Em posts anteriores falamos sobre a importância da autossustentabilidade, ou sustentabilidade econômica, para as organizações do Terceiro Setor. E nessa busca incansável pela tão almejada estabilidade financeira, outro fator que pode contribuir consideravelmente para o sucesso na gestão das organizações sociais é a profissionalização da equipe que vai desenvolver as tarefas operacionais, e também daqueles que vão administrar a instituição.
Apenas coragem e boa vontade não são suficientes para manter uma organização no mercado por muito tempo.
As chances de sucesso na gestão são bem maiores quando a entidade consegue contar com pessoas que estejam em condições de administrá-la bem. No entanto, essa administração não cabe apenas aos gestores. É imprescindível também contar com profissionais competentes e com conhecimentos técnicos suficientes para exercer suas funções satisfatoriamente.
Desta forma, a profissionalização tende a gerar reflexos positivos desde a captação de recursos até a prestação de contas dos valores e responsabilidades recebidos, passando pelas áreas administrativa, de pessoal, financeira e contábil, dentre outras. Isso não significa que as organizações obrigatoriamente precisam ter em seu quadro de pessoal, de forma permanente, todos os profissionais de que necessitam. No entanto, é óbvio que os aspectos jurídicos devem ser tratados por advogados, os contábeis, por contadores, e da mesma forma com relação a assistentes sociais, professores, médicos, etc.
Além da formação técnica e acadêmica, é possível alcançar um satisfatório grau de profissionalização através da participação de colaboradores e gestores em cursos e treinamentos relativos à sua área de atuação, e também naqueles voltados para o Terceiro Setor, visando a qualificação do corpo funcional e administrativo das organizações. Mas é preciso haver planejamento e coerência para que as pessoas certas façam as capacitações certas, no momento certo, a fim de otimizar tempo e dinheiro.
Até mesmo para operacionalizar um sistema integrado de gestão empresarial, o famoso ERP (Enterprise Resource Planning), é necessário que existam pessoas habilitadas e capacitadas para utilizar a ferramenta, que é de grande utilidade quando a instituição gerencia ao mesmo tempo recursos com finalidades específicas, advindos de fontes distintas.
Ressaltamos que a busca pela profissionalização não deve, de maneira alguma, ofuscar o objeto social da organização. Ela continuará sendo uma entidade sem objetivo de lucro, voltada para fins sociais. Porém, não pode esquecer que também é uma pessoa jurídica, que precisa cumprir obrigações contábeis, trabalhistas, administrativas e tributárias. Deve lembrar, ainda, que outras organizações de mesma natureza estarão concorrendo pelos escassos recursos disponibilizados para a execução das mesmas atividades sociais.
É importante compreender que, da mesma forma como acontece na área empresarial, as organizações do Terceiro Setor necessitam exercer uma gestão de qualidade, buscando eficiência e transparência, principalmente quando administra recursos de terceiros. Nesse sentido, a profissionalização do seu corpo gerencial e profissional não pode ser considerada como uma despesa, mas sim como um investimento.
Evidente que, além de capacitação profissional e operacional, as pessoas envolvidas precisam estar estimuladas e dispostas a trabalhar no Terceiro Setor. Caso contrário, de pouco adiantará investir em capacitação e profissionalização se a missão institucional não estiver incorporada nas pessoas.
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Fonte: Gestão para Organizações do Terceiro Setor, Nailton Cazumbá + NOSSA CAUSA.
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