O objetivo de todo projeto ou ação social deveria ser o de provocar mudanças positivas em seu público-alvo, de tal forma que este público não retornasse mais ao estágio em que estava anteriormente. O propósito dos projetos sociais é o de causar impacto no comportamento dos beneficiários para que eles evoluam e alcancem gradativamente estágios melhores de condições de vida.
Para proporcionar esta mudança, as políticas públicas e os projetos sociais privados de ONGs devem desenvolver atividades (processos) que sejam eficazes para garantir uma evolução perene. Mas muitas vezes as atividades propostas se tornam meros paliativos, ações emergenciais que não passam de contenção momentânea do problema social detectado (perdurando apenas no período de realização do projeto).
Ninguém duvida que todas as ações sociais (entendidas essas como projetos, programas, etc) são importantes, pois sem elas o panorama dos problemas e desigualdades sociais seria ainda pior do que é. Porém, nem todas as ações sociais causam transformações perenes.
Os problemas sociais influenciam a vida de todos e é preciso ter a consciência de que eles são causados pela própria sociedade. Por isso, todos nós devemos contribuir para encontrar soluções ou, pelo menos, alter- nativas que reduzam esses problemas. Esta contribuição pode se dar através de ações individuais de cidadania ou de ações coletivas como as conduzidas pelas ONGs. Tais atividades são viabilizadas com recursos financeiros gerados pela sociedade e, por isso, nada mais justo que o Governo financie ações não públicas em prol do social. Afinal, o dinheiro do orçamento público tem origem na nossa contribuição (como cidadãos contribuintes) e deve ser aplicado na solução dos problemas sociais.
O ideal seria que as ações sociais privadas de ONGs, que fossem paliativas, evoluíssem para ações de impacto com o apoio financeiro do Governo e das empresas privadas. Isto poderia garantir transformações perenes e até possibilitar que o Estado se apropriasse do processo e transformasse a ação social inicialmente privada em uma política pública. Somente o Estado tem condições de dar às ações iniciadas por ONGs e movimentos sociais maior abrangência numérica e territorial, pois só ele tem recursos financeiros e humanos suficientes para garantir a perenidade dos resultados. Este seria o fluxo ideal de uma parceria eficaz entre o Terceiro Setor (ONGs) e o Primeiro Setor (Governo). Sem isto, crescem as chances de termos ações sociais sobrepostas, inócuas, paliativas e assistencialistas, enfim, assistêmicas.
O caminho para a realização de ações impactantes passa por várias etapas: um diagnóstico eficiente que identifique os diferentes tipos de problemas sociais, o grau de influência de tais problemas para defi- nição de prioridades e o perfil do público atingido por cada tipo de problema. Somente depois disso mapeado seria possível identificar as atividades (processos) capazes de provocar transformações perenes e desenhar metodologicamente a política pública ou o projeto privado mais adequado.
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Fonte: Social em foco: ONGs – orientações legais e práticas / Ana Cláudia
P. Simões; Vitória: A Gazeta, 2014.
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