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9 obstáculos do empreendedorismo social

obstáculos no empreendedorismo social

9 obstáculos do empreendedorismo social

O autoengano, muito bem retratado no livro do filósofo e economista Eduardo Gianetti, é um processo mental que faz com que nós, em determinado momento, aceitemos como verdadeira uma informação tida como falsa em outro momento. Sabe aquela nossa mania de adiantar o relógio para não chegar atrasado a compromissos? É autoengano.
O autoengano pode ser uma arma muito nociva ao empreendedor social, pois pode fazer com que este não enfrente os obstáculos naturais de sua atividade.
Sempre acreditei que a melhor forma de enfrentarmos obstáculos é conhecê-los antecipadamente para que assim possamos preparar uma forma de superá-los.
É claro que muitas vezes não poderemos nos antecipar, mas sempre que isso for possível teremos uma vantagem de reação. Obstáculos devem ser contornados, vencidos e superados; não devem ser motivos de fracasso.
E sim, como em qualquer outra atividade, no empreendedorismo social também existem obstáculos.
Vamos a eles:

1) Problema social e ideia de solução

Todo empreendimento social nasce a partir da identificação de um problema na sociedade – seja ele de educação, saúde ou lazer, como exemplos – e propõe uma forma de corrigi-lo.
A correção se dará por meio de uma empresa que lucrará ao tempo em que resolve um problema social que o Estado não conseguiu resolver. Por exemplo, a escola de inglês 4 You 2 traz estrangeiros que se hospedam e favelas e ministram cursos de inglês aos seus moradores.
Portanto, se o empreendedor não identificar corretamente o problema social e se sua ideia de solução não for realmente uma oportunidade, o negócio será todo planejado e estruturado em bases frágeis, o que pode comprometer o seu futuro e desempenho.
E isso é comum: muitos dos empreendedores sociais, por serem idealistas e sonhadores, deixam de lado a racionalidade nesse momento e agem – transbordados de emoção – para ajudar o próximo. Apesar de ser uma forma muito admirável, não seria empreendedorismo social, e sim filantropia.
Sendo assim, a identificação de problemas, a geração de ideias e a análise de oportunidades deve ser a primeira e mais exaustiva etapa do processo empreendedor.
Leia também: Qual a diferença entre um EMPREENDIMENTO SOCIAL e uma ONG?

2) Compreensão do mercado

Com a oportunidade estruturada para solucionar determinado problema, o empreendedor social por vezes peca na compreensão do mercado que vai atuar.
O mercado é composto por determinado produto/serviço que será ofertado pelo empreendedor, por clientes que irão utilizá-lo, por fornecedores de diversos tipos e por concorrentes (sejam eles diretos ou indiretos).
A dimensão, composição, caracterização e localização são alguns dos aspectos de mercado que são mal compreendidos por alguns empreendedores sociais.
Os clientes em potencial às vezes não estão preparados para receber o produto ou serviço em questão. Culturalmente eles não veem necessidade naquela “proposta mágica” que você está levando. Por que você acha que um morador de um vilarejo distante e isolado passaria a usar um complexo vitamínico que você está vendendo, por exemplo?
Os empreendimentos sociais devem ter possibilidade de escala, ou seja, o empreendimento deve atingir determinado tamanho para se tornar financeiramente viável e mais: surge em nível local, mas podendo crescer até dimensões regionais, nacionais e globais. Quanto mais pessoas o negócio ajudar, e mais lucro tiver, melhor.

3) Capital financeiro

De forma simplista, existem dois tipos básicos de capital necessários para a realização de um empreendimento: o investimento inicial e o capital de giro.
O primeiro trata de todo o investimento necessário para o negócio começar a funcionar; o segundo para o negócio continuar funcionando até conseguir se manter por conta própria. O primeiro é para abrir, o segundo para continuar. O primeiro inaugura, o segundo perpetua.
Compreender essa divisão é o primeiro passo. O segundo passo é ter o capital!
O capital de investidores disponível para empreendedores sociais têm crescido no Brasil, mas ainda é pequeno. Existem opções tradicionais de financiamento – bancos, linhas de crédito- e os famosos financiamentos coletivos (um exemplo é o Catarse).
Sebrae e o Endeavor, por entenderem essa dificuldade dos empreendedores, oferecem diversos cursos em EAD sobre o assunto.

4) Capital humano

Um dos livros mais aclamados no mundo por empreendedores e executivos bem sucedidos é Empresas Feitas para Vencer, de Jim Collins.
O autor, dentre diversas outras afirmações que tornaram o livro famoso, diz que ao estruturar uma empresa pense “primeiro quem…depois o quê”. Ou seja, antes de pensar o que irá fazer, pense nas melhores pessoas para estarem ao seu lado, nos melhores sócios e nos melhores colaboradores. As organizações são feita de pessoas e ótimas organizações são feitas com pessoas certas.
As grandes organizações gastam fortunas para recrutar e selecionar bons profissionais porque sabem disso, mas também porque sabem que nem sempre é fácil encontrar a pessoa correta para a posição certa.
Do outro lado, no mercado de demanda por trabalho, alguns profissionais acham que o empreendedorismo social é um setor volátil e não o procuram. Outros o confundem com filantropia ou com empreendimentos tradicionais, o que também dificulta a colocação.
Pense nisso desde o início do negócio.
Veja também: Empreendedorismo social: o que é e como fazer?

5) Plano de negócio

Plano é o resultado do planejamento do negócio. É um documento que detalha todas as características de um empreendimento ao mesmo tempo em que atua como uma ferramenta de gestão.
É a credencial, o currículo, a identidade, o check up anual, enfim, é uma visão geral do negócio que todo potencial investidor ou sócio irá cobrar de você na primeira oportunidade.
Um plano de negócio bem elaborado não garante o sucesso, mas aumenta potencialmente – segundo dezenas de pesquisas – a possibilidade de alcançá-lo.
Sites como o FazInova, Sebrae e Endeavor oferecem cursos interessantes sobre planos de negócios, porém para empreendimentos tradicionais.

6) Burocracia brasileira

As principais pesquisas sobre empreendedorismo tradicional, Doing Business 2014 e Relatório GEM 2013, trazem um panorama profundo sobre o mercado empreendedor.
Um dos pontos que o mercado brasileiro sempre se destaca negativamente é a burocracia: abrir empresa, obter licenças e alvará, recolher impostos – só para ficar em alguns exemplos – são atividades extremamente complicadas aqui se comparadas com outras nações.
O empreendedor brasileiro deve ter consciência disso para planejar seu empreendimento contando com a realidade e não ser surpreendido já com o negócio em funcionamento ou em fase de investimento.
Cabe também ao empreendedor cobrar, por meio de seus representantes eleitos (deputados, senadores, governadores e presidente), uma ação mais eficiente para que ambiente empreendedor se torne mais acolhedor.

7) Dificuldade de gerenciamento

Quando o negócio já está em funcionamento, o empreendedor social precisa administrá-lo.
Pode parecer óbvio, mas grande parte deles não possui competências – conhecimentos, habilidades e atitudes – necessárias para gerenciar um negócio. Nesse caso, todo o processo realizado até este momento é colocado em jogo, e uma oportunidade muito bem estruturada pode ir por água abaixo por mau gerenciamento.
Aliás, várias pesquisas afirmam que um dos principais motivos para o fracasso dos negócios logo no primeiro ano é a falta de competência do empreendedor para administrá-lo.
Mais uma vez o Sebrae e o Endeavor trazem diversos cursos de gerenciamento de empreendimentos.

8) Equilibrar retorno financeiro com impacto social

Aliar retorno financeiro a impacto social é, e sempre será, uma dificuldade para o empreendedor social. As dificuldades provenientes dessas características, que é chamada em inglês de double botton line, podem aumentar ainda mais se o perfil dos sócios for diferente ou se o perfil dos empreendedores e dos investidores também o for.
Em algum momento pode se chegar a um trade-off entre aumentar o retorno financeiro e diminuir o impacto social ou aumentar o impacto social e diminuir o setor financeiro. E aí?

9) O autoengano

Independentemente dos obstáculos, empreendedores sociais têm um grande potencial. É um mercado ainda novo e repleto de oportunidades para aqueles que decidirem explorá-lo.
Empreendedores sociais têm a oportunidade de resolver problemas, gerar emprego, ganhar dinheiro e mudar o mundo!
Precisa de ajuda para começar o seu empreendimento social? Fale conosco! Clique aqui para preencher o formulário e assim que possível entraremos em contato!
Fonte: https://www.mudevoceomundo.com/single-post/2014/10/28/Os-9-obst%C3%A1culos-ao-empreendedorismo-social

Thomazin Assessoria

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