Não é incomum encontrar profissionais bem sucedidos, das mais diversas áreas, que ao atingirem um estágio de estabilidade na carreira decidem dedicar parte de seu tempo e recursos em atividades de cunho social. Esportistas, políticos e figuras públicas tornam-se benfeitores por meio de ONGs e fundações, mas apenas alguns conseguem aplicar seus conhecimentos nas atividades promovidas por essas entidades.
O caso do designer brasileiro Marcelo Rosenbaum é, seguramente, um dos mais emblemáticos nesse aspecto. Da cadeira de CEO do Rosenbaum, o escritório de design e inovação criado por ele com a sócia Adriana Benguela, Marcelo tinha uma lista impressionante de projetos já realizados e outros tantos por vir, como alguns dos mais renomados restaurantes de São Paulo e escritórios dos principais players de internet do mundo.
Porém, o designer vivia um período de inquietação que, aos poucos, foi ganhando forma. Estimulado pelas transformações e reformas realizadas na casa de diversos brasileiros de baixo poder aquisitivo, dentro do programa de televisão, Rosenbaum arregaçou as mangas e se viu diante de um desafio: remodelar a área recreativa do Parque Santo Antônio, comunidade da zona sul em São Paulo.
Ao organizar um mutirão de limpeza no espaço degradado, projeto que durou seis meses, ele provou que a promoção da cultura, além de atrair pessoas de origens distintas, era capaz de promover mudanças impactantes. A prove surgiu ao fim do processo, quando o traficante local acabou pedindo emprego para Rosembaum, tamanha a transformação.
Nesse ponto o designer já sabia o que queria: valorizar talentos de comunidades brasileiras impactando tanto as mãos produtoras de artesanato quanto as casas que adquirissem tais peças. E, para isso, foi necessário formalizar a iniciativa. Daí surgiu o Instituto A Gente Transforma, um verdadeiro encontro de Rosenbaum com sua verdadeirza natureza.
O desafio autoimposto tomou forma quando ele entrou em contato com a pequena Várzea Queimada, no interior do Piauí, uma comunidade de 900 moradores que tinha um dos índices de desenvolvimento humano mais baixos do estado. Foi lá que Rosenbaum decidiu botar em prática tudo aquilo em que acreditava: validar e valorizar potenciais, talentos e saberes das comunidades por meio do Design Essencial.
No primeiro momento, a dificuldade foi convencer os próprios moradores do valor, não apenas monetário, mas principalmente social e conceitual, dos trabalhos feitos com a palha de carnaúba que eram passados de geração a geração – e, na época, encontravam-se cada vez mais abandonados.
Ao mostrar para a comunidade de Várzea Queimada o valor de seus saberes e fazeres, aos poucos Rosenbaum implementou mudanças. A primeira foi a construção de um centro comunitário, que logo tornou-se o epicentro da coleção de cestos de carnaúba e chinelos de restos pneu que ganharam o mundo. Depois, graças a divulgação das peças, o turismo da cidade floresceu, com curiosos querendo saber mais e mais sobre o viver naquela remota região do Piauí.
Toda a saga do instituto criado para ajudar comunidades pobres a ter renda e preservar sua história foi registrada em livro e documentário. Uma demonstração do momento em que Marcelo Rosenbaum, o famoso designer, encontrou sua verdadeira natureza. E você, quando vai buscar pela sua?
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Fonte: https://revistapegn.globo.com/Publicidade/Jeep/noticia/2018/08/transformacao-social-por-meio-do-design.html
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