de forma voluntária,  espontânea, e sem a finalidade de lucro ou qualquer outro benefício financeiro.
Fonte: Adaptado de http://nossacausa.com/terceiro-setor-a-origem-do-termo/