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Terceiro Setor

voluntários

Voluntários

Temos uma situação curiosa no Brasil. Existe uma cultura forte do voluntariado. Ela se expandiu na última década com a criação de centros de voluntariado esparramados pelas cidades e ações de voluntariado empresarial realizados pelos departamentos de recursos humanos de grandes empresas. Ao mesmo tempo, as entidades não estão, em sua maioria, muito abertas a esse tipo de contribuição. Ou se estão, confundem-­se e buscam voluntários que substituam trabalhos necessários e constantes, que nunca poderiam ser realizados por voluntários, que tem como característica a sazonalidade e – infelizmente – inconstância das horas vagas. Há avanços nessa questão de treinar entidades e voluntários para a responsabilidade da disciplina do trabalho pactuado. Mas ainda vejo um longo caminho pela frente para que as entidades percebam as vantagens de um grande grupo de voluntários defendendo a causa assim como uma cultura voluntária onde a maioria das pessoas tenha como hábito contribuir regularmente com algumas horas de seu tempo para uma causa social.

Enquanto que no trabalho social direto é complicado combinar um desejo de um voluntário com uma atividade direta da entidade, na mobilização de recursos todo voluntário é muito bem vindo. Primeiramente por um simples motivo: ele em si já é um recurso e por isso tem valor. Mas principalmente porque para captarmos recursos precisamos de muita gente, que conhece mais gente, que conhece mais gente.

Leia mais: CAPTAÇÃO DE RECURSOS COM INDIVÍDUOS

Em eventos de arrecadação, os voluntários são o público ideal para participar e se possível, inclusive organizarem tudo. Estão com energia disponível e em abundância. Já os funcionários da entidade, em situações
como essa, tem que trabalhar uma jornada dupla: um dia inteiro de tarefas somada a um jantar beneficente.

Organizações que conseguem encontrar um pequeno grupo de  voluntários acabam percebendo um potencial não imaginado de recursos. E leve em consideração que um voluntário é muito mais sensibilizado pela causa geral do que pela entidade em particular. Aproveite isso ao invés de minar essa energia. Os gestores e funcionários têm como hábito tratar de questões da rotina da entidade. Tais questões não são do interesse dos voluntários. Eles estão ajudando porque querem minimizar os problemas das crianças com câncer, ou da floresta amazônica, ou dos moradores de rua. Eles atuam de acordo com as mesmas motivações que tínhamos quando resolvemos trabalhar na área social. Só que depois de tantos anos, nos tornamos um pouco burocratas. Já os voluntários, que decidiram dedicar-­se algumas horas por semana, tem toda uma energia preparada para atuar. Eles querem se livrar da burocracia que tem no seu dia a dia para desfrutar de um ato solidário. Deveríamos nos inspirar neles ao invés de enchê-­los de tecnicismos e especificidades de nossas entidades. É difícil, mas tente. Verá um resultado virtuoso.

Em outros países existe uma atuação bem mais dirigida para o envolvimento de voluntários nas organizações. Aqui no Brasil muitas vezes surge um voluntário querendo ajudar em qualquer coisa e a organização não sabe como recebê-­lo. Perdem‐se enormes riquezas nessas horas de incerteza. Em geral o voluntário volta pra casa frustrado sem ter conseguido algo que o agrade. E acredito que esse voluntário terá muita dificuldade de se envolver novamente nessa ou qualquer outra entidade no futuro. Na Europa e nos EUA é comum encontrarmos sites
especializados em vagas de voluntários. O bacana disso é que trata-­se de vagas bem específicas. “Procura-­se professor de inglês voluntário para dar aulas as terças e quintas das 10 da manhã às 11 horas.” Com certeza existe um voluntário que se encaixa perfeitamente nessa necessidade. E assim não ocorre uma situação embaraçosa que se pauta pela disponibilidade do voluntário que apareceu, para dar aulas as sextas a tarde, de espanhol. Se a entidade se pautar por essa possibilidade do voluntário, terá que mudar toda sua rotina com os atendidos, correndo ainda o risco de que exista falta de interesse em espanhol, ou até algo pior, que o voluntário, de repente, desista, o que infelizmente é bem comum.

Vamos deixa claro também que não cabe buscarmos voluntários para atividades imprescindíveis. Vejo com freqüência organizações buscarem contadores voluntários, professores voluntários, captadores voluntários! Isso não cabe. O que é estratégico deve ser profissionalizado. O voluntariado não é um mecanismo de economizar custos e sim potencializar o trabalho pela causa. Cabe um professor de idiomas para uma entidade que trabalha com adolescentes porque o idioma é um plus no serviço. Mas não cabe buscar professores voluntários se a entidade atua somente com formação. A não ser (sempre há exceções) que a entidade atue somente com voluntários, o que requer outras estratégias, envolvendo forte formação de voluntários principalmente para objetivar o compromisso contínuo.

Mas vamos supor que sua entidade não atua somente com voluntários (o que é a maioria dos casos). Situações como essa devem gerar então uma clareza do que é tarefa profissional e tarefa acessória mas
potencializadora. E é esse caso que quero destacar aqui: Tarefas potencializadoras para a causa, movidas por atividades voluntárias. Pode ser na organização de um jantar, pode ser na venda de camisetas em uma escola privada, na campanha de conscientização da reciclagem em uma avenida grande da cidade. Conheço casos de voluntários que se rodiziam na loja da entidade, ou que se dedicam a esclarecer dúvidas por telefone sobre doenças específicas.

A atividade voluntária é o que há de mais nobre numa ação social. Porque nós, bem ou mal, somos trabalhadores assalariados. Um voluntário se dispõe a usar um tempo livre, que poderia estar dedicando à família, a um bom livro, ao descanso. Valorizar o voluntário não é treiná-­lo a trabalhar como nós trabalhamos e sim sensibilizá-­lo e motivá-‐lo a fazer o melhor possível. Provavelmente sem nossa técnica, sem nosso profissionalismo, mas com uma energia que é bem provável que já tenhamos perdido. Um pedaço.

Existem alguns celeiros de voluntários que cabe mencionar. Um deles é o setor de educação. Desde a escola básica até a universidade. O mais comum que encontramos por aí é a parceria entre especialidades e demandas. Um exemplo é odontologia. Os alunos precisam treinar a ser dentistas e assim sendo, nada melhor do que fazer isso com entidades sociais. Acho que hoje toda universidade tem suas parcerias nessa área. Mas podemos expandir isso para todas as outras: Psicologia, Nutrição, Engenharia, Publicidade, Direito, absolutamente todas. Também podemos ir além e negociar parcerias diretamente com os alunos. Podem envolver-­se em campanhas de arrecadação e em alguns casos organizando o próprio evento. Festas de fim de ano organizadas pelos diretórios acadêmicos podem reverter parte da renda a entidades parceiras. As ideias são infinitas. E deixe que eles próprios sugiram coisas.

Outro celeiro cheio de oportunidades é a empresa próxima à entidade. Várias já têm seu setor de voluntariado corporativo mas mesmo nas que não tem, sempre há gente disposta a organizar alguma atividade com funcionários. Em geral isso está a cargo do departamento de recursos humanos. Mas existem casos onde tudo começa com um funcionário mais ativo, que mobiliza os demais a fazer algo. Todo mundo na empresa sabe quem é essa pessoa. Geralmente pede um dinheiro no fim do ano para comprar brinquedos para crianças ou simplesmente atua em uma entidade como voluntário em alguma entidade. Ter esse funcionário do seu lado é o seu objetivo.

Não poderia deixar de destacar aqui um tipo de voluntário que muito me agrada: as “senhorinhas”. Nós somos um país com um quadro de maioria jovem mas em breve a maioria das pessoas serão da chamada terceira idade. É um problema que o governo terá que enfrentar. Como garantir que a população economicamente ativa garanta recursos para a previdência dos aposentados? Como não sou gestor público deixo esse problema de lado e contribuo com uma sugestão: Por mim, eu colocaria todo aposentado (que tivesse interesse, claro) pra trabalhar como voluntário. Eu fico impressionado como brilha o olho dessas senhoras que se dedicam a fazer o bem ao invés de ficar em casa assistindo TV. Claro que falo senhoras mas não descarto a contribuição de senhores. É que eles são minoria. Mas conheço alguns geniais. Um que virou motorista. Leva as crianças pra cima e pra baixo e ainda puxa assunto no trânsito. Outro que se dedica a concertar coisas que quebram. Sim, existem os senhores. Mas as senhoras… Adoro essas senhoras! Elas se maquiam, colocam o vestido mais bonito e vão a luta, sempre em grupo, no mínimo em duplas. Costuram, vendem, organizam. Fazem de tudo. Estão felizes em ajudar mas principalmente por sentirem-­se ativas. Muitas já me disseram que nunca se sentiram tão felizes na vida.

A sua ONG valoriza seus voluntários?

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Fonte: Marcelo Estraviz, Um Dia de Captador.

recursos internacionais

FONTES INTERNACIONAIS

Fontes Internacionais são a cerejinha do bolo para uma entidade consolidada. Além do prestígio, o dinheiro que disponibilizam é muito útil para saltos qualitativos nas organizações.

São poucas as entidades que se utilizam de recursos internacionais. E as que usam, fazem isso há muitos anos. Parece que, como castigo, são justamente essas que estão com problemas de financiamento hoje em dia. Mas isso tem um motivo.

Nos anos oitenta e até um pouco antes, nos setenta, algumas dezenas de instituições foram criadas no Brasil. Vários ativistas que criaram essas ONGs conseguiram recursos com fundos internacionais. Tais fundos eram prioritariamente vinculados à igreja e a grupos progressistas. Eram entidades canadenses, suecas, alemãs e holandesas, em sua maioria. Os recursos que tinham eram provenientes das famílias que doavam seus trocados nas missas de domingo nos respectivos países. Mal sabiam elas que parte de seu dinheiro vinha parar na América Latina. Esse período foi bastante pródigo de iniciativas de empoderamento popular. ONGs criavam grupos de alfabetização de adultos, formação de sindicatos, criação de associações comunitárias… Foi um trabalho excelente, mas faltou outro pedaço, o da busca de aliados.

Essas ONGs recebiam esses recursos como se fosse um crédito a fundo perdido. Foram acomodando ­‐se nessa situação. As fundações pediam basicamente relatórios e mais propostas com novos projetos.

Como tudo na vida muda, esse modelo mudou. As fundações internacionais, pressionadas pelos stakeholders, pessoas envolvidas direta ou indiretamente com elas, passaram a exigir relatórios menos subjetivos
e mais quantitativos. Pediam também que nesses relatórios constassem estratégias de complementação de recursos.

As ONGs começaram a desesperar-­‐se. “Como assim complementar recursos? Nós nos dedicamos a alfabetizar adultos, não a buscar dinheiro!”, diziam várias. Depois as fundações passaram a oferecer recursos para projetos somente se as ONGs mostrassem como contrapartida a obtenção de ao menos uma parte desses recursos. Então as ONGs começaram a fazer um mix: Pediam para uma fundação alemã e outra canadense. Para uma prometia que a outra já havia garantido a doação, e vice versa.

Neste começo de milênio a coisa está assim: Muitas fundações passaram por uma espécie de “fusões e aquisições”, como nas grandes empresas. Três ou quatro fundações alemãs viraram uma única fundação. Os holandeses associaram suas contribuições ao mecanismo governamental de cooperação internacional transformando-­se em uma espécie de entidade paraestatal. E por aí vai. Deste lado do oceano as ONGs brasileiras estão buscando alternativas de financiamento e aprendendo, tardiamente, que existem outras fontes.

As fundações internacionais estão também deixando de apoiar os projetos brasileiros, algumas inclusive fechando seus escritórios aqui. Dizem, e eu concordo com elas, que já somos um país que pode contar com recursos próprios para as causas sociais. Viramos gente grande.

Algumas ONGs morreram na praia, outras viraram uma coisa completamente diferente do que eram antes. E umas dezenas de sobreviventes estão ainda perplexas por não terem visto como o mundo mudou.

Por que esse histórico torna-­se importante pra você? Porque você está em uma situação privilegiada. Primeiro não passou por essa situação de ficar mal acostumado com recursos externos. Segundo porque aprendeu que é importante diversificar recursos. Então, contar com recursos internacionais, sabendo que será uma parcela das suas necessidades, é uma situação confortável em uma negociação com alguma fundação internacional.

No seu caso, recomendo que faça uma pesquisa na web. Saiba que existem sites que informam com bastante clareza quais as datas para solicitação, qual o modelo de formulário, qual o foco da fundação, etc.

Uma das maiores vantagens de se trabalhar com recursos internacionais é que a negociação é muito mais clara do que com nós mesmos, os brasileiros. Nós não sabemos dizer não, os gringos sabem. E isso não dói para eles e devemos aprender a não doer para nós quando ouvirmos. Da mesma forma que os “nãos” são categóricos, os “sim” são exatos. Isso é maravilhoso para um captador.

Em geral, não há muito espaço para diálogo quando pedem que você envie um formulário explicando o projeto. Afinal, são algumas centenas, às vezes milhares de proponentes. Mas há alguns que permitem uma conversa. Isso fica claro na página da fonte internacional.

Uma dica que ajuda na aprovação é você mostrar que conseguirá autonomia após o término do projeto. Eles estão com certo trauma de ter enviado milhões de dólares e euros para o Brasil nas últimas décadas e isso não ter gerado desenvolvimento institucional. Se você tem um projeto de 300 mil em 3 anos, mostre que precisa de 190 mil. E usará 100 mil deles no primeiro ano. 60 mil no segundo (pois conseguirá outros 40 mil com terceiros). 30 mil no terceiro (pois conseguirá 70 mil com terceiros). Essa lógica mostra maturidade institucional e gera confiança para o parceiro internacional.

Existem novos mecanismos surgindo. Bem interessantes por sinal.

Na Europa, existe uma legislação criada no âmbito na União européia que define que os orçamentos europeus devem dedicar 0,7% de seus recursos para a cooperação internacional. O bom disso é que essa lei desce em cascata até os municípios. Desta forma você pode, por exemplo, fazer uma parceria com uma cidadezinha no interior da França e obter dela 0,7% do seu orçamento. Muitas cidades italianas têm feito isso. Outra possibilidade é você buscar uma ONG européia e ficarem amigas. As ONGs lá têm uma quantidade significativa de possibilidades, editais, concursos, etc. Busque aliar-­se com gente que tem mesmos valores e visões de mundo. Se isso não ocorrer, vai haver aí uma relação de desigualdade.

Nos EUA existe um mecanismo de incentivo fiscal para determinado tipo de ONG. Ele permite que as doações para ONGs que tenham essa certificação possam ter incentivos fiscais. Até aí, isso não nos diz nada certo? Mas agora existe um belo aliado que ganhamos. A Brazil Foundation é uma entidade americana formada por brasileiros. Além de apoiar projetos brasileiros com recursos provenientes de seu próprio fundraising em solo americano, essa entidade tem também o selo que permite ao doador americano sua dedução para a entidade.

Isso tem permitido, ainda de forma incipiente, que empresas americanas ou mesmo brasileiros residentes nos EUA possam doar para a Brazil Foundation e esta repassa os recursos para sua entidade, através de um acordo simples, contendo os custos financeiros dessa operação.

Porque eu acho essa operação interessante? Porque acredito que estamos começando a desenvolver um novo mecanismo de financiamento: o “fundraising de diáspora”. Imagine a quantidade de brasileiros bem de vida que moram no exterior e que poderiam doar recursos para sua entidade, já que querem um país melhor do que quando o deixaram?

Muitos mexicanos moradores dos EUA já fazem isso, repatriando recursos para suas cidades‐natal e em alguns casos esses recursos são quase do tamanho dos orçamentos municipais dessas pequenas vilas.

A sua ONG recebe ou já recebeu recursos internacionais?

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Fonte: Adaptado de Marcelo Estraviz, Um Dia de Captador.

plano de acompanhamento e fiscalização

Plano de acompanhamento e fiscalização

Dados do último censo do SUAS –  Sistema  Único  de  Assistência  Social – realizado em 2010 demonstram que 85,9% dos Conselhos Municipais de Assistência Social, considerando os 78 municípios do Espírito Santo, não regulamentaram o plano de acompanhamento e fiscalização das entidades e organizações sem fins lucrativos inscritas naqueles Conselhos. Naquele ano existiam 181 ONGs de assistência social no Espírito Santo que recebiam recursos públicos para executar  as suas atividades. Estes são dados oficiais de um órgão federal e que estão disponíveis no site do Ministério do Desenvolvimento  e Combate à Fome – MDS/CNAS.

Regulamentar, neste contexto, significa publicar normas específicas detalhando os procedimentos que serão adotados. Se não existe a regulamentação pode-se afirmar que, oficialmente, há um problema instaurado, mesmo que existam regras e requisitos para inscrição das ONGs, que tenham como objetivo prestar serviços socioassistentenciais à população, no Conselho.

Como não existe a norma publicada disciplinando a forma de acompanhamento e fiscalização dos serviços prestados pelas ONGs, os conselheiros não têm instrumento legal para verificar se o previsto nos estatutos sociais das ONGs está sendo ou não colocado em prática, e apurar o alcance e a qualidade dos serviços disponíveis. O que torna o problema ainda mais grave é que, como indica o censo, grande parte destas ONGs é financiada com recursos públicos que deveriam ser  utilizados na realização de suas atividades sociais.

Como é possível ter certeza que os recursos públicos estão sendo bem utilizados se a grande maioria  dos órgãos  encarregados  de garantir a fiscalização ainda nem criou as normas e o plano para esta ação? Existem ONGs sérias e comprometidas, mas se sabe que há também as “pilantrópicas”, e por esta razão a fiscalização legitimada pela legislação é a forma mais adequada de separar o joio do trigo.

A Política Pública de Assistência Social do Brasil foi, de fato, muito bem pensada e elaborada, mas é preciso avançar a prática para que haja garantia dos direitos conquistados.

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Fonte: Social em foco: ONGs – orientações legais e práticas / Ana Cláudia
P. Simões; Vitória: A Gazeta, 2014.

captação de recursos na web

CAPTAÇÃO VIA WEB

Sou um imigrante digital, como os teóricos tem definido. Os nativos digitais (gente que nasceu depois de 1986) são pessoas cuja vida foi pautada pela internet como algo natural. Nós, os imigrantes, estamos todo o tempo tendo que nos acostumar com essa cultura, com o idioma, com um ambiente que nos é estranho, mas é onde moramos hoje, por isso somos imigrantes.

Captação via web não é um segmento, um nicho ou uma oportunidade. É simplesmente o que se fará desde já e para sempre. Aposentaremos os correios como já aposentamos os cartões de natal. Então não se trata de decidir se vamos entrar na web e sim quando vamos entrar na web.

Faz 10 anos eu sugeria que as ONGs deveriam ter um site. Que isso era uma espécie de folheto institucional virtual. Hoje eu exijo que as entidades tenham seu site e sugiro que sua presença web seja complementada por páginas dinâmicas, espaços para participação dos leitores, envolvimento em redes sociais, mecanismos de interação, etc. Alguns denominam isso de web 2.0. Pois trata-­‐se da web criada pelos próprios usuários, desenvolvendo conteúdos, envolvendo-­‐se com o site de forma a contribuir com informações, dados e opiniões.

Hoje a ideia de ter um site como folheto institucional foi por terra. As ONGs que fizeram isso antes, achando-­se modernas, estão novamente atrasadas hoje. Pois o leitor passa pelo site e em poucos segundos vai embora pra nunca mais voltar. E então, por onde começar? Tenho a necessidade de alguém dedicado a isso? O que dizer, se nem tenho tanta novidade assim? Bem, comecemos pela última pergunta: Se não há tanta novidade assim, repense suas ações. Uma organização não pode ser uma caixa preta cuja única novidade ao mundo é que precisa de mais dinheiro. É impossível que não exista nenhuma novidade em um mês de atuação.

Alguma visita de alguém, algum passeio ao parque, um aniversário, uma festa. Tudo isso é notícia e mostra que a ONG está viva, atuante, dinâmica, relacionada ao mundo externo. E é isso que as pessoas que apóiam a entidade querem saber. Que seu dinheiro está servindo para alguma coisa.

Antes de pensar em captar pela internet, pense em oferecer coisas. E a primeira coisa que se pode oferecer é notícia fresquinha. Não adianta colocar lá um botão do tipo “doe aqui” no meio daquele site estático empoeirado. Primeiro oferecemos, depois pedimos. E oferecer notícia é barato, é de graça, aliás. Basta com mudar seu site para algo mais próximo de um site de notícias. Isso não é caro nem requer grandes conhecimentos. Junto ao novo site, comprometa-­se a enviar ao seu mailing, talvez mensalmente, as notícias mais frescas do site. Isso tem o nome de email-marketing. Mas não mande isso pra qualquer um. Mande pra quem pediu, alguém que se inscreveu no site ou na pior das hipóteses as pessoas que você conhece e estão no mailing da instituição. Sempre dê a essas pessoas a opção de não mais receber o e-mail. É um direito deles e você não quer ficar com a fama de chato, certo?

Depois que você alterou o site para algo dinâmico e passou a enviar mensagens mensais com as novidades, veja se não tem outras opções dentro do seu sistema de gerenciamento de conteúdo do site. Isso se chama CMS (Content Management System). Os sites dinâmicos funcionam utilizando-­se de CMSs e em geral vem cheios de brinquedinhos que podemos implantar: pesquisas, fóruns, comentários, etc. Não precisa
encher seu site de brinquedinhos. Use-­os com parcimônia, mas pense que cada um desses brinquedos é uma forma de fazer a pessoa ficar mais tempo no site e se envolver com a entidade. Dê aos leitores a oportunidade de participar das decisões. Pergunte a elas se preferem uma festa junina ou um leilão de arte por exemplo. Crie um fórum de discussão sobre os espaços públicos no bairro, deixe que as pessoas comentem as notícias. Quanto mais envolvente, mais carinho uma pessoa passa a ter pelo seu site, ele vira referência e assim a pessoa voltará lá mais vezes.

Depois de fazer isso é hora de captar certo? Ainda não. Falta agora envolver a entidade em outras redes sociais fora do site. Já ouviu falar em Facebook, Intagram, Youtube, Flickr, Linkedin, Twitter? Tudo isso são redes sociais, com especificidades, e que são parte da vida cotidiana dos nativos digitais. Eu não preciso ter um vídeo da minha festa de aniversário somente no meu site. Eu o publico no youtube e se quiser, posso até colocar um link do vídeo na minha página pessoal. Desta forma, a presença web de uma entidade (na verdade de qualquer um de nós) não se restringe a nosso site e sim a vários locais. É assim que podemos dizer que estamos na rede, em rede.

Desta forma, pense além de notícias, faça vídeos, tire fotos, divulgue o dia a dia da entidade para que qualquer um possa ver que você existe. Não há mais aquela necessidade de vídeos profissionais ou fotos artísticas. Não que elas não sirvam, servem sim, e pendure-­as na web. Mas não se  acanhe de publicar na web aquele vídeo feito com um celular mostrando a inauguração da nova ala dos brinquedos das crianças.

Podemos ir para a captação agora? Acho que sim. E porque só agora? Porque agora você tem uma quantidade significativa de pessoas que
passam pelo seu site, que convivem com você. Antes, aquele folheto institucional virtual estava às moscas. Agora ao menos tem mais gente se divertindo.

Não pense que você vai arrecadar milhões de reais. O importante é ter um mecanismo de arrecadação, mas ele terá maior impacto em campanhas específicas. Esse mecanismo é bastante simples. Basta com adicionar um botão para doações. Hoje empresas oferecem esses mecanismos que concentram doações por boletos, cartão de crédito e depósitos em conta corrente. Você pode também fazer a negociação com cada um dos cartões e cada um dos bancos, mas convenhamos que é mais trabalhoso. A empresa internacional mais conhecida e que também atua no Brasil é a Paypal. O grupo UOL criou algo similar chamado Pagseguro. Ambos sistemas concentram vários mecanismos de pagamento com um único registro. Cômodo para o doador e para a entidade.

Uma instituição que não tem um mecanismo de afiliação por folhetos ou fichas de inscrição pode partir diretamente para o sistema de afiliação on line pulando etapas. Na verdade, captar pela web não difere muito de captar por fichas de filiação. O importante é a forma de fazê-­lo.

Continuamente visito sites de entidades onde consta uma página para doação. Em geral é um texto chato, com um formulário mais chato ainda para preenchimento. Não há nenhum estímulo, nenhum empenho em que a pessoa não desista. Ao contrário, aqueles campos a serem preenchidos parecem campos minados para que mudemos de ideia rapidamente.

Um botão com ”doe agora” tem o mesmo efeito mágico das propagandas de venda direta na TV com o “ligue já”. Não é um pecado envolver o potencial doador com mensagens que o estimulem a agir. Não estamos pedindo reflexão consciente e sim dinheiro. Queremos que o doador aja rápido e devemos auxiliá-­lo nesse procedimento de doação. Perceba que as lojas on line, principalmente as grandes, tem um sistema que facilita a compra. Desde o carrinho de supermercado até campos já preenchidos para que somente tenhamos que colocar o endereço de entrega. Aqui no Brasil são poucas as entidades que captam via web mas principalmente porque também são poucas as que captam com indivíduos. O que venho destacando ultimamente é que é possível queimar etapas. Já que estamos nesse mundo da internet, pois vamos direto ao sistema que facilita nossa vida de arrecadação. Depois que o implantemos, podemos utilizá-­lo para campanhas específicas, vendas de produtos, reservas de mesa para jantares beneficentes, etc. O que não dá é pra continuar naquele modelo de boleto que chega por correio. O que? Sua entidade ainda usa isso? Argh!

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Fonte: Adaptado de Marcelo Estraviz, Um Dia de Captador.

a importância da gestão nas ongs

A importância da gestão nas ONGs

Muitas ONGs deixam de dedicar um tempo adequado à sua gestão, embora este seja um aspecto que faz grande diferença no  impacto  social dos seus projetos. Para conseguir impacto social, ou seja, resultado sociotransformador perene, a ONG precisa desenvolver projetos tecnicamente planejados e estruturados, e isto só é possível se houver recursos suficientes para o investimento social,  além do monitoramento contínuo e dos ajustes que se fizerem necessários.

Desta forma, algumas atividades precisam ser desempenhadas satisfatoriamente, tais como a captação de recursos, o planejamento das atividades do projeto – necessariamente elaborado em função de seus objetivos -, a escrita técnica do projeto, a avaliação de resultados, a articulação de parcerias, entre outras. Todas estas atividades são prerrogativas e competências do setor administrativo da ONG, que  é  o  setor responsável por sua gestão.

É possível, então, perceber que a qualidade desta gestão está relacionada diretamente com a qualidade dos serviços prestados à sociedade e dos resultados sociais alcançados. Uma instituição sem fins lucrativos que não se preocupa com a qualidade de sua gestão está fadada a não alcançar sustentabilidade financeira e a viver sempre em um cenário de incertezas e de resultados sociais insuficientes.

A qualidade dos serviços prestados é consequência da qualidade na gestão. E a qualidade dos serviços é uma meta que deve ser perseguida, já que se trata de um dever moral do Terceiro Setor. Existem muitos organismos que atestam a qualidade. As normas mais conhecidas são as da ISO 9000, que se referem à qualidade de processos internos, capacitação de colaboradores e satisfação de stakeholders.

Como referência de que a excelência em gestão está ao alcance do Terceiro Setor é  possível  citar  a  Acacci  –  Associação  Capixaba  contra o Câncer Infantil, que obteve recentemente o certificado NBR ISO 9001:2008. A Acacci é um exemplo a  ser  seguido  e  a  certificação  é um diferencial importante para a captação de recursos.

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Fonte: Social em foco: ONGs – orientações legais e práticas / Ana Cláudia
P. Simões; Vitória: A Gazeta, 2014.

EVENTOS DE ARRECADAÇÃO

Evento é sempre bom. É um momento lúdico, pra cima, onde se convive com gente de bom humor, com vontade de conversar e participar. É todo o contrário do nosso dia a dia e da nossa rotina. É o oposto aos dias sérios e complicados que passamos no decorrer da semana.

Leia também: Como as ONGs podem arrecadar mais doações no final do ano

Muitas organizações fazem eventos, mas poucas fazem eventos cujo objetivo primordial é arrecadar. Um evento que não é arrecadador não me parece boa coisa a se fazer. É um hábito a ser extirpado. Muitos me dizem que são eventos de apresentação, de intercâmbio, de isso ou aquilo. Eu retruco que qualquer evento pode ser o que se quiser, mas deve ser, antes de tudo, arrecadador. Pode se cobrar uma entrada, ou pode se vender algo nele, ou pode-­se planejar um leilão, não importa. Um evento que não é previsto para arrecadar corre o risco de parecer desnecessário e gastador.

Leia mais: CAPTAÇÃO DE RECURSOS COM INDIVÍDUOS

Um evento arrecadador precisa, claro, ser bem planejado. O pior dos mundos é quando se planeja arrecadar com ele e o que ocorre é prejuízo. Para isso o melhor é planejar e começar humilde, sem grandes ideias mirabolantes e gigantescas. Não vá começar pensando num evento para 1000 pessoas, nem em arrecadar dezenas de milhares de reais. Comece com um evento que caiba na sua capacidade. Pense no seu aniversário, no seu casamento. Algo entre essas duas coisas, que dê um trabalho menor do que seu casamento.

Veja também: Planejamento Financeiro no Terceiro Setor

Sua instituição deve pensar que um evento deve ter sua continuidade. É melhor realizar um leilão de arte que ocorrerá todo ano do que varias festas diferentes que não conversam entre si. É bom pensar também qual será o evento grande e quais os eventos menores. Um jantar de gala é um evento grande, jantares temáticos podem ocorrer a cada trimestre.

Veja mais: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PODE SER APLICADO NAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR?

Outro tipo de evento pouco utilizado, mas muito interessante, é um seminário ou congresso, algo que tenha a ver com o conhecimento próprio da instituição, caso ela seja uma especialista no assunto. Uma ONG especializada em gênero pode perfeitamente fazer um seminário, convidando inclusive outras pessoas especialistas sobre o mesmo tema para palestrar. Os que pagarão pelo evento serão, nesse caso, estudantes ou profissionais, de um mailing prévio. São eventos mais sérios, mas nem por isso menos agradáveis. São sempre oportunidades de network.

Saiba mais: ONG PROFISSIONAL

Os jantares, encontros, festas, bingos e leilões são os eventos festivos. E como tais, devem levar em conta essa sensação prazerosa de querermos participar.

Veja aqui também: PLANO ANUAL DE CAPTAÇÃO

Não importa o tamanho da entidade, qualquer pode fazer um evento. Uma pequena creche na periferia de uma grande cidade pode realizar um bazar que arrecadará algo suficiente para os gastos de alguns meses. Uma grande organização pode realizar um grande congresso que arrecade mais de um milhão de reais. Sempre recomendo que os eventos façam parte de seu mix de fontes de financiamento, pois assim como os recursos provenientes de indivíduos, eventos trazem dinheiros não carimbados.

Recursos que podem ser úteis para aqueles investimentos não cobertos por projetos, convênios ou patrocínios.

Falando em patrocínios, um evento pode ser patrocinado. Mas não transforme tal patrocínio na única fonte de renda, com ingressos gratuitos. Pois quando se fazem eventos assim, entramos no mesmo problema do dia a dia: buscar parceiros que não financiarão nossa entidade, mas sim nosso evento. Perceba que o problema se repete. Um patrocínio deve ser um elemento adicional ao mix de arrecadação. Bons eventos conseguem bons patrocínios. Mas um bom evento leva alguns anos para ser considerado um bom evento. Por isso, desde a primeira edição, um evento deve ter superávit, com ou sem patrocínio. Pense dessa forma e assim você garantirá a continuidade do evento em novas edições. Se você quer começar com um grande evento, terá um desgaste físico e emocional com altas expectativas e o stress resultante não compensará o resultado final. Pense em eventos que crescem a cada edição, que sejam singelos, simpáticos, com a cara da entidade.

Para saber mais: TERCEIRO SETOR E SUSTENTABILIDADE

Encontre alguém que te ajuda a organizar um evento. Se você cuida de várias outras tarefas, delegue a organização do evento para, se possível, algum voluntário que se anima com a ideia de organizá-­‐lo. Eventos levam meses para serem organizados e não podem ocupar seu tempo normal, correndo o risco de você se dedicar tanto ao evento, que deixa outras posições em aberto. Como conseqüência, o dinheiro ganho no evento não compensa as perdas do dinheiro não ganho em outras situações.

Um evento é também um momento que foge ao padrão do dia a dia a entidade. É quando se reúnem os funcionários, os apoiadores, os conhecidos, e em alguns casos, os atendidos. É o momento “portas abertas” da entidade, e é um momento de celebração. Para quem está fora da entidade, não existe momento mais propício para começar ou ampliar a participação.

Sua OSC faz eventos de arrecadação? A Thomazin Assessoria pode ajudar! Clique aqui para nos enviar uma mensagem e o mais rápido possível entraremos em contato.

Fonte: Adaptado de Marcelo Estraviz, Um Dia de Captador.

Como as ONGs podem arrecadar mais doações no final do ano

No Brasil, o crowdfunding está se tornando cada vez mais popular sendo utilizado por diversos setores como empreendedorismo, gastronomia, cultura e terceiro setor. No ano de 2015, o recorde de arrecadação latino-americano, que ultrapassou R$1 milhão, foi conquistado por uma organização sem fins lucrativos.

As últimas semanas do ano representam uma oportunidade singular para organizações sem fins lucrativos. A fim de aproveitar a oportunidade, as organizações sem fins lucrativos precisam entender quais os fatores impulsionam o aumento das doações no último trimestre.

Durante as festas , as pessoas se tornam mais solidárias com as necessidades das outras pessoas e estão mais dispostas a incluir doações de caridade em suas despesas de final de ano. Algumas estão também olhando em frente para o imposto que deverá declarar no ano seguinte, e sabem que a fim de colher algum benefício fiscal para o ano corrente, eles devem doar até o final do ano.

Se você está buscando doações individuais, contribuições de empresas ou de ambos, a sua campanha de arrecadação de fundos de final de ano enfrenta alguns desafios comuns, incluindo:

  • Competição por doações: Há centenas, milhares de organizações sem fins lucrativos em busca de doações no Brasil e no Mundo. Muitas se restringem apenas à sua comunidade, ao seu bairro, mas outras outras expandem a sua abrangência criando campanhas de arrecadação online para captar doações de todo o Brasil e também do exterior.
  • Competição pela atenção: Os doadores têm muito em suas mentes no final do ano, incluindo o planejamento de férias, compras, planejamento tributário, entretenimento e muito mais. Em novembro e dezembro, pode ser difícil de agarrar a atenção dos doadores.
  • Evoluindo comunicação: organizações sem fins lucrativos têm mais canais de comunicação do que nunca, e isso é bom e ruim. Enquanto mais maneiras de se comunicar com os doadores pode significar mais oportunidades para ganhar seus corações e doações, sabendo quais canais são os melhores para falar com seus doadores é fundamental – e nem sempre é óbvio.
  • A necessidade de uma maior eficiência: Organizações sem fins lucrativos sempre tiveram de fazer mais com menos, e é ainda mais crítico para otimizar a eficiência no final do ano. Converter uma pessoa em doador se torna mais difícil nesta época do ano.

Uma comunicação eficaz, relevante e cativante é a solução para esses desafios. Todos os canais de comunicação devem incorporar visuais atraentes, mensagens claras, uma chamada à ação e múltiplas maneiras para as pessoas a doar. Em seu e-book “Year-end Guia Fundraising Survival”, o Network for Good diz entidades sem fins lucrativos devem:

  • Definir metas específicas, mensuráveis, realistas, exequíveis e oportunas.
  • Iniciativas segmentadas de acordo com dados demográficos do público-alvo.
  • Habilidade no apelo forte, específico, simples e pessoal, que mostre ao doadores o que exatamente a sua doação vai ajudar e como.
  • Ação em tempo hábil.
  • Site compatível para celular.
  • Apelo à emoção, em vez de intelecto.
  • Fornecer várias maneiras de doar, especialmente online.

Sua ONG está preparada para arrecadar doações neste final de ano? A Thomazin Assessoria é especialista em Terceiro Setor. Precisa de ajuda? Clique aqui para nos enviar uma mensagem e o mais rápido possível entraremos em contato.

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Fonte:adaptado de https://www.ongsnobrasil.com.br/marketing/ongs-arrecadar-doacoes-final-do-ano/

Texto original em http://www.business2community.com/non-profit-marketing/leverage-digital-channels-maximize-year-end-fundraising-success-01384200#LRj13OqJlE5xttMo.99

associado ong

Responsabilidades do associado de uma ONG

O requisito mínimo para constituição de uma ONG do tipo jurídico “Associação” é a existência de um grupo de pessoas reunidas em torno de um mesmo ideal não econômico, ou seja, uma ideologia comum e não focada em atividade econômica (comércio ou prestação de serviços pagos). A partir da existência do grupo, ao decidir-se pela constituição jurídica, estas pessoas passam a denominar-se “associados”. Após o registro em cartório, estes associados adquirem direitos e também assumem obrigações que estão previstas no estatuto social da ONG e no Código Civil Brasileiro.

Leia também: Reflexões para quem pensa em criar uma ONG

Ser associado significa que, por livre e espontânea vontade, foi assumida a obrigação legal de  participar  ou,  pelo  menos,  concordar  com as atividades da ONG a que se associou. Por isto é importante a participação efetiva, pois em caso de “desvio  de  finalidade”  o  juiz,  em  um processo civil, pode determinar que as dívidas da entidade sejam estendidas aos bens particulares de associados e não somente aos dos dirigentes da ONG.

Leia mais: Quais são os tipos de ONG no Brasil?

Se uma pessoa deseja colaborar eventualmente, de forma esporádica, mas não dispõe de tempo para participação ativa  nas  atividades  de uma entidade, o recomendável é que ela não se associe e sim, ao invés disso, seja um voluntário ou até mesmo um doador de recursos financeiros. Por isso, é necessário ter a consciência da responsabilidade que há na assinatura de um Termo de Associado.

Veja também: TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS PARA ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR.

Equivocadamente, muitas entidades incluem em seus estatutos uma categoria de associados chamados de “beneméritos”. Geralmente, nesses casos, as  entidades  desejam  apenas  conferir  a  esta  pessoa  um título em agradecimento por relevantes auxílios financeiros. Mas, quando incluem o título de benemérito em uma categoria de associado, as entidades estão inconscientemente atribuindo aos agraciados  com a titulação todas as obrigações e responsabilidades de um sócio, que estão dispostas no estatuto e na legislação. Se o desejo é apenas agradecer e prestar uma homenagem ao benemérito, o título até pode ser criado e ter suas condições estabelecidas  no estatuto, porém nunca deve ser incluído em uma cláusula que trate de associados. O título, neste caso, deveria constar de cláusula específica, para que o homenageado fique resguardado de quaisquer problemas eventualmente gerados pela administração da ONG.

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Fonte: Social em foco: ONGs – orientações legais e práticas / Ana Cláudia
P. Simões; Vitória: A Gazeta, 2014.

geração de renda em ongs

Geração de renda em ONGs

Alguns alegam que vender produtos não é uma tarefa de ONG. Outros entendem que geração de renda é todo o dinheiro que entra em uma instituição. Eu farei um recorte particular aqui. Pra mim, geração de renda em ONGs é a venda de produtos ou serviços e que pode ou não envolver a tarefa de eventos de arrecadação. Feito esse recorte, focarei agora a venda de produtos e serviços, para detalhar eventos em outro momento.

Eu acho que vender produtos ou serviços é uma forma saudável de arrecadação desde que o foco da entidade seja sua causa e não as vendas. Organizar vendas pode perfeitamente fazer parte do mix de fontes de recursos e é, assim como os indivíduos, um recurso não carimbado.

Cabe lembrar que por se tratar de vendas, há a necessidade de oficializar isso e pagar impostos devidos. Se as vendas são de serviços, é necessário pagar ISS, busque informações no seu município. Se vai vender produtos, terá que pagar ICMS então procure informações na secretaria da fazenda de seu estado. Existem organizações que vendem produtos ou serviços e emitem um recibo de doação. Não é a forma correta. Algumas alegam que foi a recomendação da própria administração pública. Pode até ser, pode até que algum servidor, vendo que se tratava de uma iniciativa louvável, recomendou esse “jeitinho”. O comprador não será em nenhum momento punido pelo estado, se comprar algo sem nota fiscal, mas uma entidade pode sim ser multada por vender produtos sem o devido pagamento dos impostos.

Tirando essa questão, que seu contador poderá explicar sem nenhuma dificuldade, vender produtos é algo bem fácil e útil para uma entidade.


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Minha recomendação é que transforme essa tarefa em algo eminentemente arrecadador. Explico: Se sua entidade resolve fazer uma caneca, venda-­a por 15 ou 20 reais. Não se trata de concorrer com uma caneca simples que custa 2 reais no mercado. Deixe claro que a compra da caneca representa uma renda extra para a entidade. E o comprador levará contente uma caneca que representa sua contribuição à causa.

Conheço muitas entidades que fazem uma mistura de sua atuação social com arrecadação de recursos. Darei dois exemplos típicos.

Um é o famoso Brechó. As entidades arrecadam dezenas de roupas e depois as vendem à comunidade carente a preços irrisórios. Eu acho isso muito bacana, mas poderia ser melhor pensado. Poderiam criar dois momentos de arrecadação de peças. Em um momento, fazem isso. Mas 6 meses depois fazem um brechó no bairro dos ricos, a preços baratos mas não irrisórios, e se avisa que a renda irá pra comprar roupas novas para a comunidade, por exemplo. Já vi casacos de couro sendo vendidos por 5 reais para a comunidade quando poderiam ser vendidos a 100 (e ainda assim ser um bom preço) para um jovem empresário. Alguns vão me dizer que eu não estou querendo que os carentes tenham casacos de couro e eu retruco que o que quero é a entidade viva, ajudando os carentes a deixarem de sê-­lo, para um dia comprarem seus próprios casacos de couro em um brechó ou mesmo em uma loja, como fazemos todos.

Outro exemplo é o dos pães. E você pode substituir pães por qualquer outra iniciativa que envolva a produção resultante de trabalhos sociais com jovens ou adultos (pulseiras, bonecas, caixinhas, panos de prato, peças de tricô…). Em geral, por se tratar de um trabalho social, as entidades acham por bem vender essas peças (ou os pães) a preços simbólicos. Enfim, alguns agora vão me matar: Guardem aquelas peças que você não colocaria na sua casa. Ou deem de presente aos que a fizeram. Mas não as vendam. Elas são horrorosas. Não façam barraquinhas com essas peças, fazendo com que as pessoas comprem por pena. Chega de sentir pena e assumir o papel de coitadinho. Se for algo feio ou mal feito, tipo trabalho de escola de seus filhos, guarde como lembrança, mas não venda. Em compensação você pode ter peças incríveis, modelos lindos que funcionaram, padrões de tricô ou panos de prato com um tipo de desenho realmente criativo. Você pode ter um tipo de pão que além de saboroso tem um formato único, só seu. Ou criaram um tipo de sanduíche especial, com o pão especial, que só existe na sua entidade na hora do café. Pegue esses produtos, só esses, e venda-­os a preços especiais (altos). Crie uma coleção especial de panos de prato exclusivos. Faça bonecas tipo exportação.

Isso me fez lembrar uma visita que fiz a uma entidade em Campinas, faz uns 12 anos. Chegando lá vi que essa entidade fazia bonecas maravilhosas e minha filha tinha acabado de nascer. Ela ainda me comentou que muita gente de fora, EUA e Alemanha principalmente, estavam comprando aquelas bonecas. Eu, acostumado a ver produtos bons sendo vendidos a preços de banana, já fui escolhendo a que daria pra minha filha. Quando ela falou o preço, quase caí de costas. Era a boneca mais cara que tinha visto. E ela estava certíssima! Foi meu grande aprendizado. Porque temos que comprar coisas baratas de Ongs? Aquela entidade me abriu os olhos e hoje em dia eu sugiro sempre: Façamos produtos lindos, caros e exclusivos. Pois o dinheiro que receberemos com isso pagará parte do que fazemos para nossa causa, que é linda, cara e exclusiva!

Outro risco que devemos evitar é a especialização nas vendas. Conheci uma entidade que por muitos anos se especializou em vender cartões de natal e com esse recurso financiou seus projetos sociais na zona oeste de São Paulo. Vendiam milhões de cartões todo o ano, para empresas, por catálogo, em barraquinhas em pontos nobres. Seu escritório central era uma verdadeira operação logística. Kombis, stands, sistemas de embalagem, mailings. Mas as pessoas estavam deixando de comprar cartões. Quando os empresários que montaram essa operação nos anos 70 criaram essa fonte de recursos para a entidade, não sabiam que o mundo mudaria tanto e a internet alteraria a dinâmica das relações.

Quem manda cartões de natal hoje em dia? Pois a entidade teve que se reinventar, em prazo recorde. De um ano para outro as vendas de cartões caíam pela metade. Hoje em dia continuam vendendo produtos (agendas, calendários) mas optaram por também buscar recursos com empresas e com indivíduos. Vida longa a essa e a todas as organizações que se reinventam!

Além de produtos resultantes de suas ações sociais (de pães a bonecas) e de promoção (canecas, agendas e camisetas), existem organizações que se especializaram em realizar determinadas ações que tem hoje muito valor no mercado. Posso citar aqui muitos exemplos que presenciei e em alguns casos ajudei a formatar. Uma entidade que trabalha com quimiodependentes era constantemente chamada por empresas para falar sobre abuso de drogas ou álcool além de prevenção. Geralmente essas empresas acabavam por fazer alguma doação para essa entidade, mas nem sempre. E essas doações tinham valores que variavam de um punhado de reais a alguns milhares de dólares. Combinamos fazer algumas experiências, formatando essas palestras e oferecendo-­as a empresas da região pelos mesmos preços que pagavam por outras palestras. Focamos a divulgação dessas palestras nos departamentos de RH das empresas e com algumas fizemos conversas mais profundas.

Perguntamos se achavam justo o preço, se consideravam isso um produto, se nos ajudariam a divulgar para seus mailings de redes de profissionais de RH, etc. Em poucos meses começaram a surgir os pedidos e aquelas doações esporádicas de valores variados passaram a se transformar em um serviço prestado, com uma demanda clara, por um valor específico.

Quando uma ONG se especializa bastante em um determinado assunto é o caso de analisarem se esse conhecimento adquirido pode ser transformado em produto para terceiros. Isso pode acontecer com ONGs especializadas em gênero, por exemplo. Os serviços podem ser meras palestras, como o exemplo que dei, ou mesmo consultorias mais trabalhosas. O importante é não fazer disso sua única fonte de receita para não correr o risco de você se transformar em uma empresa com fachada de ONG. Vender produtos ou prestar serviços é meramente mais uma fonte de recursos. E deve ser aproveitada. Ultimamente tem sido debatido pelo mundo um novo conceito, a empresa social. Talvez algumas das iniciativas de hoje se transformem em empresas sociais. Mas eu tenho certeza que muitas causas ainda necessitam de defensores através de ONGs. E eu não me incomodo em comprar uma caneca como apoio a uma ONG. E você?

Fonte: Adaptado de Marcelo Estraviz, Um Dia de Captador.

TECNICAS ADMINISTRATIVAS TERCEIRO SETOR

TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS PARA ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR

As organizações do Terceiro Setor necessitam aprimorar as táticas de gestão e se adaptar às exigências do mercado para que consigam manter suas atividades, e consequentemente, planejar o seu desenvolvimento.

Leia mais: O principal papel das ONGs

Até pouco tempo, termos como: orçamento, ISO, eficiência, profissionalização, capacitação, liderança, metas, controle interno, planejamento, foco, gestão, processo, e indicadores, eram utilizados apenas pelas empresas comerciais de grande porte. Atualmente, esse vocabulário passou a ser bastante familiar inclusive para as entidades sem fins lucrativos.

Leia também: Orçamento de uma OSC

Muitas organizações do Terceiro Setor já utilizam técnicas e estratégias administrativas com o intuito de se tornarem mais profissionais e “competitivas”. Essas entidades perceberam a importância do planejamento,organização, direção e controle de suas atividades, e conseguiram superar o desafio de ter também a gestão como foco.

Veja mais: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PODE SER APLICADO NAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR?

Entretanto, quando se fala em administração e gestão, inicialmente não conseguimos identificar qual seria o modelo ideal a ser adotado por um determinado setor do mercado, ou por uma área de atuação específica. No Terceiro Setor essa definição é ainda mais complexa, pois as entidades que fazem parte desse conjunto possuem características inerentes tanto ao setor privado, quanto ao setor público.

Veja também: ONG PROFISSIONAL

Na prática é bastante comum “copiar e colar” o que vem dando certo em outras organizações, sejam elas estatais ou privadas. Porém, é necessário frisar que nem todas as técnicas e instrumentos administrativos devem ser aplicados nas organizações do Terceiro Setor sem que haja uma adequação aos seus propósitos.

Leia aqui: ONG séria não tem dono.

Por isso é preciso certo cuidado, já que nem sempre estratégias de ação e de gestão adotadas pelas organizações públicas ou comerciais são cabíveis ao Terceiro Setor, antes de ocorrerem estudos e adaptações. A simples importação e aplicação das ferramentas e técnicas administrativas podem gerar uma sensível perda do principal objetivo das entidades, que é a atuação privada no alcance de interesses públicos.

Veja aqui: PLANO ANUAL DE CAPTAÇÃO.

O que chamamos aqui de utilização de técnicas administrativas não é a transformação das organizações do Terceiro Setor em órgãos públicos ou em empresas. Mas o direcionamento para que essas instituições possuam um padrão de qualidade na gestão que lhes permita a sobrevivência e o crescimento econômico, para que possam desenvolver e ampliar seus objetivos sociais.

Clique para ler mais: FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS PARA SUA OSC

Por isso, as técnicas, estratégias, ferramentas e procedimentos administrativos devem ser utilizadas com o objetivo de contribuir para  a melhoria da gestão nas entidades, sem que isto venha a comprometer a preservação de sua missão, de sua filosofia de atuação e, principalmente, da essência que diferencia uma entidade do Terceiro Setor dos órgãos públicos e das organizações empresariais.

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Fonte: Gestão para Organizações do Terceiro Setor, Nailton Cazumbá + NOSSA CAUSA.